Acordei com uma leve queimação na minha marca, eu não sentia mais tanta dor, na verdade o único lugar que doía era a marca. Eu estava deitada em um sofá na sala de Anna, ela estava na poltrona com alguns jarros na mesa de apoio e um cesto no colo com algumas ervas. Levantei devagar para me sentar.
- Você parece melhor, como se sente?
- Estou bem. - Disse tirando a mão do pescoço.
Eu não me lembrava o que tinha acontecido exatamente, minha memória estava confusa. Me lembro de estar tomando café da manhã com Anna, e então senti aquela dor e... Anna, ela sabia. Olhei rápido para ela, encarando-a com mil perguntas em meus olhos. Anna estava calma, ela colocou o cesto de lado e veio se sentar ao meu lado no sofá.
- Você deve ter muitas perguntas querida.
- Como você sabia? - Perguntei, mal dando tempo de Anna concluir sua frase.
- Eu vi a marca em seu pescoço quando a encontrei.
- Mas como você sabia o que essa marca significava? Ela poderia ser qualquer coisa, não tem como uma humana normal saber o que ela significa.
- Tem razão. Mas eu não sou só uma humana normal.
- Você é uma loba? - Perguntei incrédula.
- Não, querida. Eu não sou uma loba.
Eu gelei. Anna poderia ter um companheiro lobo ou ela poderia ser uma vampira, a segunda opção me deu calafrios, ela não se parecia nada com a ideia que eu tinha sobre vampiros, mas sabia que poderiam não ser o que aprendi nos livros, já que eu nunca tinha visto um pessoalmente. Apesar da beleza de Anna, ela parecia humana, eu não tinha visto presas nela, mas não havia nenhuma marca em seu pescoço também. Isso estava ficando cada vez mais confuso, eu teria que perguntar para descobrir.
- O que você é, Anna? - Perguntei tentando parecer o mais natural possível, eu não queria deixar meu medo transparecer.
- Eu sou uma bruxa. Uma bruxa de uma linhagem muito antiga.
Acho que não consegui esconder meu espanto. Eu não achei que encontraria uma bruxa na vida, quem dirá que acabaria na casa de uma por acidente. Eu não sabia o que pensar sobre isso, nenhuma imagem que eu tinha de bruxas na minha cabeça era boa, mas Anna me acolheu e cuidou de mim. Eu não sei o quanto poderia confiar nela.
- Não precisa ficar tão assustada menina, você também não é uma humana normal, e acredito que já tenha visto criaturas mais amedrontadoras que eu por aí.
Ela estava certa, eu morei em uma matilha de lobisomens bem assustadores, descobri que minha mãe era casada com um lobo terrível e, de certa forma eu também. Mas isso não deixava de ser inacreditável. Lobos e agora uma bruxa.
- Você se separou de seu companheiro, e isso vai lhe dar grandes problemas menina, você sabe disso não é?
Eu apenas confirmei com a cabeça.
- Eu não posso voltar, ele não me quer mais.
Agora foi Anna que arregalou os olhos.
- Mas isso é impossível. - Disse ela incrédula.
- Eu queria muito que fosse. - Lagrimas começaram a marejar meus olhos.
Anna me deu um abraço forte, me consolando de algo que nem ela acreditava. Eu despenquei em lágrimas. Anna não me soltou em momento algum, ela fez carinho em minhas costas enquanto me reconfortava com uma voz baixa e agradável. Ficamos assim por alguns minutos, até que me acalmei e as lágrimas cessaram.
Anna me olhou nos olhos, tentando encontrar alguma resposta sobre como eu estava me sentindo, parecia me estudar em cada gesto que eu fazia, foi a primeira vez que realmente vi Anna preocupada, a calmaria que seus olhos sempre transmitiam já não estava mais ali.
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Sequestrada Por Um Alfa (Livro 2)
WerewolfBelle se encontra em um mundo completamente diferente do que conhecia. Em um avião para Paris, ela conhece o Alpha Grayson, que descobre ser o amor de sua vida, mas, o que ela não sabia era que essa vida estava prestes a mudar. O alfa possessivo mar...