Tomo banho e deito...
No dia seguinte acordo, tomo café saio com a Micaela pra irmos na casa de algumas famílias que nos ligaram, no meio do caminho encontro a Gláucia e a sua mãe, elas me olham com um sorriso no rosto.
Xxx: oi doutora, obrigada novamente por ter salvo minha filha
Jully: imagina, tá bem Glaucia?
Ela parece surpresa por eu saber o nome dela, e da um sorriso e concorda
Jully: se eu pagar uma clínica, vc se interna ? (Pergunto olhando ela)
Que concorda novamente, pego minha carteira e dou o envelope pra mãe dela, junto com meu número
Jully: se precisar de qualquer coisa, me liguem. (Digo e saio com a Micaela)...
Subimos um pouco o morro e chegamos na casa de uma casal André e Beatriz, eles estão desempregados e vivem do que conseguem no lixo ou no semáforo, assim que entramos vimos que o barraco deles só tem dois cômodos e que eles tem 5 filhos.
Sr. Andre: eu quero um lar para meus 3 pequenos, pq os grandes já sabem se virar e se nós formos realmente despejados, não podemos carregar todo mundo pra ponte.
Micaela: qual a idade dos três pequenos?
Sr.Andre: 3,5,7
Micaela ela anota e enquanto eu explico todo o processo de adoção e eles concordam, ligo pra Luana e no final da tarde ela está na entrada do beco, pra buscar as crianças, descemos com os 3 e entregamos pra equipe da Luana, voltamos pra favela e eu precisava falar com o falcão sobre o despejo, mas como já estava tarde decidi que conversaria no dia seguinte, chego em casa Milena está no sofá assistindo, cv's um pouco com ela e e subo Micaela ficou pelo morro com o Wilian, eu tomo banho e vou dormir meu dia foi longo...
Algum tempo depois escuto gritaria e a princípio resolvo ignorar, mas quando escuto a voz da Milena sei que é na casa, desço a escada correndo e vejo o falcão encima dela a estrangulando enquanto grita perguntando cadê a filha dele.. o olhar dele estava frio, distante, eu começo a empurrar ele e gritar pra que ele solte a Milena, mas ele continua apertando o pescoço dela, eu consigo, dar um soco no pinto dele e só aí, ele se afasta dela e caminha pra trás ele me olha cheio de ódio, tira a arma da cintura e mira na minha direção, eu continuo imóvel, não tinha oq eu fazer se ele quase matou a mulher que ficou com ele por 10 anos, imagina eu, fechei os olhos e escutei o barulho do tiro, quando eu abri os olhos vi que o William tinha empurrado ele, com isso a bala foi direto pra parede, o William conseguiu segurar os braços dele e arrastar ele pra fora da casa e só nesse momento eu corri pra socorrer a Milena, gracas a Deus ela estava consciente apesar de estar tonta e com dor no pescoço, com a ajuda da Micaela consegui subir ela e a deitar na cama, desço pego um pouco de gelo e deixo enrolado em um pano, fazendo compressa no pescoço da Milena, pra aliviar a dor e não ficar as marcas. assim que a adrenalina passou ela finalmente começou a dormir, então eu me levantei e liguei pra Luana, expliquei oq aconteceu e em 20 minutos ela chegou... Ela chegou desesperada que demorou pra notar minha presença, ela se ajoelhou na frente da Milena e sussurrava que tudo ia ficar bem, enquanto chorava, quando eu ia sair do quarto ouvi ela me agradecer e eu sorri pra ela e fechei a porta...
Micaela: O que aconteceu, pq ele tava tentando matar ela? (Pergunta nervosa)
Jully: Eu queria saber o pq ele não matou o William. (Digo mudando o foco)
Micaela: eles são irmãos, ele tem consciência.
Jully: tem não, ele tava transtornado, não sei que bicho mordeu ele (digo e entro no quarto)
Micaela: Ele iria matar vocês duas.
Encaro ela e entro no banheiro sem responder, dentro do banheiro, respondo as mensagens do meu pai e ligo pra Roberta.
