• Capítulo Vinte e Oito

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OS BATIMENTOS CARDÍACOS DE WANDA estavam enlouquecidos, as pontas dos dedos fervendo de tanto oxigênio. Por um segundo, nada parecia real – o pedido para que Natasha ficasse, a decisão de contar à melhor amiga que ela talvez, quem sabe, provavelmente estava apaixonada por sua irmã postiça distante, e agora isso.

Yelena olhava para ela boquiaberta, mágoa e raiva irradiando por seu corpo. Agatha estava atrás dela com uma expressão de puta merda no rosto.

— Yelena – disse Wanda. — Eu…

— Não – respondeu Yelena, levantando a mão trêmula.

Wanda soltou um suspiro e se levantou. Sua camiseta estava retorcida, mas ela definitivamente não queria chamar a atenção para suas roupas amarrotadas naquele momento.

— Querida, me deixa explicar.

— Explicar o quê? – perguntou Yelena.

Ela não gritou nem levantou a voz. Wanda quase queria que ela fizesse isso, mas seu tom se manteve baixo, exausto. Triste.

— Que você está, o quê? Transando com a minha irmã e nem se deu ao trabalho de me contar?

— Não, Yelena, eu…

— Então você não está transando com minha irmã?

Wanda piscou várias vezes olhando para a melhor amiga, a vergonha aquecendo seu rosto.

Yelena assentiu.

— Foi o que eu pensei.

— Amiga, que tal ouvir o que ela tem a dizer? – sugeriu Agatha, apertando o ombro de Yelena.

Yelena se virou.

— Você sabia disso?

— Não, ela não sabia – respondeu Wanda.

Mas Agatha deu de ombros e disse:

— Eu imaginava.

— O que é que está acontecendo? – perguntou Yelena. — O que mais vocês estão escondendo de mim? Ah, espera, eu já sei que vocês odeiam o James.

— A gente não odeia ele – respondeu Agatha. — Só não achamos que ele seja o cara certo pra você. Você merece coisa melhor. A gente queria conversar com você sobre isso, mas não sabia como. E, no decorrer da semana, Wanda, Natasha e eu imaginamos que se a gente conseguisse fazer você parar pra pensar em…

— Espera aí – pediu Yelena, levantando o dedo trêmulo no ar. — Você, Wanda e Natasha?

Agatha abriu a boca, depois fechou os olhos.

Aquilo era um desastre. Nada estava indo bem. Wanda não sabia como explicar as coisas, as palavras se emaranhavam em sua língua.

— Ela estava com a gente o tempo todo – Wanda finalmente conseguiu dizer. — E ela… bom… ela é…

— Eu sou boa em estragar tudo – disse Natasha em voz baixa.

Parecia que Yelena ia vomitar. Ficou encarando as três, uma de cada vez, mas seu olhar parou em Natasha.

— Eu não acredito nisso. Faz 22 anos que somos irmãs. Vinte e dois anos de você vivendo distante e fazendo cara de não estou nem pra mais ninguém além de mim.

— Yelena – disse Wanda, a preocupação tomando conta dela ao ver o rosto de Natasha pálido —, espera um pouco.

Mas Yelena a ignorou.

Natasha Romanoff Não Está Nem AíOnde histórias criam vida. Descubra agora