Capítulo 9

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Tomo banho e deito...

No dia seguinte acordo, tomo café saio com a Micaela pra irmos na casa de algumas famílias que nos ligaram, no meio do caminho encontro a Gláucia e a sua mãe, elas me olham com um sorriso no rosto.

Xxx: oi doutora, obrigada novamente por ter salvo minha filha

Jully: imagina, tá bem Glaucia?

Ela parece surpresa por eu saber o nome dela, e da um sorriso e concorda

Jully: se eu pagar uma clínica, vc se interna ? (Pergunto olhando ela)

Que concorda novamente, pego minha carteira e dou o envelope pra mãe dela, junto com meu número

Jully: se precisar de qualquer coisa, me liguem.   (Digo e saio com a Micaela)...

Subimos um pouco o morro e chegamos na casa de uma casal André e Beatriz, eles estão desempregados e vivem do que conseguem no lixo ou no semáforo, assim que entramos vimos que o barraco deles só tem dois cômodos e que eles tem 5 filhos.

Sr. Andre: eu quero um lar para meus 3 pequenos, pq os grandes já sabem se virar e se nós formos realmente despejados, não podemos carregar todo mundo pra ponte.

Micaela: qual a idade dos três pequenos?

Sr.Andre: 3,5,7

Micaela ela anota e enquanto eu explico todo o processo de adoção e eles concordam, ligo pra Luana e no final da tarde ela está na entrada do beco, pra buscar as crianças, descemos com os 3 e entregamos pra equipe da Luana, voltamos pra favela e eu precisava falar com o falcão sobre o despejo, mas como já estava tarde decidi que conversaria no dia seguinte, chego em casa Milena está no sofá assistindo, cv's um pouco com ela e e subo Micaela ficou pelo morro com o Wilian, eu tomo banho e vou dormir meu dia foi longo...

Algum tempo depois escuto gritaria e a princípio resolvo ignorar, mas quando escuto a voz da Milena sei que é na casa, desço a escada correndo e vejo o falcão encima dela a estrangulando enquanto grita perguntando cadê a filha dele.. o olhar dele estava frio, distante, eu começo a empurrar ele e gritar pra que ele solte a Milena, mas ele continua apertando o pescoço dela, eu consigo, dar um soco no pinto dele e só aí, ele se afasta dela e caminha pra trás ele me olha cheio de ódio, tira a arma da cintura e mira na minha direção, eu continuo imóvel, não tinha oq eu fazer se ele quase matou a mulher que ficou com ele por 10 anos, imagina eu, fechei os olhos e escutei o barulho do tiro, quando eu abri os olhos vi que o William tinha empurrado ele, com isso a bala foi direto pra parede, o William conseguiu segurar os braços dele e arrastar ele pra fora da casa e só nesse momento eu corri pra socorrer a Milena, gracas a Deus ela estava consciente apesar de estar tonta e com dor no pescoço, com a ajuda da Micaela consegui subir ela e a deitar na cama, desço pego um pouco de gelo e deixo enrolado em um pano, fazendo compressa no pescoço da Milena, pra aliviar a dor e não ficar as marcas. assim que a adrenalina passou ela finalmente começou a dormir, então eu me levantei e liguei pra Luana, expliquei oq aconteceu e em 20 minutos ela chegou... Ela chegou desesperada que demorou pra notar minha presença, ela se ajoelhou na frente da Milena e sussurrava que tudo ia ficar bem, enquanto chorava, quando eu ia sair do quarto ouvi ela me agradecer e eu sorri pra ela e fechei a porta...

Micaela: O que aconteceu, pq ele tava tentando matar ela? (Pergunta nervosa)

Jully: Eu queria saber o pq ele não matou o William. (Digo mudando o foco)

Micaela: eles são irmãos, ele tem consciência.

Jully: tem não, ele tava transtornado, não sei que bicho mordeu ele (digo e entro no quarto)

Micaela: Ele iria matar vocês duas.

