𝑨 𝑪𝒐𝒖𝒓𝒕 𝒐𝒇 𝑺𝒕𝒐𝒓𝒎 𝒂𝒏𝒅 𝑳𝒐𝒗𝒆

ℭ𝔞𝔭𝔦𝔱𝔲𝔩𝔬 𝔙𝔦𝔫𝔱𝔢 𝔢 𝔘𝔪

Astrea ainda estava vermelha quando Rhyssand anunciou o início das tradições, com direito a palminhas animadas e assobios. A primeira fora Feyre, que gradualmente presenteara todos após fazer um discurso emocionante. Pra surpresa de Astrea, seu parceiro havia ganho uma caixa na qual, assim que a abriu, fechou-a novamente, os olhos marejados e a boca semiaberta, sem fôlego quando se levantou, ainda com a caixa em mãos e abraçou os grão-senhores, os três sussurrando algo inaudível. Em seguida, Aelyx ganhara uma pulseira de fio de prata, com uma pequena lua como pingente, enquanto Helaena ganhara uma rosa encapsulada em uma espécie de cúpula de Cristal, que com a magia, fazia com que a flor jamais se corrompesse e vivesse eternamente. O presente viera de Feyre e Elain, que foram abraçadas avidamente pela mais jovem. Rhaegar e Aegon pareceram ter a melhor noite de suas vidas quando ganharam espadas. Espadas moldadas por ninguém menos que Nesta Archeron, junto a Cassian. Espadas abençoadas por Rhyssand, com design escolhido por Feyre e Azriel, tornando-se um presente de ambos.

Astrea ainda estava distraída em uma conversa com Amren quando ouviu seu nome ser chamado.  A fêmea balançava o pequeno Aemond em seus braços enquanto o mesmo a observava, com os olhos atentos e uma expressão contente, e pelos deuses, como ele se assemelhava a Azriel. Com exceção dos olhos, todo o resto era uma cópia exata, ainda mais do que a Aegon. O pequeno estava com uma das mãos em seus cachos quando ela se virou, com todos a encarando com feições curiosas. Ela piscou uma, duas vezes. Até perceber o seu parceiro ajoelhado ao chão, com o item que aparentemente estava dentro da caixa, agora entre as mãos dilaceradas. Era tão pequeno que ela demorou a perceber, mas ali estava. Um anel de compromisso. Um anel prateado e pálido, com linhas trançadas como só uma, enquanto uma pedra de ametista em formato de losango se encontrava ao meio, com um minúsculo diamante em cada lateral, no entanto, não era o anel, o pedido, ou o ato que a paralisara, mas o sangue entre suas mãos, sangue esse que quando ela desviou o olhar, observara ambos os grão senhores com taças, uma delas, vazia. Seu olhar alternava entre ambas e o illyriano, e quando finalmente foi capaz de se mover, apenas acenou em concordância, incapaz de pronunciar uma palavra sequer. Eles já usavam anéis simbólicos, é claro. No entanto, nenhuma cerimônia ou gesto fora feito daquela forma. E as taças... Ele sabia, então. Provavelmente a própria Amren havia o contado.

Em seu mundo, as mais profundas uniões envolviam uma cerimônia de sangue. Cerimônia essa que envolvia o Corte de algum tecido de ambos, preenchendo ambas as taças para que um provasse do sangue do outro, e quando o fizessem, um beijo marcado pelo vermelho reafirmaria o vínculo enquanto pressionavam o próprio ferimento contra o do outro. Uma forma de dizer que o seu sangue era o dele, e o dele, o seu. Uma forma de jurar o próprio sangue, a própria linhagem e além. Juramentos, Uniões assim eram raros, já que uma vez que fosse feita, não poderia ser desfeita, já que a morte de um, significaria a do outro, além do poder que um exercia sobre o outro. O que significava que, se um indivíduo se ferisse, o outro sentiria também

Estariam ligados ao fim da vida e mais além dela.

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“ ― Como estou? ” perguntara nervosamente ao passar as mãos pela roupa

“ ― Como deveria ser, não? ”

Amren a encarou após terminar com os nós em sua cintura. Ela não sabia como, mas haviam conseguido os trajes tradicionais, uma cópia extremamente semelhante aos do seu mundo, onde trajavam túnicas brancas em degradê com vermelho. Ela encarou a irmã, suspirando nervosamente

“ ― Acha que estou o traindo? ”

Não fora preciso mencionar o nome para que Amren compreendesse quando a abraçou, acariciando suas costas quando respondeu