Finalmente sozinho em casa e com um fim-de-semana pela frente. O João não queria pensar em mais nada. Tudo aquilo tinha sido demasiado intenso, não conseguia sequer processar o que aconteceu. Só queria desligar uns dias, para poder começar a pensar e tentar entender depois. Foi direto para a cama, mas sentiu em si o cheiro de suor e esperma dos seus abusadores. Seriam abusadores? A verdade é que tudo aquilo tinha sido consentido, ele podia ter-se negado, nada o impedia, ninguém o forçou fisicamente, ele obedeceu porque quis obedecer, submeteu-se porque quis submeter-se. Argh.. ok não pensar, tentar não pensar, chuveiro.
Ficou debaixo de água uns bons minutos, sentiu-se melhor depois, limpo, lavado de tudo aquilo.. pronto para dois dias de paz e sossego. Voltou à cama e adormeceu instantaneamente.
Acordou cedo, com o raiar do dia, o pau teso como o aço.. começou a masturbar-se ainda meio adormecido, tinha dormido nu, mas à medida que a excitação ia aumentando a mente ia sendo assaltada pelas memórias da véspera. Mamara o seu melhor amigo de novo, ao fim da tarde foi fodido pelo Pedro e pelo Mauro. O Pedro chamou-o de puta e ele não protestou, a tudo obedeceu. Mauro ria. Que raio fez ele, porque é que lhe era sempre tão difícil agir sem ser pela vontade do seu pau, pau que libertava agora uma nova torrente de esperma no seu torso atlético. Sacudiu algumas gotas da sua mão e respirou fundo.
Estava um sábado de sol, tranquilo. Não tinha nada planeado, apenas o desporto habitual, correr, ginásio ou piscina, mas só lhe apetecia ficar em casa. Vestiu uma tshirt e calções e preparou um café. Sossego cortado pelo zumbido do telemóvel. SMS do Pedro, "já acordaste puta?". Tinha acabado de esporrar, a cabeça estava mais esvaziada, o tesão tinha sido sossegado, não seria guiado pelo seu pau. Decidiu que não respondia. Ok, ele gostava daquelas dinâmicas, era excitante ser tratado como uma puta de vez em quando. Mas não era um papel que estivesse disposto a assumir 24h por dia, todos os dias da semana. O silêncio era a melhor resposta. Eles não eram donos dele.
Toc toc. Batiam à porta, quem raio seria àquela hora? Certamente um vizinho com algum problema. Abriu sem espreitar pelo olho, erro crasso. Era o Pedro que não se fez rogado e imediatamente forçou a entrada no apartamento.
- Queres-me evitar, é?
- Pedro.. dá-me por favor uns dias de paz.
- Não é assim que funciona menino, não decides isso sozinho. Tu precisas de ser guiado e sabes disso. Despe-te.
- Não me dispo nada, como é que entraste no prédio? Eu não sou a vossa puta, eu tenho vontade própria. Vá, por favor, sai.
- Ui, o menino acordou rebelde. Já bateste uma foi isso? E achas que consegues controlar a tusa que tens por me obedecer, por apanhar? Eu sei como despertar isso e pôr-te a obedecer outra vez.
Sem aviso deu-lhe um estado. Pedro não reagiu, respirou fundo e disse.
- Pedro, estou cansado, quero descansar sossegado este fim-de-sema, por favor vai embora.
- Ok.. já vi que acordaste de mau humor. Tudo bem. Não brincamos. Mas ao menos oferece-me um café já que vim até aqui, na verdade só queria saber como estavas depois de ontem.. mas à vinda para cá pus-me a pensar naquilo e fiquei de novo louco de tusa com tudo aquilo que fizemos, que fizeste.. que te fizemos.
João serviu-lhe um café e começaram a falar normalmente sobre aquilo. Na verdade era boa ideia e o João precisava desabafar. Contou-lhe que não sabia ainda como lidar com aquilo, que sim, aquilo excitava-o mas temia sobretudo o futuro da relação com o Mauro, afinal seu melhor amigo e sócio, colega de trabalho. Aquilo era um erro, aquilo nunca poderia funcionar a médio prazo. E a Gabriela grávida, sua amiga também. Ele precisava corrigir aquilo, fazer o Mauro entender que tinham que esquecer o que aconteceu e não repetir aquilo.
