Apenas por hoje.

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No final do jogo meu "time" acabou perdendo e tivemos que pagar a tão falada coca, mas confesso, foi divertido.
Sentamos em uma roda pra beber e conversar um pouco sobre coisas banais.
Eles eram divertidos e gente boa, pela primeira vez eu não me senti deslocado em algum lugar, eles me passavam uma vibe muito acolhedora.

Nesse meio tempo descobri dois corinthianos fanáticos como eu, Yuri e Renato, o que me fez me interessar mais ainda pelo Alberto.
Descobri que eles se nomeavam como "os chuta fofo", o que me tirou umas boas e sinceras risadas, e descobri que o Yuri era o neném do grupo, tendo seus 18 anos.
O mais velho, Renato, pegou meu número e me colocou em um grupo.

Depois de algum tempo conversando e bebendo a gloriosa, deu o horário de todos dali, restando apenas eu e Yuri.

- Não precisa ir? Seus pais vão preocupar, se quiser te acompanho. - perguntei preocupado, ele apenas deu uma risadinha.
- Meus pais são de Laranjeiras, eu moro com o Carlos, então não precisa se preocupar.
- Mas não deixa de ser perigoso por aqui.
- Relaxa cara, não tem nada.

Eu o olho e ele dá um sorriso despreocupado, me transmitindo mais calma.

- Sabe...eu tive uma sensação estranha ao te ver. - confesso meio envergonhado.
- Pensei que tinha sido apenas comigo, zoado. - ele dá uma gargalhada.

Eu me viro pra ele, o encarando no fundo de seus olhos castanhos, me hipnotizando de uma maneira surreal, como ninguém nunca tinha feito antes.

- Quer dar um mergulho? - ele me pergunta, me fazendo acordar do transe que ele me fez entrar.
- Ah...claro.

Eu levanto rapidamente e ele levanta em seguida, segurando minha mão e me puxando junto com ele, me arrastando a cada passo que ele dava.
Na beira mar ele solta a minha mão, fecha seus olhos e sorri, sentindo o vento o golpear, que cena maravilhosa de se admirar, eu estava encantado com tudo aquilo.

Ele anda mais um pouco pra frente, se acostumando com a água, molhando seus pulsos e sua nuca primeiro, depois mergulhando de uma vez.

- Não vai vim?
- Tá gelada demais. - falo de braços cruzados.
- É claro Roger, são 23:00 da noite.
- Vou entrar não.
- Larga de frescura.

Ele pega minha mão e me puxa, me fazendo cair por cima dele de uma vez só, sentindo a água gelada invadir meu corpo inteiro.
Depois do susto ele sorri, se divertindo com aquela situação toda que ele nos meteu.
Sua risada ressoa nos meus ouvidos, me trazendo uma sensação de casa, era como música pros meus ouvidos, era impossível ficar puto com aquele cara.

Depois de uma grande guerra de água e uma série de brincadeiras naquela água salgada, nós resolvemos ir embora, estava ficando tarde e Carlos ficaria preocupado.
Pegamos nossas coisas e caminhamos por aquela bela calçada novamente.
Yuri tirou um cigarro do bolsinho da sua mochila e o acendeu, dando um trago e soltando.

- Por que fuma? - pergunto meio intrigado.
- Humm...- ele para meio pensativo, mas voltando a andar em seguida, me deixando confuso.- Não sei, só dá vontade às vezes.
- Mas faz mal.
- Eu sei.

Ele dá de ombros e continua fumando, fico um pouco incomodado mas resolvo não comentar mais nada sobre, deve ser pessoal e ele é muito fechado.
Puxei algumas conversas banais até chegar no final da calçada, ele era uma boa companhia.

- A gente se tromba por aí, Yuri.
- Ah, sim...

O olho por mais alguns segundos, ele parecia querer falar alguma coisa, mas não saia, o que me deixava mais intrigado ainda com ele, eu não o entendo mais.
Me viro pronto para ir embora, até que sinto ele segurar meu braço, me fazendo virar pra ele.

- Eu...posso ir com você? Apenas por hoje...

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Yuri para co isso

eu amo meu Rio 😭😭

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