SEM PRESENÇAS AVASSALADORAS, SEM VOZES DO ALÉM, SEM ALMAS PENAS, PELA PRIMEIRA VEZ TUDO ESTAVA CALMO. Era só eu, a Árvore das Almas – vulgo Eywa – e ela, a bela na'vi que de olhos fechados rezava para o ser mais incompreensível que eu acreditava existir.
Estava a um bom tempo ali parada observando aquela cena, Kiri não tinha me notado, e eu nem queria que percebesse a minha presença, afinal ela estava tão envolta em sua própria crença, absorta em algo que... ela parecia amar, respeitar e adorar de uma forma tão genuína.
Então um vento soprou, balançou meus cabelos, balançou os seus e balançou as filas daquela árvore – seria mágico se eu não soubesse que tudo que acontecia ali era fruto daquele ser medonho – quando o vento parou percebi que a figura singela que eu observava ao longe havia sumido, em um lapso de abrir e fechar de olhos.
Decidi me aproximar da árvore e procurá-la, se ela ainda estivesse ali queria mantê-la sobre o alcance dos meus olhos, não por nada, tinha medo de que aquela coisa fizesse algo contra ela, apesar de que eu duvidava que aquele ser era capaz de fazer algo contra seu próprio povo.
Assim que cheguei no alcance das ramas um pressentimento estranho se apossou de mim, poderia não ser nada – afinal, quando você não gosta de algo, quer ficar o mais longe possível daquilo – ou poderia ser algo, se tratando de Eywa, eu não duvidada de nada, pelas poucas, mas malucas ocasiões que eu estive ali, sabia plenamente daquilo.
Felizmente um toque sutil em minhas costas tirou qualquer preocupação do meu corpo, eu sabia quem era, o toque dela me fazia derreter instantaneamente sem medo algum, e era isso que eu estava sentido, um conforto, uma paz, seus dedos deslizaram pelas minhas costas, pela minha cintura, pela minha barriga e quando uma grande mão me puxou pelo abdômen para trás eu arregalei os olhos e me virei, não era Kiri.
– Neteyam? – Falei seu nome como se tivesse acabado de descobrir que um conto de fadas não é real.
Ao contrário de minha fala, seus olhos nos meus me mostravam um brilho mágico, como se ele tivesse encontrado seu conto de fadas, eu achei tão bonita aquela singela expressão que não me afastei da forma que eu pretendia, na verdade eu não me afastei, eu fiquei ali, presa por seus braços me deixando levar por algo que me encantava.
Ele era diferente de Kiri, enquanto ela me atraía com sua doçura e preocupação, sua forma de me cuidar e me tratar, os gestos, as pequenas coisas de forma gentil como se me mostrasse um mundo de rosas, ele parecia tapar meus olhos e me fazer sentir algo sem igual, sua presença desnorteava meus sentidos e seu corpo me envolvia de uma forma mais carnal, estando ali em seus braços, presa em algo que fazia borboletas revoltearem em meu estômago, eu só conseguia fazer o que ele quisesse que eu fizesse.... ou era isso que eu sentia naquele momento, naquele instante em que seu rosto se aproximou do meu e eu vi....
Nada....
Abri meus olhos e a primeira coisa que senti foi o suave toque que havia em minha boca, a sensação tão real me fez lamber meus lábios em uma tentativa de diminuir o calor, sem sucesso eu me sentei na rede com os dedos onde ainda a sensação fervia.
– O que tá acontecendo? – Indaguei saindo daquele transe, não tinha mais nenhuma rede no quarto, me levantei e caminhei calma até ouvir... resmungos e... um choro, alguém estava chorando, Kiri estava chorando!
Corri pela tenda ignorando qualquer coisa, qualquer um em minha frente até que minhas mãos pudessem sentir as bochechas molhadas da azulada, olhei para o seu corpo que tinha leves ferimentos, eu tinha mil e uma perguntas rondando pela minha mente, todavia a única coisa que eu consegui falar quando vi seus olhos molhados foi:
– Não chora. – Minha fala levemente falha por causa da minha preocupação parece que foi o estopim para ela que me abraçou e chorou alto, eu retribui o abraço e encarei os outros ao meu redor. – O que aconteceu?
Neteyam com uma pequena Tuk chorosa no colo encarou Lo'ak, este estava com vários arranhões pelo corpo e chorava de uma forma amarga, um choro culposo que ele tentava engolir, ao seu lado Jake me encarava em pesar, já Neityri estava perto de mim alisando as costas de Kiri tentando confortá-la.
– Fala o que aconteceu. – O Sully empurrou Lo'ak que limpou as lágrimas angustiado.
– Ah.... O Spider... O Spider foi pe-pego pelos hu-humanos. – Entre soluços e lágrimas engasgadas ele contou. – Gente... Ah... A gente tentou pegar ele de volta... mas não deu certo.
– VOCÊS QUASE MORRERAM! – Jake gritou virando seu filho para ele, Neitiry na minha frente se encolheu tentando não olhar para a cena, ela parecia não gostar daquilo, mas sabia que seu filho precisava ser corrigido. – TUK ESTAVA COM VOCÊS! ONDE VOCÊS ESTAVAM COM A CABEÇA? – Após a frase ele se virou para o primogênito. – E onde você estava que não estava cuidando dos seus irmãos?
– Desculpa, senhor, eu me responsa....
– Não, você não vai se responsabilizar, isso é culpa dele, mas você vai ficar mais de olho nele, eu não quero que isso volte a acontecer, ouviram?
– Sim, senhor. – Os dois responderam.
Com um suspiro Jake pegou Tuktirey dos braços de Neteyam e caminhou até nós.
– Ele é um humano filha, ele vai ficar bem. – Tentou confortar Kiri que me abraçou mais forte. – Voltem a arrumar as coisas, nós vamos sair hoje à noite... e... me procura depois, C12, eu preciso falar com você. – Deu as ordens saindo dali com Tuk.
Engoli em seco sem saber do que se trataria a conversa, Neitiry alisou minha cabeça antes de ir ajudar os garotos a... desmontar as coisas?
– E-eles vã-vão matar ele... – Voltei a prestar atenção na garota que me abraçava, meu peito doeu com a voz chorosa dela.
– Não, não vão matá-lo. – Provavelmente vão torturá-lo para extrair informação quase a ponto de matá-lo, mas eu não iria falar isso para ela. – Vai ficar tudo bem. – Completei sentindo meu ombro molhar.
Demorou até ela me soltar e conseguir se levantar, eu não conhecia muito bem o Spider, acho que ele não confiava em mim, só o que eu sei é que ele gostava muito de Kiri, e ela gostava dele... como irmão.
Que bom. – O pensamento que me tomou a mente me fez sorrir de canto, preferia que o humano morresse a que ele voltasse com vida e tirasse a tenção dela de mim.
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TRADUÇÃO DO TÍTULO: Andarilho dos Sonhos
OLÁAAAA, entonces, como estãoooo????
sobre o cap, colocaram ideiotas na minha cabeça, n me responsabilizo.
aceito muito bem criticas construtivas, criticas, comentários, amo ler tudo que vocês escrevem!!!
e é isso por hoje, até o próximo capp!!!!
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Oel ngati kameie
AdventureDe forma escultural seu corpo se posicionava para puxar a corda do arco, pela magreza devido sua natureza e alimentação de baixa caloria era possível ver seus músculos, muito bem desenvolvidos por sinal, me remetia a de um humano, um humano de dois...