Capitulo 205

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Dulce entrou no castelo apressada, fazendo pouco caso de Christopher que ria dela. Ela estava composta, ao contrário dele, que tinha a roupa toda amassada, a camisa com botões estourados, o colete em frangalhos, o cabelo espetado. Ela deu língua a ele, ignorando-o, e correu quando viu ele partir atrás dela. O caso é que havia se atrasado pra dar de mamar aos bebês; a essa altura Arthur já deveria estar fazendo um escândalo. Ela dispensou a criada que cuidava dos bebês na torre e apanhou o filho no colo. Melisa estava irritadinha, com fome, mas Arthur era birrento. Ele passou pro banho enquanto ela alimentava o menino. Se vestiu com um sorriso no rosto, observando-a. Ela acariciava o cabelo do menino de leve, enquanto ele mamava, mimando-o.

Christopher: Vais descer? – Perguntou, fechando o punho da camisa. Tinha o cabelo molhado, já penteado.

Dulce: Não, estou cansada. Ainda vou amamentar Melisa, e preciso de um banho. – Respondeu – Se importa se eu jantar aqui em cima hoje?

Christopher: Claro que não. Mando trazerem aqui. – Ele se aproximou dela, beijando-lhe a testa – Sabe que só vou porque vão questionar minha ausência.

Dulce: Então sugiro que vá antes que Robert apareça a porta. – Christopher fez uma careta, e ela sorriu. Ele lhe beijou a testa novamente e saiu.

Dulce olhou Arthur. O menino adormecera. Ela se levantou, pondo-o no berço, e apanhou Melisa. A menina se pôs a mamar satisfeita, os olhinhos claros vagando. A verdade é que Dulce queria ficar sozinha. Estava triste. Era a única que podia ajudar Bia , e falhara. Caíra, perdera, depois de tudo. No fundo ela sempre soube que ia perder, mas a cada dia que conseguia resistir, pensava que podia ser o ultimo: Ele não ia agüentar. Agora tudo tinha se perdido. Ela não tinha mais arma nenhuma. Não fazia sentido recomeçar; Ele não cedera nem após meses de abstinência, começar do zero seria inútil. Melisa dormiu mais depressa que o irmão, então Dulce foi pro banho. Cada marca em seu corpo (em especial a marca exata da arcada dentária de Christopher em vermelho escuro na curvatura de sua cintura) era como um lembrete de que ela fora fraca. Ela se vestiu, e quando voltou pro quarto já havia uma bandeja farta nos pés da cama, que tinha os lençóis feitos. Faminta que estava, jantou, desprezando a bandeja em seguida. Apagou os candelabros do quarto, deixando apenas a lareira, e foi pra debaixo dos lençóis. Se sentia quase depressiva, de tão triste. Não por ter transado com Christopher, ela era mulher dele, isso era seu direito e dever, mas por não poder mais ajudar Bia. Estava em um misto de sono e tristeza quando ele entrou no quarto. Christopher não disse nada ao ver as luzes apagadas. Se aprontou para dormir, entrando debaixo das cobertas em seguida.

Christopher: Ei. – Disse, em tom baixo, se virando pra ela. Dulce o olhou. Ele tocou o rosto dela, acariciando carinhosamente – Porque tão triste, meu anjo? – Ela sorriu de canto.

Dulce: Não é nada. – Disse, beijando a mão dele.Christopher a observou por minutos, acariciando o rosto dela ternamente, e ela não disse nada, apenas manteve o olhar dele. Deus, o amava em cada pedaço!

Então ele abaixou os olhos, e ela sentiu a mão dele abrindo a sua, em seguida depositando a chave de metal fria na palma, e fechando os dedos dela em cima.

Dulce: Está fazendo isso porque venceu? – Perguntou, observando-o.

Christopher: Não. – Disse, pondo o cabelo dela atrás da orelha – Estou fazendo isso porque nada que eu faça e te entristeça tanto pode ser certo. – Ele tocou o nariz dela com o dedo. Dulce abriu um sorriso lindo, e ele sorriu – Bem melhor assim.

Dulce: Obrigada, obrigada, obrigada. – Disse, pulando no colo dele, enchendo-o de beijos. Christopher riu da espontaneidade dela – Eu vou conversar com ela, ela não vai fazer de novo, eu prometo. – Disse, lotando o rosto dele de beijos.

Christopher: Eu... – Interrompido por um selinho. Ele riu de novo. – Eu sei. – Ela riu, abraçando-o – Mas posso pedir uma coisa?

Dulce: O que quiser. – Disse, prontamente.

Christopher: Deixa pra ir lá falar com ela amanhã, quando amanhecer. – Disse, apanhando a chave da mão de Dulce. Ela viu ele pôr a chave na mesa de cabeceira – Eu tenho saudades demais pra ser capaz de deixar você sair daqui agora. – Disse, fungando no ombro dela. Dulce sorriu.

Dulce: Tudo bem. – Disse, dando-lhe um selinho demorado – Sei de algo que ajuda a matar o tempo e a saudade. – Sussurrou, mordendo o nariz dele. Christopher sorriu.

Christopher: O que? – Perguntou, dando corda. Mas Dulce não respondeu; ela mostrou. Inclinou o rosto, tomando os lábios dele em um beijo. Christopher não prolongou a conversa, retribuindo o beijo e cercando-a com os braços, em um abraço forte.

Assim é melhor.

Apenas mais uma de amor vondy(Adaptada) | Tema: vondyOnde histórias criam vida. Descubra agora