Capítulo 3

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Subimos para casa da Milena e após andarmos muito páramos em frente a uma casa simples, entramos e tudo estava bem limpo e organizado…

Milena: fiquem a vontade, a casa é simples, mas é confortável.

Jully: relaxa, o que importa é ser confortável.

Milena: ata, sendo criadas no palácio? Isso daqui é um muquifo.

Micaela: vai lá e veja o verdadeiro palácio, olha essa paz (diz em relação ao silêncio)

Milena: lado bom de morar sozinha.

Ela nos mostra a casa dela e nos chama para comer algo.

Milena: vocês sabem fazer algo? Arroz, ovo? (Pergunta nos olhando)

Micaela: eu faço de tudo, moro no palácio, mas faço parte da plebeia e a Jully, faz o básico pelo menos..

Milena rir e fala que pelo menos não terá que nos ensinar a cozinhar igual fez com a Luana.

Jully: como vocês se conheceram, aqui no morro ou no serviço?

Milena me olha e parece pensar na resposta depois de alguns minutos.

Milena: é, basicamente aqui no morro, acabamos virando amigas. Mas eai, qual o experimento social que vocês querem fazer? Luana não me explicou direito.

Jully: queremos resgatar crianças carentes e em situações de rua.

Ela parece pensar um pouco

Milena: eu prometi para Luana que iria ajudar vocês, então eu levo vocês nos lugares certos, e ajudo vocês a levantarem quais crianças precisam da rede de apoio e qual não, e vemos um jeito de ajudar, ok?

Jully: OK

Micaela tá na janela olhando a vizinhança, enquanto eu ajudo a Milena na cozinha, assim que terminamos a comida, começamos a ajeitar a cozinha.

Micaela: a gente está em que parte do morro? Não vi ninguém armado, ninguem vendendo…

Milena: estamos no início, o morro é grande.. Mas os meninos só ficam expostos a noite, durante o dia tem os pontos certo.

Micaela: entendi, isso é diferente do que vemos na tv.

Milena: em partes.

Fico calada, com meus pensamentos, até que sou interrompida pela Milena.

Milena: você namora Jully?

Micaela: Não, ela tem um caso com um boy a mil anos, mas não tem nada sério.

Eu encaro Micaela incrédula, bicha bocuda.

Milena: e você? (Pergunta para Micaela)

Micaela: não, terminei a algum tempo, o boy não valia nada (diz rindo)

Jully: Micaela não deu sorte no amor, eu nem tento, não acredito nisso e você, namora?

Milena: namorar é bom, mas tem que escolher a pessoa certa. E bom eu  na verdade, não sei... Fico com alguém a alguns meses, mas não sei o rótulo.

Demos risadas da confusão dela.

Jully: você gosta dele pelo jeito que falou, pede você ele em namoro, e sobre eu... No dia que eu sentir que eu realmente gosto, eu penso em namoro, fora isso, tenho coisas mais importantes.

Milena: as vezes gostar não é o suficiente.

Jully: mas se é correspondido, vale a pena o risco, não?

Ela fica pensativa e  muda o assunto.

Milena: vamos conhecer a favela mais tarde, umas 19 tô por aqui, então descansem, vou pro bar da minha vó, qualquer coisa me liguem, meu número está na geladeira...

A gente concorda com a cabeça e ela sai.

Eu deito no sofá enquanto a Micaela sobe para dormi... Fico mexendo no celular, respondendo meus pais e acabo pegando no sono sem perceber... Acordo, percebo que já está escuro, vejo o horário e já são 18 h, subo acordo a mica e começamos a nos arrumar, Micaela põem uma calça, uma regata e faz um rabo de cavalo, eu opto por um vestido longo e faço um coque, descemos e um tempinho depois a Milena entra, ela nos olha de cima a abaixo e dar um sorriso.

Jully: oque foi?

Milena: vocês parecem modelos, até para um passeio no morro.

Jully: nós estamos normais..

Milena: imagina se não tivessem (da risada e sobe)

20 minutos depois desce, com um short de pano e um top e os cabelos soltos.

Nós olhamos e sorrimos, saímos de casa e ela vai nos mostrando cada canto do morro.

Milena: vamos para pracinha, lá tem um campo e vocês vão conseguir ver algumas crianças e analisar as situações, de longe (diz séria)

Concordamos, começamos a subir mais o morro e vimos uns meninos armados, pessoas vendendo droga, Micaela segura meu braço com medo, quando vamos passando pelos meninos eles nos encaram enquanto nos regulam de cima a baixo e soltam algumas piadas, ou elogios, Milena da o dedo pra eles que tão risadas, continuamos subindo até chegar na pracinha, lá vemos um monte de criança, correndo, pulando, e brincando umas com seus pais e outras sozinhas, no campinho tem adultos jogando bola.

Paramos e começamos a analisar o local, anoto no meu bloco as crianças que estão sozinhas, com as roupas sujas ou desnutridas visivelmente e mostro para Milena que concorda e diz que irá analisar, chega um menino loiro, magro e alto e se aproxima da gente.

Xxx: eae bonecas (diz com um sorriso no rosto)

Milena: fala fp, elas não são pro seu bico, vaza.

FP: mas e pro meu coração? (Diz e sai rindo)

Milena: esse é o Felipe, meu primo , não liguem é o jeito dele.

Concordamos com a cabeça ecomeço a olhar o campo de futebol, vejo um menino lindo, branquinho, alto, cabelos pretos lisos, e todo tatuado, fico hipnotizada e quando percebo ele está me encarando também, desvio o olhar , nesse momento vejo que Milena fica desconfortável, não consigo entender bem o motivo, mas ela  nos chama para ir embora levantamos e começamos a voltar para casa dela, quando estamos no meio do caminho uma moto nos fecha, quando eu olho vejo o branquinho do futebol

Xxx: EAE MILENA CARALHO, TA ME VENDO NÃO POHA (pergunta olhando para ela)

EU E MICAELA TRAVAMOS, MILENA CAGA E CONTINUA ANDANDO. ELE ME ENCARA NOVAMENTE, ME REGULANDO E CONTINUA INDO PRO LADO DA MILENA.

XXX: MILENA SE EU FALAR MAIS UMA VEZ, VC VAI SE ARREPENDER(diz gritando)

Milena: meninas, vão indo, eu já vou falar com vocês (diz, concordamos e continuamos andando enquanto ela fica)

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