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Mark havia se enfiado em duas rotinas de filmes diferentes. A semanal com os amigos de infância (que, vez ou outra, incluía Renjun - justamente, já que conhecia-os desde pequenos também) e a mensal com os irmãos gêmeos.

Nesse encontro mensal cinematográfico, houve quase cinco meses no meio desde a última vez. Talvez estivesse mais para encontro semestral. Foram as festas de final de ano, as festas da atlética, os desentendimentos pela falta de conversa. Adiaram sem comentar muito, e agora finalmente se reuniram ali.

Na Jaemin não veio dessa vez, o que levou o canadense a ter um frio na espinha, principalmente quando Jeno lhe falou que ele estava com "problemas no paraíso", e essa era justamente a maneira que o outro Lee vinha se referindo ao vínculo entre seus amigos. Optou por não focar nos possíveis conflitos - esperaria Chenle ou Jisung entrar em contato (fosse positivo ou negativo).

O mesmo Jeno implicou que estava de vela nessa sessão cinema caseira, e que estava completamente repulso com essa situação. Sejeong provocou, dizendo se com isso ele implicava ter interesse romântico pelo Na - e ele imediatamente forjou um som de vômito. A insistência e a pirraça não terminou ali, só veio a se satisfazer quando a dupla feminina aceitou deixá-lo no meio das duas e enchê-lo de carinho. Mark diria que ele parecia um filhote de cachorro sedento por atenção, e fazia sentido de certa forma, já que Haechan diz que ele é o típico garoto de personalidade golden retriever.

O trio sentou-se no sofá maior, e no piso sobre um colchão inflável, estava a dupla de mesmo sobrenome, que dias atrás trocava saliva. Próximos e debaixo da coberta, honestamente, era apenas isso que o canadense conseguia pensar - ainda mais quando os dedos quentes alheios entrelaçam-se aos seus, e um dos seus braços busca envolver sua cintura.

Donghyuck não estava agindo diferente, na verdade. Ele sempre foi assim, grudento, meloso e capaz de incendiar o corpo canadense apenas com carícias inocentes. E ele parecia distraído o suficiente, assistindo 10 coisas que eu odeio em você como se fosse a primeira vez, enquanto suas mãos mudam o trajeto no tronco, em busca de maior calor humano alheio.

Minhyung gostava de filmes de comédia romântica, e esse em questão era um de seus favoritos. Ainda assim, estava tão perdido na busca pelo autocontrole, que sequer notou quando sua cena favorita passou. Era exatamente o que havia dito para seu melhor amigo chinês: o garoto ao seu lado lhe deixava lunático em cenários libidinosos (não sabia se era culpa do sentimento intenso por ele, ou por ser o primeiro garoto que lhe deixava excitado de tal maneira. Talvez ambos).

Agora que o menor não entrelaça mais os dedos aos seus, sua mão estava nervosa e soando ainda mais. Ele abraçava sua cintura, com os dois braços, e apoiava a cabeça em seu ombro (mais na altura, na verdade, do seu peito). Engoliu seco, e suspirou, antes de descer a destra para o suporte mais próximo - que acabou sendo a coxa masculina, da perna que quase vinha a lhe envolver também.

Fazia muito tempo que ele não sentia-se assim: Estupidamente apaixonado. O canadense realmente não sabia como lidar, o que fazer, e o que fazia certo ou errado. Para ajudar, ele inevitavelmente bate na tecla de sua bissexualidade não bem-desenvolvida, e sua falta de como agir ou reagir quando seu interesse romântico (ou sexual) é um homem - ao menos, ponto para ele, que não estava indo tão mal até o momento, apesar de seus inúmeros receios.

Os largos dedos espalmavam a coxa, o que trazia mais efeito provavelmente para o próprio dono dos dedos inquietos do que o garoto atingido pelo toque. Instintivamente eles firmavam na carne, antes de soltar novamente. Na terceira repetição do padrão de contato físico, o Lee mais novo respirou mais pesado contra seu pescoço e direcionou-lhe os olhos (Mark estava determinado em evitar, orbes fixadas na televisão, porque provavelmente perderia a sanidade se visse os olhos pidonhos).

Complexo coração: O caso dos gêmeos - markhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora