Capítulo 1

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Emma Moser

Meus pés tocam o chão frio do quarto quando me coloco de pé e encaro o corpo musculoso do homem deitado em meio aos lençóis com um sorriso maroto, foi uma boa foda.

Vou até o banheiro na ponta dos pés, limpando meu rosto rapidamente e prendendo meu cabelo, cato minhas roupas que estão jogadas pelo chão e visto meu vestido preto colado em meu corpo, pegando meu salto e minha bolsa, não dando tempo para procurar a calcinha, decido deixá-la como um agradecimento pela ótima noite.

Estou prestes a sair do quarto quando ouço sua voz rouca em meus ouvidos e travo, segurando a maçaneta.

— Fugindo no meio da noite? – ele ri, me encarando da cabeça aos pés — Por essa eu não esperava.

Reviro meus olhos e coloco minhas mãos na cintura, encarando-o com tédio.

— Preciso ir, surgiu uma emergência.

— Emma, você está me chutando depois de usar meu corpo por horas, é isso que é.

— Não me leve à mal... hum.. Seu nome é como mesmo? – arqueio uma sobrancelha, pensativa, ele ri ladino com a minha pergunta e nega com a cabeça.

— Simmon – cruza os braços.

— Isso! Simmon, a noite realmente foi ótima.. mas..

Ele levanta da cama, o lençol escorrendo em seu corpo musculoso e bronzeado e o olho de cima abaixo, pensando seriamente em voltar para a cama com ele e usá-lo por uma última vez. Ele é muito gostoso.

Simmon ri quando chega perto de mim, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e beijando meus lábios — Eu anotei meu número na sua agenda.

— Você o que!?

— Me ligue quando quiser me usar outra vez.

— Eu não vou te ligar, você nunca mais vai me ver – digo séria, empurrando-o para longe e abrindo a porta do quarto, saindo com ele completamente nu atrás de mim.

— Você sabe que vai me ligar, Emma.

— Sei que você amou ter a minha boceta, a noite realmente foi boa.. mas querido, entenda.. eu só fodo com alguém apenas uma vez.

— Eu te espero ligar – ele grita quando bato a porta do seu apartamento com um sorriso e nego com a cabeça, ele iria morrer esperando pelo meu retorno.

Calço meus saltos, pegando meu celular da bolsa e procurando seu número, para em seguida, apagá-lo da minha agenda. Eu realmente não iria ligar para ele outra vez, eu jamais cometo o erro de foder com o mesmo cara por muito tempo, esse é o segredo para não acabar me apaixonando por alguém e, consequentemente, ouvir a famosa frase de que ainda não é o momento, de que não estava pronto para entrar em algo mais sério comigo.

Muitos homens me procuram para foder, mas muitos deles se recusam a me assumir por ser determinada e saber exatamente o que eu quero da minha vida. O fato é, homens morrem de medo de mulheres decididas como eu, e assim como eles me usam, eu os uso da pior maneira possível e os descarto sem remorso, sem mensagens pedindo uma segunda vez, sem esperar por uma mensagem no dia seguinte, nada.

No estacionamento, meu motorista, Nico, está me esperando com a porta do ranger aberta, dou-lhe um sorriso caloroso antes de entrar no carro e descansar no banco, esperando até que ele me levasse para casa, eu estava exausta, o dia na empresa havia sido tão cansativo que decidi me dar uma noite de sexo e bebidas para acalentar minhas mágoas e estresse.

Assim que chego no andar do meu apartamento, sou recebida pelas risadinhas femininas de duas mulheres e uma masculina, eu nem preciso me esforçar para saber quem é, pois sei que é a porta ao lado do meu apartamento, ou seja, Thomas Lynch e seus lances da madrugada, ele não tinha nem mesmo a decência de levá-las para outro local.

A loira e a ruiva com seus corpos esbeltos se despedem dele com um beijo nos lábios e arqueio as sobrancelhas para a cena, ignorando seu olhar sobre mim. Era sempre assim, ele sabia o quão me irritava com essa atitude bizarra de ficar me encarando o tempo todo, todas as vezes que me via. Desde o dia em que nos conhecemos e travamos uma guerra com o olhar no restaurante, ele continuava com essa atitude pelo simples fato de saber que me irritava.

