23. OH! NAO.

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HOGWARTS
02 DE JANEIRO | 1977
'DO MY INTENTIONS FORGIVE MY FAULTS?'
—— minhas intenções perdoam minhas falhas?

JAMES NÃO HAVIA DORMIDO a noite inteira. Ele havia assistido o sol se colocar no céu e nem ao menos havia apreciado. Ele apenas conseguia tirar algumas poucas horas de descanso antes de acordar assustado procurando por Sirius. Ele logo se colocava de pé e caminhava rapidamente para o quarto de visitas, abria uma fresta da porta, apenas o suficiente para encontrar Pads na cama, dormindo pacificamente. Então, o coração de James enchia de alívio e ele sentia que podia dormir novamente. Mas seu sono nunca chegava, ele conseguia se deitar, mas nunca dormir. Não ligava também. Apenas precisava saber que Sirius estava seguro.

James nunca havia sentido o que sentiu na noite em que Sirius bateu em sua porta as quatro da manhã de natal, com a face queimada pela neve que caia do lado de fora, além dos machucados e roxos por todo o corpo. O Potter não teve reação até Sirius tentar falar e sua voz falhar, rouca e gastada. James o acolheu em seus braços, gritando por sua mãe enquanto as pernas do Black falhavam. Sirius não era o tipo de pessoa que admitia estar machucado ou se entregava a sua dor, muito pelo contrário, ele aguentava até não aguentar mais, e quando não aguentava mais, ele caia, e caia feio.

James o segurou quando caiu.

A mãe do Potter veio logo em seguida, o dizendo para colocá-lo no sofá. Quando James o deitou no acolchoado, ambos estavam tremendo. Sirius de frio e James de medo. Seus pais se colocaram a disposição rapidamente, acenderam a lareira, foram fazer algo quente para o garoto tomar e o Potter se posicionou como uma pedra ao lado do amigo. As roupas de Sirius começavam a pingar pelo gelo derretendo, isso era bom, significava que ele finalmente começava a esquentar.

— Querido, ele precisa tomar um banho quente e tirar essas roupas geladas. — Euphemia Potter tocou no ombro de seu filho com carinho.

James assentiu. Sirius ainda estava mole, não conseguia segurar a caneca quente mesmo que estivesse tentando. James segurou para ele, mesmo que o Black insistisse que conseguia segurar sozinho, o que não conseguia. O Potter o ajudou a subir até o banheiro e separou um par de suas roupas, Sirius não o deixou entrar no banheiro nem para que James dissesse onde fica o que. Ele o conhecia o suficiente para saber que Sirius estava envergonhado demais e precisava ficar sozinho.

O som da água não parecia ser ligado nunca. James suspirou e se levantou da cama onde estava esperando, caminhou até a porta fechada e disse:

— Vou esperar no andar de baixo, Pads.

E enquanto saia do quarto, a água finalmente ligou. Sirius estava mesmo envergonhado, mas James sabia como lidar com ele ou esperava saber. Não importava, James faria qualquer coisa para o ajudar a se sentir melhor. Descer as escadas pareceu um trabalho difícil para o Potter, seu corpo estava pesado e seu coração acelerado.

— Jaime...

— Eles machucaram ele, mãe. — Disse, as palavras lhe amargando a boca. — Está pior que qualquer outra vez. Parece que o torturaram de verdade.

Todas as vezes que Sirius ia para sua casa, ele voltava diferente de algum modo, mas sempre machucado. Demorava semanas para que o garoto voltasse ao seu normal. No começo, seus amigos não sabiam lidar com isso, nem Sirius sabia direito. Depois James aprendeu. Precisava lhe dar espaço, perguntar se ele queria conversar algum tempo depois e respeitar sua escolha independente de qual era. Não era sempre que o Potter conseguia fingir que nada havia acontecido, que Sirius não estava mancando ou estava assustado com qualquer tentativa de toque.

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⏰ Última atualização: Jun 08, 2023 ⏰

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𝐒𝐓𝐀𝐑 | 𝐒𝐈𝐑𝐈𝐔𝐒 𝐁𝐋𝐀𝐂𝐊Onde histórias criam vida. Descubra agora