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Voltei para casa cedo, era por volta das seis horas da tarde quando paramos de trabalhar, tomei um banho demorado, preparei um miojo e logo fui para a cama

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Voltei para casa cedo, era por volta das seis horas da tarde quando paramos de trabalhar, tomei um banho demorado, preparei um miojo e logo fui para a cama.
Fechei meu olhos para dormir, mas minha mente teimava em lembrar de tudo que aconteceu. Do rosto sereno de Daniel enquanto dormia, de sua mão quente segurando a minha, de como ele me olhou quando declarou que estávamos noivos e do principal: a cena da toalha.
Os braços de Daniel vagavam lentamente entre meus pensamentos, eram fortes e sempre ficavam marcados em suas camisas sociais, o fato dele ser magro não o impede de ter um corpo bonito. Sem querer lembrei de seu abdómen, não era tão trabalhado como o do meu ex namorado, mas era estranhamente melhor, tinha finos pelos que desciam da região do umbigo e paravam embaixo da toalha.
Sufoquei minha cara no travesseiro soltando gritinhos, eu não deveria ter prestado atenção em tantos detalhese muito menos ter deixado-o notar que estava olhando.
Abri os olhos e observei as estrelas coladas no teto, pensei nas constelações tentando tirar aqueles pensamentos indecentes da cabeça.
Mas era inútil, eu estava excitada por ter visto meu chefe praticamente pelado.
Pensei em todas as vezes que ele me tocou, ajeitou meus cabelos e segurou meu rosto, todas as vezes que ele me olhava como se quisesse mais do que um simples contrato de convivência. Daniel estava me enlouquecendo e parecia gostar disso.
-Preciso falar com a Penélope -declarei em voz alta como se esperasse uma resposta.
Procurei meu celular, estava pronta para mandar mensagem para Penélope quando meu celular vibrou, ela tinha pensado no mesmo.
-Como está sendo aturar o Daniel? - sua voz alegre soou do outro lado da linha
-Uma merda-respondi apressada, pensei melhor e continuei -Na verdade nem tanto, estou aprendendo muito com ele. Como está suas férias?
-Uma delícia, fazia meses que eu e Jimmy não transavamos tanto -revirei os olhos, Penélope nunca teve vergonha em falar de como Jimmy fazia com ela.
-Não fale em sexo na minha frente, por favor -declarei roendo uma de minhas unhas.
-Me desculpe, esqueci que você se tornou intocável -soltou uma risada que me fez contorcer.
"Intocável", ela vai ficar maluca quando descobrir que irei me casar.
-Penelope, o Daniel costumava te tocar quando você trabalhava para ele? -perguntei devagar, eu precisava esclarecer tudo.
-Não, ele sempre foi muito profissional, a única vez que ele me tocou foi para tirar um abelha do meu cabelo -respondeu em tom calmo enquanto mastigava algo como amendoim -Porque? Ele tentou algo com você?
-Não, de jeito algum -fiz movimentos com as mãos como se ela estivesse na minha frente -Bem, talvez uma ou duas vezes, você se lembra daquele dia do desfile né? O jeito que ele segurou o meu rosto e me chamou de coelha, qual a dele com animais?
Penélope riu alto, me encolhi debaixo das cobertas.
-Daniel me chama de Charmosa, ele tem mania de colocar apelidos -abaixou o tom de voz, pelo horário já estava ficando tarde onde ela estava -Eu preciso desligar, quando eu voltar você terá uma surpresa.
Minutos de silêncio, aproveitei que estava com o celular em mãos e procurei mais sobre a doença de Daniel e como poderia ajudá-lo.
Mesmo que eu não soubesse o porquê de querer fazer isso, era como se meus dedos já não me obedecessem. 
Acordei cedo no outro dia, preparei lanches saudáveis, sanduíches e bolinhos de cenoura, todos para Daniel. Fui de metrô para o trabalho e protegi as sacolas como minha própria vida.
Felizmente nada aconteceu e cheguei sã e salva no escritório, ajeitei os cabelos e abri a porta. Daniel observava a janela, vestia uma camisa branca que transparecia com a luz que vinha da janela.
-Bom dia senho Lee, trouxe algumas coisas para você -deixei as sacolas em cima da mesa, pude reparar que alguns convites estavam espalhados nela -O que é isso? Fazendo bagunça de manhã cedo.
Ele se virou, seus olhos pareciam inchados, como se tivesse parado de chorar a pouco tempo, se aproximou xeretando as sacolas.
-O que é tudo isso? -sua voz parecia normal, talvez fosse coisa da minha cabeça -Eu já tomei café da manhã.
-Serio? -levantei uma sombrancelha, confirmou com um aceno -Mas prove o meu bolo, por favor, é algo especial, a última vez que fiz estava no ensino médio -entreguei uma fatia para ele, Daniel encarou o bolo.
Observou todos os cantos do bolo e o cheirou, sentou-se no pequeno sofá marrom e deu uma pequena mordida seguida de várias outras.
-Não sabia que coelhinhas faziam bolos de cenoura -Lee preparava-se para pegar outra fatia quando o impedi.
-Porque o senhor me chama de coelhinha? Isso soa meio estranho - encarei seu rosto até que ele falasse.
-Não sei, é você que tem cara e jeito de coelha -sua boca estava suja de chocolate, apenas entreguei mais uma fatia enquanto observava seus lábios largos e carnudos -Você tem o rosto redondo e olhos brilhantes como os de um coelho, mas não é tão astuta como um.
É o ditado, quando o elogio é demais o santo desconfia, ou algo do tipo.
-Se eu sou um coelho você é um lobo cinza e metido -terminei meu sanduíche e servi um copo de suco para mim -Tem esses olhos ameaçadores e quando sorri sempre mostra os caninos pronto para atacar como um lobo.
Ele riu da maneira que descrevi, retribui o sorriso tentando ameaça-lo. Daniel pegou o copo que servi e bebeu todo o suco de uva.
-Eu me pergunto como você era no ensino médio -ele fez um movimento para que eu colocasse mais.
-Eu era o tipo de cara que você não ia querer por perto -mordeu a última fatia e parou de comer, continuou ao ver minha cara de desentendida -Eu fazia parte do time de basquete, minhas notas eram péssimas e eu sempre estava metido em confusão.
-Isso não parece nem um pouco responsável -balancei a cabeça de ombros cruzados.
-Eu admito, se eu não fosse tão irresponsável não teria tido uma filha com vinte anos -limpou a boca com um guardanapo -Eu só tomei juízo depois que a Georgia morreu, e mesmo assim ainda faço besteiras as vezes.
-Como fazer uma pobre funcionária se casar com você -comecei a guardar os potes que trouxe, observei os convites na mesa Daniel Lee e Julie Jones brilhavam em cada um deles.
-Gostou? Eu não sabia que modelo você iria preferir, então pedi que fizessem algumas amostras para que você decidisse -sua voz era calma como se estivesse falando de tecidos e não de algo tão importante como matrimônio.
Meu coração palpitou mais forte, em duas semanas eu seria uma nova mulher, com um novo nome e uma nova vida.
Estava acontecendo e a única coisa que eu poderia fazer era não me apaixonar em hipótese alguma por ele.
Ou teria meu coração quebrado mais uma vez.

~Ai ai Julie, pega esse homem logo meu Deus!
Próxima atualização: Domingo, te vejo lá 🤍

Julie e DanielOnde histórias criam vida. Descubra agora