Maktub.

sobre aqueles olhos.

Escrever era o que mais me acalmava, não existia coisa melhor pra passar o tempo.
Eu vivia escrevendo poemas aleatórios sobre experiências da minha vida, ou da vida de outras pessoas também.

Mas ultimamente, em 1 semana uma pessoa tomou meus pensamentos, me fazendo dedicar mil e um poemas em modo sigiloso, apenas eu e eu sabíamos, sem terceiros, até porquê, eu não tinha em quem confiar, meus antigos amigos eram todos traíras.
Olhar Yuri me inspirava a escrever vários poemas, seus olhinhos era luz pro meu coração, me deixava transbordando de idéias.

Era mais um dia de futebol, mais um dia onde eu encontro eles e apostamos uma coca, já virou rotina isso e sinceramente, eu amo isso.
Em algumas corridas eu já cansei, estava exausto com algumas coisas em casa, então me sentei observando eles, que tinham muita disposição, disposição de sobra.
Fecho os olhos sentindo a brisa no meu rosto, eu sinceramente amava aquilo, sair de São Paulo rumo aqui foi a melhor escolha que eu fiz.
Sinto alguém sentando ao meu lado, me fazendo olhar o ser que se residia, e pra minha não surpresa, era ele.

- A mudança vem te cansando, né? -
ele me pergunta, seus olhos eram fixados na beira mar, e brilhavam.
- Demais, suga toda minha disposição.
- Imagino.

O silêncio se paira sobre aquele local, nossas mãos se entrelaçaram por cima do pano estampado do Corinthians, foi uma sensação sem igual, ficar ao lado dele sempre teve dessas.
Ele me olha e sorri, que eu retribuo seu sorriso com um mais largo.
Naquele momento nada mais existia pra mim, era eu e ele, ele e eu, apenas.

Yuri levantou e voltou a jogar, eu peguei um caderninho e um lápis, eu estava transbordando de inspiração e aquele seria um momento incrível pra se escrever.
Observo ele e brinco com as palavras na minha cabeça, tentando formar frases, escrevo e apago, escrevo e apago, até formar um poema.

"Aqueles olhos cor de mel
Me dá luz e me leva ao céu
Aquele sorriso que te faz brilhar
Me acerta em cheio, fazendo meu coração palpitar.

Não sei se um dia eu te terei em mãos
Você me escolheria? Eu acho que não.
Mas mesmo assim, ainda te quero apenas para mim
Não sei o que aconteceu, nem como ocorreu, só sei que meu coração ainda é e será apenas seu.

Por favor, me olhe com aqueles olhos de novo, se não eu irei enlouquecer
Acho que...eu já não vivo sem você."

Finalizei meu poema e voltei a apreciar aquele adolescente, lembrando de como eu era quando tinha a idade dele, eu era como ele, solto e decidido, solto uma risada baixa e balanço a cabeça, pensar nisso me dá nostalgia e me lembro dos meus amores de adolescente.
Afasto esses pensamentos de mim e me levanto, deixando meu caderno aberto na página, volto a jogar com todos.

Voltando pra casa, caminhando por aquela calçada preta e branca, um silêncio se habita ali por um bom tempo, um silêncio confortante, até ser quebrado.

- Gostei do poema. - ele fala olhando pra um canto qualquer.
- Você viu???!
- Vi. - ele dá uma risadinha. - Gostei do que li, não imaginei que escrevia bem assim.
- Que bom, fico feliz que gostou. - respondo sem graça. - Foi pra você...
- Oh, obrigado.

Ele olha no fundo dos meus olhos depois de um dia sem olhar, me dando uma turbulência na barriga, era como se eu estivesse o olhando pela primeira vez.
Nossos olhares se cruzaram, mas nada foi dito, apenas sentido.

- Então... até amanhã?
- É... até.

Ele se vira e vai, não sei porquê mas me deu uma sensação estranha, apenas ignorei e segui caminho, amanhã seria mais um dia cansativo e eu não poderia deixar isso me afetar.

Andar por essa calçada realmente mexeu com tudo.

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o poema foi eu que fiz 😁😁😁