✨ 7 Sangue Ruim e Vozes Invisíveis

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Harry dedicou muito tempo, nos dias seguintes, a desaparecer de vista sempre que Gilderoy Lockhart aparecia andando por um corredor. Mas o mais difícil foi evitar Colin Creevey, que parecia ter decorado o seu horário. Pelo visto nada dava maior alegria a Colin do que dizer: "Tudo bem, Harry?" seis ou sete vezes por dia e ouvir: "Oi, Colin", em resposta, por maior irritação que Harry demonstrasse ao dizer isso.

Edwiges continuava aborrecida com Harry por causa da desastrada viagem de carro e a varinha de Rony continuava a funcionar mal, superando os próprios limites na sexta-feira na aula de Feitiços, ao se atirar da mão de Rony e atingir o Prof. Flitwick bem no meio dos olhos, produzindo um grande furúnculo verde e latejante no lugar em que bateu. Assim entre uma coisa e outra, Harry ficou muito contente ao ver chegar o fim de semana. Ele, Rony e Mione estavam planejando visitar Hagrid no sábado de manhã.

Harry, porém, foi acordado muito antes da hora que pretendera pelas sacudidas de Olívio Wood, capitão do time de quadribol da Grifinória.

– Que foi? – perguntou Harry tonto de sono.

– Prática de quadribol! – disse Wood. – Vamos!

Harry espiou pela janela apertando os olhos. Havia uma névoa rala cobrindo o céu rosa e dourado.

Agora que acordara, ele não conseguia entender como podia estar dormindo com a algazarra que os passarinhos faziam.

– Olívio – disse ele com a voz rouca. – O dia ainda está amanhecendo.

– Exato – respondeu Wood. Ele era um sextanista alto e forte e, naquele instante, seus olhos brilhavam de fanático entusiasmo. – Faz parte do nosso novo programa de treinamento. Ande, pegue a vassoura e vamos – disse Wood animado. – Nenhum dos times começou a treinar ainda; vamos ser os primeiros a dar a partida este ano...

Aos bocejos e tremores, Harry saiu da cama e tentou encontrar as vestes de quadribol.

– Muito bem – disse Wood. – Te encontro no campo daqui a quinze minutos.

Depois de procurar o uniforme vermelho do time e vestir uma capa para se aquecer, Harry rabiscou um bilhete para Rony explicando onde fora e desceu a escada em caracol até a sala comunal, a Nimbus 2000 ao ombro. Acabara de chegar ao buraco do retrato quando ouviu um estardalhaço às suas costas, e Colin Creevey apareceu correndo escada abaixo, a máquina fotográfica balançando feito louca ao pescoço e alguma coisa segura na mão.

– Ouvi alguém dizer o seu nome na escada, Harry! Olhe só o que tenho aqui! Mandei revelar, queria lhe mostrar...

Harry examinou confuso a foto que Colin sacudia debaixo do seu nariz.

Numa foto preto e branco, um Lockhart em movimento puxava com força um braço que Harry reconhecia como seu. Ficou satisfeito ao ver que o seu eu fotográfico resistia bravamente e recusava a se deixar arrastar para dentro da foto. Enquanto Harry observava, Lockhart desistiu e se largou, ofegante, contra a margem branca da foto.

– Você autografa? – perguntou Colin, ansioso.

– Não – disse Harry sem rodeios, olhando para os lados para verificar se a sala estava realmente deserta. – Desculpe, Colin, estou com pressa, prática de quadribol...

E atravessou o buraco do retrato.

– Uau! Espere por mim! Nunca vi um jogo de quadribol antes!

Colin subiu pelo buraco atrás de Harry.

– Vai ser bem chato – disse Harry depressa, mas o garoto não lhe deu atenção, seu rosto iluminava-se de excitação.

– Você foi o jogador da casa mais novo em cem anos, não foi, Harry? Não foi? – perguntou Colin, caminhando ao lado dele. – Você deve ser genial. Eu nunca voei. É fácil? Esta vassoura é sua? É a melhor que existe?

Harry Potter Snape Riddle e a Câmara SecretaOnde histórias criam vida. Descubra agora