Pedro olhava-o curioso, tentava entender a perspetiva do João, mas simultaneamente só lhe apetecia abusa-lo, fodê-lo, espanca-lo... Ele era um espécime raro, alto, espadaúdo, cabelo alourado, olhos azulados, corpo esculpido de músculos, quase sem pêlo. Era um autêntico "Ken", um boneco perfeito para objetificar e maltratar. Era difícil levar a sério as dúvidas e receios do João, até porque ele sabia que o João gostava do abuso. Deixou de ouvir as lamúrias do mecânico, o egoísmo e o tesão estavam a subir-lhe à cabeça, tinha que conduzir aquela conversa para território propício aos seus intentos. Interrompeu-o.
- Acho que estás a pensar demais, a preocupar-te demais. O casamento do Mauro é problema dele e da esposa, não tens nada a ver com isso. Tu és solteiro e fazes o queres, o que gostas, não deves nada a ninguém. E tu gostas de ser abusado, eu vi como te esporraste sem te tocar enquanto o Mauro te comia à bruta. Vais negar que ter dentro de ti o mangalho do teu amigo não te levou à loucura? Que não gostaste dos estalos que te dava, dos insultos que te dizia ao ouvido e dos apertos nos teus mamilos?
- Não é que.. é só que..
- É só que nada. Tu acabaste de bater uma ao acordar e já estás a montar a tenda nos teus calções só com esta conversa, eu estou a ver João, pensas que enganas quem?
- A vida não é só sexo, Pedro! Temos responsabilidades, temos obrigações.. e precisamos de mais que só sexo. O Mauro é o meu melhor amigo e não sei se voltarei a ter a mesma amizade que sempre tive, eu sou solteiro e não gosto de ser solteiro, preferia ter alguém.
Subitamente o Pedro sentiu um enorme carinho pelo mecânico. Debaixo daquela carapaça de homem perfeito havia um coração que só queria ser amado. Levantou-se a abraçou-o. João não se negou e abraçou-o de volta, poisando o rosto no seu ombro. Suspirou. Ficaram assim, apertados e em silêncio, um bom minuto. Até que Pedro falou.
- Eu entendo isso, também estou solteiro há demasiado tempo. Mas não é fácil encontrar alguém compatível com os meus gostos sexuais. O sexo para mim é essencial, eu estou disponível para amar, mas exijo obediência e entrega total de um companheiro. Primeiro escravo, depois companheiro. É assim que eu vejo as coisas. Não consigo imaginar outra forma. Eu acho que nós podíamos funcionar, mas a ordem é essa. Primeiro entrega física total, entrega emocional depois. A confiança é construída a partir de provas concretas e não se constrói em dois dias. O amor à primeira vista é um mito.
João olhava-o sério. A verdade é que aquilo fazia sentido. E a ideia de um futuro relacionamento amoroso com o Pedro agradava-lhe, com essa esperança no horizonte estaria mais facilmente disposto a entregar-se fisicamente. Sorriu. Se calhar estava de facto a pensar demais em tudo e melhor faria em deixar-se levar. Afinal também para ele encontrar um dominador como o Pedro foi um acaso incrível, nunca até aí encontrara alguém tão claramente alfa, macho que sabe o que quer e o exige. Das poucas vezes que tinha tentado encontros desse tipo os homens revelavam-se pouco convincentes, às vezes ficavam logo intimidados pelos seus músculos em vez de imporem as suas ordens.
Pedro percebeu a mudança de atitude. Tinha-o de novo na mão.
- Vá, tira a roupa.
E desta vez o João tirou.
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De sócio a escravo
Romance*********AVISO IMPORTANTE********* ***Esta é uma estória de ficção com forte carga sexual e onde a violência e humilhação são parte das fantasias sexuais dos personagens. Como é só ficção, nem sempre essa violência é apresentada como consentida. Na...