Capítulo 22

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Arthur senta no meu colo e eu fico enchendo ele de fruta e comida, ele começa a me dar uva na boca e eu já sinto meu estômago latejar... Fico distraída e quando percebo Arthur já está dormindo.. olho o relógio e nada do falcão voltar, começo a ficar preocupada, pq eu não sei nem como chega no carro... Fico perdida nos meus pensamentos até que vejo o falcão voltando, pelo rosto dele vejo que ele já não é mais o falcão de horas atrás e me pergunto, como é possível alguém conviver 24 hrs com uma pessoa instável assim... Ele se senta do meu lado, mas em momento nenhum faz contato visual cmg.

Jully: Oq aconteceu?

Ele me ignora

Jully: Diego... Oq houve, você estava bem

Ele me encara e eu não consigo decifrar oq se passa na cabeça dele.... O trem difícil

Falcão: Nada doutora, isso é um erro. Eu não devia ter trazido voce aqui

Jully: pq, oq eu fiz?

Falcão: nada, mas eu preciso entender que isso não pode se repetir é melhor assim (diz e olha pra água)

Minha vontade é voar no pescoço desse homem e matar ele sem pensar duas vezes, como ele pode ser assim? Uma hora é uma pessoa e questão de segundos se torna outro...

Começa uns pingos grossos encima da gente e o falcão rapidamente levanta e me ajuda a levantar, ele guarda rápido as coisas na bolsa e eu ajeito o Arthur no meu colo e começamos a andar em direção ao corro, entro no banco traseiro, pra poder deixar o Arthur dormir com segurança durante o caminho e o falcão, começa a dirigir pra fora dos matos... A chuva engrossa ainda mais, e a estrada rapidamente enche, falcão me encara e fica tentando raciocinar oq fazer.

Falcão: tem um hotel aqui perto, agt vai pra lá e espera a chuva passar, pelo menos tem comida e é mais confortável (ele fala e eu não respondo, até pq pelo tom que ele falou, isso não foi uma pergunta)

Ele faz o retorno e rapidamente entra numa estrada de barro, estaciona e entramos no hotel... Assim que chegamos uma loira alta, beem bonita bem nos recepcionar, ela simplesmente ignora minha presença e vai direto falar com o falcão.

Xxx: oi amore, quanto tempo... Senti sua falta (ela termina de falar e eu reviro os olhos, patética)

Falcão: quero dois quartos (fala sério)

Xxx: no momento só tenho 1, mas até a hora da janta, terei outro livre.

Falcão confirma com a cabeça e ela começa a fazer o check in dele... Nisso uma senha se aproxima da gente.

Xxx: oi falcão, quanto tempo ( diz com um sorriso no rosto, esse sorriso é familiar) vejo que hoje veio com a família completa, que família linda.

Falcão não reponde nada apenas cumprimenta ela com um aceno pega a chave e anda pro quarto.

Falcão: foi mal, deixa que eu subo com ele (diz e pega o Arthurzinho do meu colo) depois de 3 lances de escadas chegamos no quarto, ele é simples tem uma cama de casa,um frigobar, ar condicionado e um banheiro. Me sento na cama ao lado do Arthur enquanto falcão vai pra janela fumar.

Jully: ela é sua mãe né ?

Falcão me encara e parece pensar na resposta.

Jully: desde quando você sabe? (Pergunto e me aproximo dele na janela)

Falcão: paguei uns cara pra saber tudo sobre ela, queria ela morta... Quando fiquei sabendo que ela tinha um hotel e morava no rio ainda, peguei o Arthur e vim pra cá, ela que falou sobre a cachoeira então eu desisti de matar ela, a raiva sumiu... Mas o vacilo dela ainda tá na minha mente

(Fala e eu coloco minha mão na coxa dele e fico fazendo carinho, pra tentar confortar ele)

Falcão: sua relação com a sua coroa é boa? (Diz me encarando)

Jully: digamos que não, minha mãe idealizou três Barbie e quando a realidade não saiu conforme o planejado, ela surtou... Se ela soubesse onde eu estou, provavelmente eu seria deserdada (digo rindo)

Ele me encara e concorda com a cabeça.

Jully: pq existe ² versão de você ? E pq elas se misturam tão rápido?

Falcão: não existe duas versões, existe o falcão dono do morro, a procedência é que ele é pai, então ele dá uma segurada, mas só existe um falcão, esse daqui (diz sério)

Jully: discordo, por exemplo, você estava sendo o Diego na cachoeira, leve, distraído e tranquilo... Mas do nada virou o falcão, desconfiado, mal humorado, frio... Eu não sei pq, mas você muda completamente

Falcão: esse sou eu, eu não quero te mostrar alguém que eu não sou, eu sou frio, sou calculista e não tenho medo de matar ou de morrer. Não me importo com nada além do meu filho e minha mãe, por isso, isso (aponta pra gente) não pode continuar, eu fui fraco uma vez, quando me envolvi com a Milena e jurei nunca mais cometer esse erro (diz sério)

Jully: você ainda ama ela né ? (Falo o encarando)

Falcão se levanta e começa a da risada

Falcão: eu odeio a Milena, eu só não mato ela, pq ela é a única chance deu achar minha filha novamente um dia, se não .. ela já tinha ido pro espaço (ele fala de uma forma que me arrepia, então rapidamente me afasto e volto a sentar na cama) ele se senta na minha frente e fica quieto

Jully: oq aconteceu no dia que a Milena "sumiu" com a sua filha?

Ele parece pensar um pouco, sinto que mexi na ferida dele, mas eu sei que é necessário pra eu entender o lado dele nessa situação.

Falcão: eu tinha batido ido pro baile, comemorar tínhamos matado dois vermes na semana então, deixei a Milene em casa eu fui comemorar, resolvemos ir pro baile do morro do lado, quando eu tava lá, falei com alguns do vapor do horário e eles não respondiam comecei a suspeitar e voltei pro morro... Praticamente todos estavam mortos, eu passei a noite toda no QG resolvendo as paradas de enterro e interrogando os moradores, na tarde do dia seguinte minha mãe veio atrás de mim e me falou oq aconteceu, cerca de 10 policiais armados entraram na minha casa e além de quebrar minha casa toda, quase mataram a Milena e minha filha... Ela só tinha um ano e a deixaram irreconhecível, Milena não tava em casa e eu não podia sair do morro, então tive que esperar elas chegarem, mas infelizmente só chegou a Milena, ela disse que deu minha filha pra doação, para que ela cresça longe disso tudo.. eu enlouqueci, papo reto não vi nada e nem ninguém só o ódio e jurei que a vida da Milena vai ser um inferno até o dia que minha filha voltar.. (fala e eu vejo que ele tá nervoso, seguro a mão dele e fico fazendo carinho nelas)

Jully: Milena é uma vítima da situação também, infernizar a vida dela é apenas fazer ela sofrer dobrado. (Digo enquanto faço carinho no rosto dele)

Falcão: não ligo, e vou matar todos os vermes envolvidos nisso, pode apostar. (Diz com ódio)

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