Capítulo 16

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Emma Moser

— O gato comeu sua língua, Em? – Thomas pergunta com um sorriso em seus lábios — Parece que eu finalmente ganhei nosso joguinho, querida.

Eu encaro os olhos escuros de Thomas em silêncio, abrindo e fechando a boca tantas vezes que não pude contar. Eu estava sentindo que meu coração poderia sair pela minha boca à qualquer momento, minha garganta queimava em raiva e um zumbido alcançou meus ouvidos, eu me afastei dele tão rápido, retirando seu membro de dentro de mim e puxando um dos lençóis da cama, me enrolando neles.

— O que está acontecendo aqui? – pergunto, tentando controlar minha respiração, mas céus, estava tão difícil, eu sentia que poderia explodir a qualquer momento — O que você faz aqui, Thomas?

— O mesmo que você, eu suponho? – ele pergunta, absorto ao meu possível surto de raiva e retirando a camisinha de seu pau, enrolando-a e a descartando no lixo do quarto.

— O-o quê? – pergunto em um sussurro, seguindo-o com meus olhos quando ele vai até o meio do quarto e pega sua calça, se vestindo — Eu.. eu ainda não entendi o que você está fazendo aqui!

— Nós acabamos de fazer sexo, Moser, isso é tudo – ele veste sua camisa, pegando o meu vestido no chão e jogando para mim, mas eu nem mesmo o pego, estou em estado de choque, encarando-o como se fosse um fantasma que acabara de aparecer no quarto.

— Você está me dizendo que era você esse tempo todo?

— Quem mais você achou que seria? – ele pergunta, me encarando.

— Mas... mas eu.. espera! – peço um momento, eu jogo o lençol de lado e visto o vestido nas pressas, passando as mãos mãos em meus cabelos — Me dê apenas um momento.

— Isso é muito tempo, não tenho esse tempo todo.

A raiva sobe pelas minhas veias, mas eu mantenho a calma e pergunto, precisando de respostas.

— Você sabia que era eu esse tempo todo?

— Eu sou o dono desse lugar, não há uma só pessoa que entre aqui que eu não saiba quem é – Thomas se vira de costas, e eu me abaixo pegando meus saltos e lanço em sua direção, acertando-o com a ponta agulha em suas costas e ele pragueja, virando para mim e me lançando um olhar mortal.

Meus olhos estão marejados quando jogo o outro salto, mas ele desvia antes que pegue nele novamente, eu estava no meu modo automático.

— Que porra é essa, Moser?

— QUE PORRA É ESSA? – grito suas palavras, caminhando de um lado para o outro no quarto e aponto para ele — VOCÊ NÃO TINHA ESSE DIREITO, THOMAS! VOCÊ NÃO TINHA!

— Não banca a histérica – ele rosna entre dentes — Você ia foder com um estranho de toda forma.

— Não vale quando um dos lados sabe quem é a outra pessoa!

— Moser, você veio aqui procurar por seus fetiches, e eu tenho os meus, você atende à eles muito bem, eu só juntei o útil ao agradável.

Uma risada engasgada escapa de mim, as lágrimas descem por minhas bochechas sem que eu consiga controlá-las e começo a chorar, negando com a cabeça. Meu coração estava batendo tão forte, tão rápido, eu não conseguia respirar bem porque eu estava com tanta raiva de Thomas pelo que ele fez, eu queria matá-lo, machucá-lo, qualquer coisa que me fizesse me sentir menos humilhada como agora.

— Não acredito que tenha feito isso – sussurro rouca, sem forças para gritar com ele e abraçando meu próprio corpo — Você foi tão baixo, Thomas Lynch, tão baixo quanto eu pensei que você seria capaz um dia.

HERDEIROS #6 - Sex and Love Onde histórias criam vida. Descubra agora