Ro: maninhaaaaaaaa que sdd (grita)
Jully: eu também estou morrendo de saudades. Só liguei pra dizer que te amo e que Jajá tô em casa com você.
Ro: tô esperando, esse dia tá longe ainda (choraminga)
Jully: vou desligar que amanhã meu dia começa cedo, dorme com Deus, te amo
Ro: te amo, cuidado.
Desligo o telefone, tomo banho e vou dormir..
Dia seguinte.
Roberta:
Já faz uma semana que minha irmã está naquele morro e eu não suporto mais essa casa sem ela, minha vida é um saco, eu estudo, antes e depois da escola, não posso trazer amigos em casa ou ir na casa deles, não tenho coragem de mentir e fugir pra ir lá, não tenho a Jully pra me tirar de casa e a Luana esta ajudando a Jully no morro, então também, nao tem tempo pra eu.
Me levanto e saio do quarto, entro na cozinha e dou um beijo na Maria, ela é a minha distração.
Maria: vamos no mercado depois que seus pais saírem, ok?
Concordo com felicidade, liberdade.
Entro na sala de jantar e já escuto meus pais brigando.
Heitor: Cintia, chega eu já disse que não suporto mais seu mau humor.
Cintia: continua passando a mão na cabeça das suas filhas que elas vão ficar ainda pior
Heitor: elas são boas meninas Cintia, todas.
Cintia: todas? Jully não quer ir trabalhar na minha clínica, Luana não quer fazer outra faculdade. Boas na onde? Se a gente cortar as mordomias elas, ficam mais pobres que a Maria (diz ríspidas)
Eu dou bom dia e só aí eles notam a minha presença.
Heitor: oi filha, bom dia (diz e me dá um beijo)
Me sento na mesa e começo meu café em silêncio, na nossa casa todo mundo é light, medo que não queira, nosso café da manhã é granola, iogurte, torrada, café preto, suco natural, frutas e requeijão. Pego uma torrada e imediatamente minha mãe da um tapa na minha mão.
Cintia: Nem pensar Roberta, você não vai ser meu desgosto, come fruta e iogurte.
Meu pai bate na mesa e ela se assusta.
Heitor: chega Cintia, chega. Pra mim deu, não me espera pra jantar (diz e sai da mesa)
Ela começa a pirar e eu já sei onde isso vai dar, então me levanto e saio junto e começo a ouvir os pratos quebrando e os gritos dela, corro e me tranco no quarto.
Esse é apenas mais uma manhã normal, na família Smith, um tempo depois Maria entra no meu quarto, com uma bandeja com torrada e suco natural de laranja.
Maria: ela já foi, come e se arruma pra gente ir no mercado. (Diz e sai)
Eu concordo e como rapidamente, acabo tomo um banho, coloco um short de alfaiataria e uma blusa regata branca, e solto meus cabelos.
E vou atrás da Maria pra gente ir pro mercado.
Chegamos no mercado, e eu vou logo pra área de chocolate, eu sou viciada e só posso comprar quando estou com a Maria, procuro o meu e quando acho só tem um, assim que eu vou pegar vejo outra pessoa pegando antes, droga.
Xxx: foi mal novinha, mas esse é o preferido do meu pivete.
O encaro e ele é lindo, apesar das palavras estranhas e das tatuagens, dou um sorriso e me viro pra sair.
Xxx: posso saber seu nome ?
Ro: Roberta.
Ele se aproxima de mim.
Xxx: quantos anos, coisa linda ?
Ro: isso por um acaso é uma entrevista de emprego? Pq se for saiba que eu não quero. (Falo e saio andando, menino doido)
Xxx: O emprego é de amor da minha vida (Diz rindo) mas não olho pra trás.
Encontro a Maria e continuamos fazendo as compras, assim que acabamos vamos pra casa... Que dia doido e que menino atrevido.
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Em Mundos Diferentes
RomanceEsse livro conta uma história que tinha tudo para dar errado, mas quem sabe não acaba dando certo? Dois mundos diferentes, duas personalidades diferentes, unidos por um destino totalmente sem noção.. se vai ter final feliz??? Isso eu ainda não sei...