Capítulo 40°

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Perco noção do tempo enquanto deixo toda minha raiva sair atraves das lágrimas que lutei pra não deixar cair. Assim que me recupero, saio do chuveiro me troco e fico na sacada olhando o morro.
Me levanto coloco um vestido longo rose e solto meus cabelos, e resolvo dar uma volta pra espairecer. Mas antes que eu saia falcão acorda.
Falcão: ia me deixar sozinho?
Ignoro e continuo me arrumando.
Falcão: morena?
Não respondo e pego minha bolsa pra sair.
Falcão levanta e se aproxima de mim, quando tenta me tocar eu o impeço.
Falcão: o que foi agora?
Jully: nada falcão eu só queria que você não me procure mais, enquanto eu ainda estiver no morro. (Falo séria olhando longe)
Falcão: pq? O que eu fiz? Pq do FDP?
Jully: o Luca não tem nada haver, pq de vc. Eu tô com nojo de você. {Falo e uma lágrima quer escapar)
Falcão: o que eu fiz?
Jully: enquanto eu estava preocupada, vc tava no ninho de amor ou no QG transando. Mas tudo bem, vc é solteiro, só me respeite e não encosta em mim, nunca mais.
Falcão: eu não transei com ninguém, quem tá com ideia errada?
Jully: a menina que você comeu falcão.
Falcão: eu não comi ninguém Jully, caralho meu.
Jully: ela mentiu pra "você"?
Falcão: q?
Jully: eu fui desligar seu celular pra não te acordar e sem querer atendi, e ela estava brava, pq vc não tinha ido pro ninho de amor de vocês. (Falo irônica)
Falcão: agora eu sei do que você está falando, eu não transei com a Carol, eu quase transei, mas não rolou eu não tava com a cabeça nela. Então mandei ela embora.
Jully: ok, agora escuta oq te falei e vai embora, por gentileza.
Ele se levanta bravo e sai batendo a porta.
Eu saio de casa alguns minutos depois e vejo que o morro tá calmo, eu caminho até a casa da dona Ana, resolvo ver o Arthur e amenizar um pouco meu stress.
Bato no portão dela e o meu herói sai pra atender, ele assim que me vê pula no meu colo e me abraça.
Arthurzinho: tiaaaaaaaaaaaaaa, que saudade
Jully: também estava, cadê a vó?
Arthurzinho entra e me puxa pra segui-lo. Dona Ana está na cozinha e assim que me vê abre um sorriso.
D.ana: entra minha menina, senta aí.
Jully: bom dia dona Ana.
Me sento na mesa com Arthur no colo, Micaela aparece assim que escuta minha voz.
Micaela: oooooi Ju (me abraça)
Jully: oi mica.
D.ana: almoca com agt, cadê o falcão?
Micaela: pra ela é Diego dona Ana
Dona Ana sorri.
Jully: não sei. (Falo séria)
E elas se olham
Dona Ana: ele nunca gostou que nós o chamasse de Diego, só falcão.
Micaela: mas pq ? Ele nunca explicou ?
Dona Ana: ele não, falcão é fechado demais, mas a moça do abrigo disse que quando ele chegou ele dizia que só a mãe dele chamava ele assim.
Jully: eu nunca perguntei o pq ele deixa eu chamar ele assim, mas como a senhora disse ele não iria responder.
Elas dão risada
Micaela: ele sempre foi nervoso?
Dona Ana: sim, quando eu conheci ele, ele estava com a cara fechada e a primeira palavra dele foi que não era pra escolher ele, que ele não era produto, pra ser escolhido... Mas com o tempo foi se acostumando, ele é carinhoso e antes de entrar pra essa vida, ele tinha sonhos.
Jully: é difícil mesmo pra criança quando é entregue grande pra adoção, apesar deu entender nós nunca conversamos sobre isso, pq eu entendo que é uma cicatriz dele.
Dona Ana: sim, ele não conversa sobre nada antes da adoção, ele sempre foi fechado e eu respeito.
Falcão: respeita tanto que está contando pra duas estranhas sobre minha vida. (Fala sério)
Arthurzinho corre pra abraçar ele e eu reviro os olhos.
Dona Ana: duas estranhas? Uma é sua mulher e a outra é sua cunhada.
Falcão: eu não tenho mulher. E o William não é meu irmão.
