Capítulo 14

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O teto era marrom e a cama não era das mais confortáveis. Meus olhos iniciavam um abrir preguiçoso, meus pensamentos se ordenavam lentamente e uma dor de cabeça tinha começado. Senti meu coração apertar diante das lembranças das últimas horas, eu não me lembrava dos últimos meses da minha vida e Priscila havia me enterrado.

O nome de Priscila se propaga em minha mente, o sorriso, o cheiro, o toque. Eu me lembro de cada detalhe, menos a parte que vem depois do beijo que trocamos antes que saísse de casa. Não lembro de ter dirigido

de volta ou mesmo de ter visto Lara, mas o corpo dela fora encontrado no carro e o meu não, eu divaga sobre as possibilidades, sobre a existência de Hank em tudo isso, mas ele parecia não se encaixar em nada, porém sentia falta de informações, era como se  um pedaço da minha memória tivesse sido apagado.

Noto que estou sendo observada, os olhos de Abuelita estavam sobre mim, examinando meus ferimentos restantes, ela cuidava de meus machucados com cuidado e dedicação.

- Se sente melhor agora, Senhora Carolyna?

- Sim, obrigada. Pode me chamar de Carolyna.

- Vou ajudar você a se sentar, Carolyna.

Ela me puxa pelos braços e sinto meu corpo
reclamar, estou com muita dor, mas preciso mudar de posição.

Meus ossos começam um sonoro ranger e minhas costas parecem quebrar quando finalmente sento.

- Ahh!

- Calma.

As mãos de Abuelita fazem círculos em minhas costas, ela começa a retirar blusão que estou vestindo, mas volta a cobrir meu corpo rapidamente.

- Lucas, saia daí. - procuro o menino, mas não o vejo. - Vamos Lucas, não me faça chamar Henrique para lhe dar uma lição.

O velho armário que fica em frente à cama se abre lentamente, o rapazinho sai de cabeça baixa.

- O que estava fazendo aí?

- Eu acabei pegando no sono lá dentro.

- Você é um sem vergonha mentiroso.

- Não, não... Juro que não estava tentando ver os peitões dela.

- Lucas!

- Estou falando a verdade, eu juro.

- Não jure em vão. - A mulher bate na cabeça  do jovem. - Saia daqui, e espero não ve-lo rondando Carolyna.

O menino sai cabisbaixo, seus olhos grudados não chão.

- Desculpe por isso, adolescentes.

- Espere! Menino, venha cá! - chamo e
ele retorna imediatamente. - Você pode investigar mais sobre meu acidente? Sobre o que aconteceu comigo?

- Não é tão fácil, Senhora, não temos muito acesso a informação pois estamos em uma área muito pobre.

- Mas você é esperto, não é? - os olhos dele se iluminam, ele passa a mão pelos cabelos castanhos.

- Bem, eu posso tentar. - Onde conseguiu os jornais?

- Eu peguei emprestado, mas na época seu caso era notícia em todo país, mas agora não.

- Você não pode usar um computador?

- Senhora, acho que não tem noção de onde está, não é? - Abuelita diz. - Esse lugar não tem essas coisas.

- Não vou garantir nada, mas tentarei saber mais.

- Obrigada.

Ele se vai me deixando com Abuelita, ela
retira por fim o blusão e começa a passar uma mistura com cheiro horrível em minhas  costas.

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