— Meu motorista vai levá-las – diz à elas, as duas passam por mim e mordo meu lábio inferior, não conseguindo me conter.

— É melhor vocês fazerem um teste de HIV! – digo para as duas, seus olhos arregalados encaram os de Lynch, que está me encarando sem nenhum humor atrás de mim e balanço meus ombros, descontraída e me fazendo de desentendida para eles — O quê? só estou sendo legal e avisando as belas moças.

Ele não ri, me encarando com sangue nos olhos, ele diz — Esqueceu de dizer que peguei de você, gatinha.

— Por mais que esse seja o seu maior sonho, definitivamente não vai acontecer, Lynch.

— Você está fedendo à sexo – ele diz, indiferente — Sem tempo para tomar nenhum banho antes de sair da casa dele?

Caminho até a sua porta, colocando-me na sua frente e inclinando minha cabeça para olhar em seus olhos. Ele parece um robô, não há nenhuma emoção em seu olhar enquanto ele me encara como se eu fosse a coisa mais tediante do mundo inteiro, mas não é como se ele fosse diferente para mim.

Eu realmente o odiava. E principalmente suas atitudes em relação à minha amiga e a forma como as revistas o tratavam como um grande homem, um cavalheiro. Grande bosta, estava mais para um cavalo imbecil.

— Não, querido, infelizmente não deu tempo – digo manhosa, me aproximando mais de seu rosto — Mas se você está tão incomodado com isso, por que não entra e toma um banho comigo?

Reviro meus olhos e vou para a minha porta, puxando minhas chaves da bolsa e ignorando seu olhar afiado sobre mim, ele fica calado e, segundos depois, fala.

— Vou ter que recusar, eu não trepo por dó.

Gargalho, jogando minha cabeça para trás e abrindo minha porta, olhando-o uma última vez.

— E quem disse que você ia me foder? – arqueio a sobrancelha — Foi um convite para um banho, Lynch. Você só entra na minha boceta se eu quiser, e eu definitivamente não quero isso, nem mesmo se estiver prestes a morrer e sua vara mágica for a minha solução.

— Vara mágica, ein? – ele ri sem mostrar os dentes.

— Você azedou completamente meu bom humor.

— Como se comigo fosse diferente – ele olha por cima do meu ombro e só então me lembro das garotas que estavam aqui conosco, mas elas já haviam ido embora em algum momento enquanto discutíamos — Você as espantou.

— Talvez tenha sido o sexo ruim que você ofereceu à elas, não me culpe por não saber usar seu pau direito!

— Prove e verá, gatinha – ele pisca para mim, abrindo a porta do seu apartamento.

— Oh! desculpe! – levo a mão ao peito, fingida — Eu não trepo por dó!

Bato a porta na sua cara, deixando-o parado no corredor e solto uma risada. Nossas discussões raramente tinham fim, então era declarado vitória quando conseguíamos deixar um ou outro falando sozinho.

Vou direto para o meu quarto, meu celular apita em uma mensagem e abro o chat onde Owen, o assistente pessoal do meu primo Riven O’Connell, que é um lutador famoso, me manda mensagem. Eu respiro fundo antes de ler sua mensagem, sabendo que foi uma péssima ideia ter cedido para ele sendo que nos veríamos outras vezes também.

"Moser.. Moser.. que cruel da sua parte me deixando acordar somente com um bilhete ao lado da minha cama."

Não respondo, lembrando-me da noite de ontem quando nos encontramos por acaso em um bar, bebemos, flertamos e depois fomos até a sua casa, onde obviamente tivemos um dos sexos mais quentes que um dia eu já tive.

Deixo minhas coisas em cima da cama e vou até o banheiro, preparando para mim mesma um banho quente na banheira para relaxar meus músculos.

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Boa leitura! ❤

HERDEIROS #6 - Sex and Love Onde histórias criam vida. Descubra agora