Capítulo 12

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Emma Moser

— Ganhei novamente – coloco as cartas em cima da mesa, pegando meu copo e tomando do refrigerante — Vocês dois estão meio moles!

— Você está roubando! ladrazinha! – papai rosna baixinho, me encarando com seus olhos verdes afiados — Mia, sua filha é um perigo!

Mamãe ri rouco e revira seus olhos — Ela aprendeu a não deixar você passar a perna nela como antigamente, agora você é quem está ficando para trás, velhinho.

— Mulher, não me estresse! – ela levanta da mesinha redonda onde estávamos jogando baralho, ainda sorrindo de meu pai e olhando para ele com deboche.

— Vou checar a lasanha, e você – ela aponta para mim — Embaralha as cartas, eu não confio no seu pai.

— Tantos anos amando essa mulher para ela olhar na minha cara e dizer isso! – não posso deixar de sorrir, puxando as cartas para mim.

— Você é um homem muito dramático, papai.

— E você aprendeu a ser má como a sua mãe! – ele pragueja — Sabe o quão cruel aquela mulher foi comigo?

— Ela nunca me disse sobre isso, como vocês se conheceram – comento, embaralhando as cartas e separando-as na mesa.

— Fomos uma aventura de algumas noites, nos conhecemos, viramos amigos e fizemos algumas loucuras juntos, eu me apaixonei pela sua mãe e por tudo que ela era.

— E ela?

— Ela simplesmente virou as costas para mim e foi embora fazer sua viagem pelo mundo, deixou-me com um coração partido e boas doses de tequila.

— Esqueceu de dizer que você era um cafajeste que já havia se enrolado com todas as minhas amigas? – mamãe entra na conversa, sentando-se na mesa e sorrindo comigo — Seu pai não valia nada!

— Acho que puxei para o papai, então.

— Emma, não vamos falar sobre você e homens – papai diz — Eu quero acreditar que minha macumba deu certo.

— Continue com a história – peço, pegando uma azeitona que mamãe havia trazido em um recipiente e levando à boca.

— Sua mãe foi realizar o sonho dela de viajar pelo mundo, ela foi embora depois de se declarar para mim, não esperou que eu dissesse que também estava apaixonado por ela – aponto para mamãe.

— Isso foi cruel!

— Eu tinha prioridades na época! – ela se defende — Não podia largar tudo por causa da minha paixão por um cafajeste!

Gargalho com a cara dramática de papai, pegando as cartas em minhas mãos e começando a jogar.

— Mas então... o que você fez depois que ela foi embora?

— Eu a esperei – diz calmo, jogando uma carta e chamando minha atenção de volta para ele.

— Mas ela demorou anos, eu suponho ‐ digo, surpresa.

— Eu havia prometido meu coração para a sua mãe, eu a esperaria até que meus cabelos ficassem grisalhos, vi meus amigos se apaixonando, casando, amando, mas eu sabia que não conseguiria fazer isso com outra mulher além dela, eu não podia, não quando sabia que ficaria procurando migalhas da sua mãe em outras mulheres.

Mamãe revira seus olhos com um sorriso bobo, se inclinando e beijando a bochecha de papai, e um sorriso genuíno se forma em meus lábios. Meu coração amolece com o amor dos dois, mas há algo mais profundo em mim, algo que eu ignoro há muito tempo, há dor, uma dor que sempre esteve presente por muito tempo comigo.

HERDEIROS #6 - Sex and Love Onde histórias criam vida. Descubra agora