Jully: não começa com suas infantilidades, ninguém tem culpa das suas raivas. (Falo séria)
Dona Ana: você está bem? (Pergunta cautelosa)
Falcão: vim buscar o Arthur. Não me estressar.
Arthurzinho: não pai, fica com agt, quero ficar com vocês juntos. (Fala fazendo manha)
Falcão: não Arthur, eu vou pra casa.
Arthurzinho: só um pouco, por favor (fala com voz de choro)
Falcão concorda e ele leva falcão até a mesa e o mesmo senta de frente pra mim, Karma..
Falcão:
Saio puto da casa da Milena, vou direto pro QG e penso o que devo fazer, pego dois pinos, mas penso no Arthur que não vejo a uns 3/4 dias então, resolvo ir pra casa tomar um banho e buscar ele.
Tomo meu banho e já vou pra minha Coroa, assim que eu chego na casa dela escuto meu nome e a voz da Jully, paro pra ouvir a conversa e isso me desperta algumas lembranças.
~
Falcão: mãe, mamãe ?
Xxx: sua mãe não vem. Vamos.
Falcão: pai, mais cadê a mãe?
Ele não responde e nesse momento o carro para na frente de um lugar grande.
Xxx: essa é sua nova casa, desce.
nesse momento uma moça se aproxima e me tira do carro e no momento que olho para trás o carro some da minha vista
~
Me desprendo das lembranças e acabo com aquela palhaçada, depois da insistência do Arthur me sento pra esperar a boa vontade dele, pra ir embora.
Dona Ana: estavamos conversando sobre você deixar a Jully te chamar de Diego, pq ? Só ela?
Minha mãe me pergunta e eu vejo a Jully virar o rosto, o que significa que ela está ainda com raiva de mim.. 
eu penso em não responder, mas algo dentro de mim queria falar..
Falcão: sei lá, foi uma coisa natural, ela falou e eu não me importei e com o passar do tempo até gostei de ouvir ela me chamar assim.
Vejo a Jully me olhar por alguns segundos e depois virar o rosto novamente.
Dona Ana: estávamos falando também do quanto ela te faz bem, eu não sei o que aconteceu com vocês, mas não espera ela estar longe pra perceber que gosta dela.
Jully: dona Ana, eu não quero ser grossa e me desculpa me intrometer, mas o falcão não gosta de ninguém, aliás, gosta de vcs 3, William, a senhora e o Arthur, fora isso. Todos são objetos na mão dele. Bom pra não estragar o almoço eu vou embora. (Fala se levantando)
D.ana: pode sentar mocinha, voce aceitou almoçar CMG, então sem desculpas.. e eu concordo as pessoas pro falcão são objetos, pq ele está acostumado com isso, mas com você é diferente, ele se importa com o que você pensa ou sente.
Ela da uma risada irônica, mas fica calada.
Dona Ana: fala com ela filho.
Falcão: eu não tenho nada pra falar não, deixa ela pensar o que quiser.. ela sabe o que vivemos, se não acredita. Deixa pra lá.
Jully revira os olhos e todo mundo fica calado...
Arthur puxa ela pra brincar que vai sem rodeios, Micaela vai pro quarto com William e eu fico na cozinha conversando com a minha mãe.
Dona Ana: eu vi você sorrindo sinceramente em 2 vezes na vida. Quando o Arthur e a Heloísa nasceu, depois disso só vi você sorrindo novamente igual, quando estava com ela. Não sei o que aconteceu. Mas não deixa virar passado pra valorizar.
Falcão: eu não tenho que valorizar nada mãe, isso ia acabar de qualquer forma. O que muda é que ela não volta mais.
Dona Ana: e é isso que você quer ?
Não respondo
Dona Ana: Diego?
Falcão: a pronto, agora todo mundo pode me chamar de Diego. Sou falcão mãe, falcão.
Dona Ana: se ela pode eu que criei e dei amor, também posso.
Dou risada e me levanto.
Minha mae me encara confusa e eu saio sem falar nada, me aproximo do quarto só Arthur e vejo que eles estão sentados BRINCANDO de bonecos.
Falcão: filho, sua vó está chamando, vai ver oq é.
Assim que eu falo ele sai correndo e eu entro no quarto e fecho a porta.
Jully: licença, eu quero sair do quarto.(fala se aproximando da porta)
Falcão: só depois de me escutar. (diz parando na minha frente)

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