Capítulo 35

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Thomas Lynch

Ri amargamente encarando o par de olhos idênticos aos meus antes de entregar-lhe a foto amassada em suas mãos, sentindo a raiva crescer em minhas veias e em meu peito, eu estava perdendo a porra da paciência.

— Você está falando sério? uma foto e você acha que vou acreditar em você? – digo ríspido.

— Espere! – a mulher diz, parecendo nervosa — E-eu tenho como provar!

— Ah, é mesmo? e como você faria isso? – nego com a cabeça, puxando Amanda pela mão — Você pode ser quem for, minha senhora, mas mesmo sendo minha mãe você está morta para mim.

— Thomas – ela chama meu nome, me fazendo parar abruptamente — Eu só peço que você me escute, eu posso dar todas as respostas que você precisa...

Estou pronto para sair quando Amanda aperta a minha mão, me fazendo olhá-la e me puxa para o canto.

— O que é? vamos embora de uma vez por todas, Amanda.

— Thomas... – ela olha de mim para a mulher parada no beco — E se ela for mesmo... a sua mãe?

— Que importância isso tem? não posso acreditar em qualquer pessoa que se pareça comigo e que sai alegando que é minha mãe, eu nem mesmo sei se ela está viva.

— Eu sei, está bem? – ela parece aflita, mordendo o canto dos lábios e pensando — Mas... ela parece muito com você para ser mentira, Thomas... e a foto...

— Amanda, nós vamos embora até o hotel, é isso que vamos fazer.

— Me escute! – ela ordena e eu suspiro, encarando seus olhos aflitos — Se essa mulher for mesmo sua mãe, ela tem as respostas que você sempre desejou ter... você não precisa perdoá-la e nem voltar a ter uma vida com ela.. mas Thomas, ao menos faça um teste de DNA rápido amanhã, você sabe que com dinheiro podemos ter o resultado um dia depois do teste feito.

— Isso é loucura, Amanda, você sabe que é.

— Mas e se ela for? – ela pergunta — E se ela for mesmo a sua mãe, Thomas?

— Eu não sei... eu estou confuso!

— Me ouça, Lynch.. vamos hospedar ela em um de seus hotéis, e a deixe sendo vigiada por seus seguranças até amanhã de manhã, você a leva para fazer o teste e descobre a verdade.

— Eu disse que não, porra – rosno irritado e ela respira fundo, me segurando pelos ombros.

— Seja esperto, Thomas, as respostas da sua infância, talvez até mesmo a solução para alguns de seus problemas esteja bem aqui, na sua frente... pense! não custa nada fazer o teste!

Olho da mulher parada como um fantasma para Amanda, com meu coração frenético e minha mente um emaranhado de lembranças, eu estava confuso pra caralho com tudo que estava acontecendo.

— E se ela for mesmo a minha mãe?

— Nós pensamos e resolvemos isso depois, Thomas – ela encara a mulher e depois à mim, tão perdida quanto eu — Você precisa dormir e pensar sobre isso, e é melhor levá-la para algum lugar antes que ela suma!

— Isso.. isso é loucura, Amanda! isso não faz sentido.. ela não é..

— Você não sabe! – ela retruca de volta — Mas você tem a oportunidade de saber!

— Eu... eu não sei se consigo... é muita coisa, não consigo pensar, Amanda.. eu nem consigo olhar para o rosto dela sem sentir raiva.

— Deixe que eu falo com ela, você entra no carro e eu a coloco no banco de trás, tudo bem?

— Não... e se essa porra der positivo?

— Thomas! vamos dar um jeito, juntos! tudo bem? – encaro seus olhos, tentando buscar controle e com minhas mãos trêmulas.

— Porra, você promete? – ela segura meu rosto em suas mãos com firmeza.

— Eu prometo, Thomas. Não vou sair do seu lado, independente do resultado, eu vou estar aqui por você e cuidar de você, conte comigo.

Respiro devagar, tentando me segurar em seus olhos azuis, mas eu estava entrando em pânico aos poucos. Se essa mulher for mesmo a minha mãe, o que eu faria? eu realmente queria as respostas que desejei ter todos esses anos? eu estava pronto? isso era certo mesmo a se fazer?

