Nem sempre estamos prontos para o adeus!

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Como estava fria aquela noite. O vento soprava e cantava, fazendo as folhas das árvores sacolejarem em uma dança impetuosa.

Shigaraki parou. Desceu Bakugou de seus braços e observou o ser monstruoso que pairava por entre as árvores, relinchando e batendo seus cascos no chão.

A nevasca estava começando a aumentar, o vento cantava e assobiava e por mais que a natureza cantasse e se exibisse na solidão do lugar, os seus instintos mais primivos que pressentia o perigo, levou Tomura ao extremo de todos os seus sentidos.

Sua audição clamava por silêncio, o coração de Bakugou batia fortemente, a respiração, a pulsação, tudo que vinha do humano ao seu lado. Mas devido aquilo que estava bem a frente deles, era motivo o suficiente para botar medo não somente nos humanos.

Bakugou estava paralisado, não acreditava no que seus olhos estavam vendo, não era real. Bakugou começou a pensar em infinitas possibilidades de ser um pesadelo.

- Eu...- com uma voz que soava como um coral feminino saiu daquele ser- sinto você.

-....

Bakugou sentiu que era pra ele essas palavras, aquele animal soltava o ar pelo nariz, deixando vestígios do frio no ar. Então, acompanhada com uma gargalhada continuou.

- Eu ouço você...hehe

Aquele ser retirou a língua para fora, passou a gosma de sua baba pelos dentes pontiagudos e arfou como se faltasse ar em seus pulmões.

- Haaa, há quanto tempo não como um humano apetitoso...

- ....- Shigaraki não estava conseguindo pensar em nada, ele só queria proteger o rapaz humano ao seu lado.

Quando era criança já ouvira tantas história daquela fera, mas nunca sonhou ou cogitou que um dia encontraria um real, que fosse o dobro de seu tamanho.

- Humano, quer ouvir uma canção?, seu cheiro está me deixando faminta, deixe-me ajudar você a relaxar.

Como uma canção de ninar, começou a sooar, uma linda melodia ribombeando dentro do ser de Katsuki.

- Tampe os ouvidos garoto.

- Ora, ora, ora não está sozinho? Quem é você que se esconde de mim?

- Cala a boca sua coisa feia.

- .....

A besta deu uma risada maléfica e começou a cantar.

Bakugou sentiu um baque e a dor de ser jogado no chão, seu peito queimava e sua audição se esvaiu. As mãos de Shigaraki estava em volta de todo seu corpo e tapavam seus ouvidos.

- Não escute, é uma canção de sereia, ela entra em sua cabeça e deixa louco até que queira desejar a morte.

- Certo...- Katsuki ainda ouvia a canção, por mais forte que apertasse as mãos em suas orelhas, uma melodia ao longe o encantava.

Essas melodias se tornaram em vozes, vozes familiares. Ele apertou os olhos e desejou não estar ali e, como se os céus o ouvisse, não se via mais no meio da floresta.

Bakugou olhou para suas mãos, eram pequenas e rechonchudas, alguém estava lindamente cantarolando uma canção. Ouviu barulhos de pratos sendo lavados e o som da TV sendo assistida na sala.

Bakugou se viu no corredor de uma casa familiar, duas paredes de madeiras encapadas com um papel de parede de veludo verde escuro. Ele andou alguns passos, quando abaixou a cabeça para olhar o chão, viu seus pés pequenos envolvidos por meias de lã branquinhas que estendia até suas finas canelas.

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