O CORPO. A nulidade de curvas em seu corpo fazia o canto de minha boca subir, o meu – apesar de ser magro – tinha certa saliência tanto nos lados dos quadris quanto no peito, mas ela... bom, eu estava usando critérios humanos, algo que com certeza ela não era.– Deixa eu te ajudar a tirar isso do seu cabelo. – Kiri, alienada ao que passava pela minha cabeça, me chamou para eu me sentar à sua frente. – Você não vai conseguir tirar o sangue com as tranças. – Completou.
Me sentei entre suas pernas logo sentindo seus dedos ágeis desfazerem minhas tranças, enquanto ela puxava aqui e ali prestei atenção no lugar em que estava e como aquilo era inusitadamente mágico, havia um rio dentro da grande rocha que se escondiam os Omatikaya, ele desbocava no céu, mas a água nascia em nenhum lugar – pelo menos de forma lógica, não – a água saía de um amontoado de rochas mais acima de onde nós estávamos, a azulada tinha me alertado para nunca mexer ali, pois se não o rio pararia de correr.
– AI ai ai ai! – Reclamei tentando tirar meus cabelos das mãos dela, contudo parecia que cada vez mais eu puxava, mais doía. – Chega! – Me levantei saindo de seu alcance, franzi a testa quando percebi um tufo de cabelos brancos manchados de cobre emaranhados nas mãos esguias.
– Tirei o nó, agora se senta que eu tenho que passar isso aqui porque se não as manchas não vão sair.
Bufei me aproximando e pegando o pequeno frasco de suas mãos.
– Eu faço sozinha, pode ir. – Indiquei com a cabeça o lugar onde Tuk e Spider haviam ficado.
– Tudo bem. – Se levantou suspirando em tom frustrado. – Qualquer coisa me chama.
Assenti vendo-a se afastar, quando consegui ter o mínimo de privacidade me despi e entrei na água para me molhar antes de passar a infusão de ervas que Kiri tinha me dado, que por incrível que pareça era muito bom, tanto o cheiro quanto o resultado eram maravilhosos.
O banho em si não demorou muito, todavia aquele pedaço de pano com duas cintas não parecia ser compatível comigo, parecia ser pequeno demais ao redor de minha cintura e a corda fina estava machucando a base da minha cauda, quando pensei em tirar aquilo e colocar minhas calças largas um bater de asas me chamou atenção, era um ikran azulado, ele pousou perto de mim.
– O que você está fazendo aqui sozinha? – Neteyam indagou pulando do banshee e desfazendo a conexão.
– Você não estava caçando com seu irmão? – Perguntei me fazendo de sonsa enquanto juntava minhas roupas e as amontoava na minha frente de forma que eu conseguisse me cobrir, estranhei quando não fui retrucada. – Neteyam. – O chamei quando percebi que seus olhos não estavam em meu rosto.
– Não está apertado? – Ele balançou a cabeça para o lado tentando disfarçar o quão sem noção era sua pergunta.
– Eu não sou do tamanho da sua irmã. – Cuspi as palavras o olhando com ranço, aquela coisa apertada ao redor da minha cauda estava piorando o meu humor.
– Você deu duas voltas ao redor da cauda, poderia ter dado uma, ficaria mais confortável. – Explicou se aproximando.
– Eu nunca botei isso, vou pedir ajuda da Kiri. – O parei botando minha mão em seu peito, eu não estava confortável com a situação, eu me sentia pelada usando só aquilo e a presença dele estava me dando nos nervos.
Acho que foi naquele momento que ele percebeu a quão incomodada eu estava, pois fechou seus olhos e se virou.
– Lo'ak caiu da montaria e está sendo tratado, Kiri, Tuk e Spider foram ajudar, se você quiser eu posso te dar uma carona até a tenda, ou posso ir embora. – Engoli em seco, a tenda era longe para ir a pé, se eu caminhasse tanto com isso apertando minha cauda a roupa rasgaria minha pele.
– Fica de costas. – Mandei séria tirando minha roupa, iria colocar o top e a calça para montar com ele.
Achei graça na forma que sua cauda e orelhas se mexiam conforme eu fazia barulhos com a roupa, para me vingar, quando terminei de me trocar me aproximei devagar e assoprei sua orelha, seu susto fez um sorriso se formar em meu rosto.
– Idiota. – Ele falou baixo desviando o olhar e indo para o banshee
O azulado montou e se sentou um pouco para trás para eu me sentar na frente, contudo eu montei atrás dele.
– Agora eu consigo me segurar. – Comentei apertando sua cintura, o animal com que ele tinha conexão reagiu mais ao estímulo do que o dono, esse só colocou uma de suas mãos em cima das minhas, eu o senti tremer.
– Então vamos lá. – Falou tirando o animal do chão.
– É agradável brincar quando você não está se sentindo a presa. – Pensei me divertindo com as reações do maior.
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Tradução do título: Corpo dos Na'viessa é curta, mas achei bem gostosinho de escrever, provavelmente até segunda eu poste mais um cap S2!!!espero que tenham gostadoooo!!!! criticas construtivas são bem vindas!!!!!BJS!!s2 até a próxima!!
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Oel ngati kameie
AdventureDe forma escultural seu corpo se posicionava para puxar a corda do arco, pela magreza devido sua natureza e alimentação de baixa caloria era possível ver seus músculos, muito bem desenvolvidos por sinal, me remetia a de um humano, um humano de dois...