— Tá, tudo bem! – digo depois de um tempo, dando as costas para elas e indo ligar para o meu motorista vir com o carro até mim.

Eu olho de esguelha para Amanda conversando alguma coisa com a mulher e desligo o telefone após a chamada. Assim que Roger chega, eu o dispenso com o dinheiro para um táxi e pego as chaves do carro, entrando no veículo logo depois e batendo a porta. Que porra eu estava fazendo?

Amanda a coloca no banco de trás do carro, e nós dois nos olhamos por alguns segundos, suas mãos agarrando firme a foto em suas mãos e o semblante preocupado, mas seu rosto estava úmido pelo choro, eu ignoro, subindo a divisória do carro e tirando seu rosto do meu campo de visão.

A porta do carro abre e Amanda entra com um suspiro tenso, me olhando de esguelha antes de darmos partida no carro em direção ao hotel, em algum dado momento, o calor da sua mão tocou a minha coxa e ficou por lá, me dando um apoio silencioso e discreto. Mas eu estava tenso e preocupado demais para afastá-la e pensar em qualquer outra coisa que não fosse a mulher na parte de trás do carro que dizia ser a minha mãe.

— Ela ficou no quarto tranquila? – pergunto para Amanda, encostado no corredor do andar do meu hotel, onde deixei a mulher hospedada, não tinha coragem de entrar e lhe dar roupas novas e limpas, e nem mesmo olhar em seus olhos outra vez.

— Ela ficou, mas não disse nada, apenas chorou e pediu que eu te dissesse obrigada.

— Eu vou acabar com isso amanhã fazendo esse teste, talvez seja só uma golpista querendo se aproveitar do meu dinheiro – digo cético.

— Você quer que eu vá com você amanhã? – Amanda apoia seu queixo em meu ombro e me olha séria, eu a olho de volta, respirando fundo.

— Acho que eu prefiro fazer isso com meus irmãos, não quero nem imaginar como eles vão surtar..

— Tudo bem, acho que é uma ótima ideia você levá-los com você, são seus irmãos e você precisa deles nesse momento – ela se afasta, ajeitando seus cabelos e mordendo seu lábio — Acho que eu já vou indo, você me liga quando pegar o resultado?

— Eu ligo sim, não se preocupe – seguro sua mão, entrelaçando nossos dedos e engulo em seco, beijando o dorso dela e mantendo nossos dedos unidos — Obrigado por fazer isso por mim hoje, Amanda... e sobre o que estávamos conversando antes de tudo acontecer, eu queria pedir desculpas outra vez, você foi gentil comigo e eu a fiz chorar, eu sinto muito.

Ela ri fracamente, se aproximando um pouco de mim.

— Você está com problemas, e no momento nós vamos focar em resolvê-los.. – ela para um pouco, suas bochechas meio rosadas — Sabe, quem sabe assim você não vê que sou eu a pessoa certa para você..

— Amanda..

— Apenas me escute, Thomas! se essa mulher te amasse um terço do que eu te amo, ela estaria aqui! mas não é sobre isso que quero falar, eu quero estar ao seu lado, e quero ajudar e consolar você quando um problema surgir.. me deixe cuidar de você, posso mostrá-lo como realmente uma mulher age quando ama um homem, sei que você gosta de outra pessoa, mas não é recíproco e só machuca você.. seu coração é dela, mas eu vou ficar e esperar até que você veja quem realmente merece estar ao seu lado.

Ela se inclina beijando minha bochecha e se afasta, afagando meus cabelos.

— Vá para casa e descanse, vamos pensar apenas em sua mãe agora, é a única coisa importante.

— Obrigado por tudo – sussurro rouco, beijando sua mão e a soltando, deixando que Amanda fosse embora enquanto eu assistia suas costas.

Eu puxo meu celular, respirando fundo antes de ligar para Ethan. Dos dois, eu sabia exatamente que ele não iria gostar nada disso, e ele provavelmente vai odiar a mulher no quarto dormindo, a minha mãe.

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Boa leitura! ❤

HERDEIROS #6 - Sex and Love Onde histórias criam vida. Descubra agora