Encaro ela e entro no banheiro sem responder, dentro do banheiro, respondo as mensagens do meu pai e ligo pra Roberta.

Ro: maninhaaaaaaaa que sdd (grita)

Jully: eu também estou morrendo de saudades. Só liguei pra dizer que te amo e que Jajá tô em casa com você.

Ro: tô esperando, esse dia tá longe ainda (choraminga)

Jully: vou desligar que amanhã meu dia começa cedo, dorme com Deus, te amo

Ro: te amo, cuidado.

Desligo o telefone, tomo banho e vou dormir..

Dia seguinte.

Roberta:

Já faz uma semana que minha irmã está naquele morro e eu não suporto mais essa casa sem ela, minha vida é um saco, eu estudo, antes e depois da escola, não posso trazer amigos em casa ou ir na casa deles, não tenho coragem de mentir e fugir pra ir lá, não tenho a Jully pra me tirar de casa e a Luana esta ajudando a Jully no morro, então também, nao tem tempo pra eu.

Me levanto e saio do quarto, entro na cozinha e dou um beijo na Maria, ela é a minha distração.

Maria: vamos no mercado depois que seus pais saírem, ok?

Concordo com felicidade, liberdade.

Entro na sala de jantar e já escuto meus pais brigando.

Heitor: Cintia, chega eu já disse que não suporto mais seu mau humor.

Cintia: continua passando a mão na cabeça das suas filhas que elas vão ficar ainda pior

Heitor: elas são boas meninas Cintia, todas.

Cintia: todas? Jully não quer ir trabalhar na minha clínica, Luana não quer fazer outra faculdade. Boas na onde? Se a gente cortar as mordomias elas, ficam mais pobres que a Maria (diz ríspidas)

Eu dou bom dia e só aí eles notam a minha presença.

Heitor: oi filha, bom dia (diz e me dá um beijo)

Me sento na mesa e começo meu café em silêncio, na nossa casa todo mundo é light, medo que não queira, nosso café da manhã é granola, iogurte, torrada, café preto, suco natural, frutas e requeijão. Pego uma torrada e imediatamente minha mãe da um tapa na minha mão.

Cintia: Nem pensar Roberta, você não vai ser meu desgosto, come fruta e iogurte.

Meu pai bate na mesa e ela se assusta.

Heitor: chega Cintia, chega. Pra mim deu, não me espera pra jantar (diz e sai da mesa)

Ela começa a pirar e eu já sei onde isso vai dar, então me levanto e saio junto e começo a ouvir os pratos quebrando e os gritos dela, corro e me tranco no quarto.

Esse é apenas mais uma manhã normal, na família Smith, um tempo depois Maria entra no meu quarto, com uma bandeja com torrada e suco natural de laranja.

Maria: ela já foi, come e se arruma pra gente ir no mercado. (Diz e sai)

Eu concordo e como rapidamente, acabo tomo um banho, coloco um short de alfaiataria e uma blusa regata branca, e solto meus cabelos.

E vou atrás da Maria pra gente ir pro mercado.

Chegamos no mercado, e eu vou logo pra área de chocolate, eu sou viciada e só posso comprar quando estou com a Maria, procuro o meu e quando acho só tem um, assim que eu vou pegar vejo outra pessoa pegando antes, droga.

Xxx: foi mal novinha, mas esse é o preferido do meu pivete.

O encaro e ele é lindo, apesar das palavras estranhas e das tatuagens, dou um sorriso e me viro pra sair.

Xxx: posso saber seu nome ?

Ro: Roberta.

Ele se aproxima de mim.

Xxx: quantos anos, coisa linda ?

Ro: isso por um acaso é uma entrevista de emprego? Pq se for saiba que eu não quero. (Falo e saio andando, menino doido)

Xxx: O emprego é de amor da minha vida (Diz rindo) mas não olho pra trás.

Encontro a Maria e continuamos fazendo as compras, assim que acabamos vamos pra casa... Que dia doido e que menino atrevido.

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