X - Tesoura do Desejo

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Estou recebendo muito apoio intelectual de muita gente que admiro daqui (ressalvas especiais à Sarah e Mia que tem somado muito ao processo criativo de DB com debates, ideias, referências e canções, obrigada de coração meninas. 🤍), sem contar a saraivada de comentários e elogios que eu AMO ler, e me incentivam demais a escrever para vocês.

Só tenho a agradecer, de verdade. Cês são FERAS!

Capa meramente ilustrativa com Romena pois: pais, e DB é basicamente uma versão remasterizada e full based na dinâmica deles.

Inicia-se uma fase muito, muito sinuosa em Doces Bárbaros. Tenhamos maturidade rs.

Boa leitura! 🤍

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O Restaurante Ilíada era um daqueles típicos restaurantes típicos de Resort inspirados no nordeste e idealizados por sulistas. Esse era o mal de todo empreendimento grande de franquia, não é?

Mas era bonito, realmente. Espaços coloridos, arcos que remetiam as casas antigas de vila, uma parede divisória de ambiente em falsa taipa, iluminações agradáveis, baixas, quentes, cômodas.

Orientei o recepcionista no sentido de recepcionar o homem grisalho na maior das cordialidades, esbanjando simpatia, me entregando ele de bandeja, da forma que eu merecia: manso e pacífico.

Estava vestida para cometer um crime. Optei por um vestido negro de mangas longas, em lurex, colado ao meu corpo, com poucos recortes. Poucos foram os acessórios, acho que o choque do corte de cabelo seria suficiente para Alexandre. Mas ele merecia.

Estava lá com 15 minutos de antecedência. Eu era uma mulher metódica, de acordo com Irina, isso se devia por uma pseudo ascendência no signo de Virgem, se isso faz algum sentido no senso astrológico da coisa.

Mas sendo realista, eu preferia acreditar que minha metodologia toda se devia ao fato de gostar que as coisas fossem ordenadas, em pares, em listas, em blocos, quadradas e corretas.

Até que me ocorreu a aparência de um homem aspiral, que me fazia girar em meio ao ciclo infinito de sua vasta e eterna confusão existencial.

E lá estava, quase que no horário firmado previamente, com o semblante claramente confuso, e um sorriso mais confuso ainda em meio a barba grossa.

E diga-se de passagem - como era estranho encarar Alexandre usando camisa social e calças. Um estranhamento contente, quente, excitante. Porque era um pecado, realmente, aquele homem bronco, numa pompa daquela.

Numa beleza daquela.


- Eita porra... - ele se aproximou de mim, me abraçando em um aperto surpreso. Prolongou o abraço ali, misturando nossos perfumes em um só. - mas o que é tudo isso, hein, mulher? O que aconteceu aqui? Que potência, que dínamo de nova mulher toda é essa?


- Gostou? - questionei sem conseguir segurar o riso, ainda com seu corpo em mim.


- Você sempre se supera. Eu amei, preta. - ele apertou os lábios, observando as pessoas que nos vigiavam. Alguns funcionários fingiram que não estavam encarando nossa tensão. - podemos, Srta. Antonelli?


Sentamos em uma mesa redonda, localizada em uma das encostas do restaurante, a pedido meu. Do meu lado, havia todo um itinerário profissional, dotado de explicações, detalhes, minúcias.

Esotérico - Uma Doce e Bárbara Viagem.Onde histórias criam vida. Descubra agora