Capítulo 17

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Micaela:

Sai da casa da dona Luiza, perplexa, quão sortuda eu posso ser ? Para me apaixonar por um homem, que já tem 2 filhas e que nem pensou nessa possibilidade? As crianças nunca vão ser um fardo pra mim, até pq nossa história tem um prazo de validade, mas isso muda a forma como eu vejo ele, como ele pode ser tão relapso ao ponto de não enxerga ou duvidar que as filhas poderiam ser dele???

Chego na casa da dona Ana, ela não está para graça de Deus, então eu vou direto pro quarto dele... Ele está deitado ouvindo música e fumando maconha.

Micaela: oi

William: oi magrela, veio andando ? (Diz se levantando)

Confirmo com a cabeça e ele abraça minha cintura.

William: pq você não ligou, que eu ia no rasante te buscar, princesa (diz e me dá um selinho) pq essa cara? Tá chateada ?

Micaela: um pouco( digo e me afasto dele e sento do outro lado da cama)

William: oq aconteceu?

Micaela: você conhece a dona Luiza?

Ele me encara surpreso

William: olha, eu até conheço uma dona Luiza, mas não sei se pode ser a mesma (diz sério)

Micaela: é uma que a filha faleceu e o filho está preso, conhece ?

William: conheço pow, ela é conhecida no morro como dona lulu, ela é uma cozinheira do caralho. Mas qual foi?

Micaela: as netas delas, estão numa situação horrível, pq essa senhora não tem mais força pra fazer nada sozinha e pediu nossa ajuda.

William: você tá chateada, por isso?

Micaela: sim, ela cuida de 5 crianças que não são delas, e 4 delas não tem mãe e nem pai, e os pais não se importam de saber sobre elas.

William: princesa, a Ingrid não ligava pra nada, ela era linda, mas era doida, um exemplo é que ela nunca contou pra ninguém quem era os pais das meninas... E olha que tem pretendente.

Micaela: você conhecia bem ela?

William: sim... (diz vago)

Micaela: pq esse sim distante? (Pergunto séria) enfim, poderia me ajudar a localizar os pais ?

William: agt namorou, na época da escola, mas dps ela mudou drasticamente agt ia e voltava, até que não deu mais.. ela era pirada, queria todo mundo. É difícil apontar um pai, quando cê tem 19762 opções.

Micaela: qual a última vez que você esteve com ela?

William: de sexo? uns 4, 5 anos atrás . Mas só pra isso.

Micaela: ela já tinha as gêmeas?

William: sim, ela engravidou das gêmeas no fim da escola, agt tinha acabado de terminar e ela tava saindo com o FP e com o JJ.

Micaela: você nunca achou que poderia ser o pai ?

Ele parece pensar um pouco antes de responder.

William: na verdade não, agt tinha terminado a algum tempo, papo de uns 2, 3 meses quando ela apareceu grávida e ela tava com os malucos do morro então eu não procurei saber, até pq se fosse meu, ela falaria... Sempre foi meu sonho ser pai.

Micaela: a mãe dela acredita que é seu... Você faria o teste de DNA?

William: tá maluco, eu vi essas pirralhas nascer, de forem minhas e a Ingrid me escondeu, eu mato ela. (Fala bravo, enquanto anda de um lado para o outro)

Micaela: é apenas uma possibilidade.

Ele para e senta com às mãos na cabeça.

William: claro, mas e se forem minhas? Eu consigo pegar a guarda? Essas paradas.

Micaela: olha, se forem suas, é melhor começar aos poucos, elas já não tem a mãe, tudo que elas sabem ou conhece é a vó e aquela casa, fora que a vó só tem elas também. Então tem que ser feito uma aproximação primeiramente e dps sim, dividir a guarda ou pegar e deixar elas irem pra vó todos os dias, mas com o tempo... A princípio apenas descobri se é ou não e procurar ajudar a vó.

William: ajudar como? Pq as meninas vão continuar sofrendo, mesmo se eu for o pai, pq eu não posso tirar elas de lá.

Micaela: você vai arrumar alguém pra ir lá, e cuidar da casa e da comida, outro pai ajuda pagando alguém pra dar banho,levar e buscar na escola. Outro arruma uma cuidadora pra vó, e todos arcam com as despesas juntos, incluindo a da casa. Posteriormente dá pra ir pegando final de semana, intercalando, pra não deixar a vó triste e só.

William: belê, mas se for minha cria, minhas eu vou ser presente pra caralho, eu vi essas pirralhas nascer.

Eu dou um sorriso e abraço ele.

Micaela: eu não esperava menos de você.

Jully:

O falcão conseguiu o DNA de todos os vapor do morro e disse que tinha alguns moradores que também tinham caso com ela, mas que não ia pegar antes de saber o resultado desses.

Entreguei os sacos com cabelo pra Luana que claramente iria nos ajudar em mais uma.

Luana: uma semana eu trago os resultados.

Concordo e ela sai do morro.

Me sento no meio do fio, no início do morro e começo a analisar as diferenças sociais... Como pode eu nunca ter visto 1% disso em 25 anos ? Sei que somos criados em uma bolha, mas isso é o mínimo, moro na mesma cidade e não conhecia a verdadeira face da cidade...

Roberta:

Estou no mercado com a Maria e claramente procurando o menino de todos os dias, todos os dias nos encontramos e nos encaramos, mas nunca falamos uma palavra, ele virou a distração no meu dia complicado.

Maria: está esperando alguém? (Diz entrando no corredor dos chocolates que eu já estava 20 mil anos)

Roberta: não, só procurando algum chocolate diferente.

Maria: estou indo pro caixa, me encontra logo. (Ela diz e sai)

Eu balanço minha cabeça em frustração e pego meu chocolate, assim que eu chego no fim do corredor vejo o menino dos meus pensamentos, ele passa por mim e me lança um sorriso indo em direção aos chocolates, uso toda a minha coragem pra "deixar", cair um papel com meu número, e torço pra que ele pegue... Encontro a Maria e saímos do mercado, poucos minutos depois vejo uma mensagem no meu whatsapp.

Xxx: adorei a forma sutil de poupar meu trabalho e passar seu contato.

Dou um sorriso e comemoro internamente que meu plano funcionou.

Roberta: já que você não deu o primeiro passo eu tive que dar né.

Xxx: você é muito linda, loirinha... Mas não é pro meu bico.

Roberta: obrigada, você também.

Xxx: quantos anos ?

Eu gelei, se eu falar a verdade babal, ele nunca vai querer algo CMG.

Roberta: 18 e vc?

Xxx: novinha, tenho 27

Roberta: legal .

Xxx: quando poderei desfrutar da sua companhia?

Roberta: não sei, quem sabe mais pra frente... Primeiro quero te conhecer.

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