٠ Capítulo quatorze ٠

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"Você não pode ficar sempre no seu canto da floresta à espera de outros virem até você. Precisa ir até eles algumas vezes."

 ~*~

 ⸺  Eu tenho certeza que foi só um pequeno engano, meu bem. Isso não quer dizer nada, eu consigo ver nos olhos daquele menino. Ele mais que adora você. - Úrsula disse sabiamente. Ela o trouxe para deitar com a cabeça sobre suas pernas, gesticulando para um Ron, de pijamas, subir as escadas. Porque, claro, estava tudo bem, ela tinha tudo sob controle. Mães. ⸺ Ele abriu as portas da casa dele, deixou que os filhos te chamassem de mamãe. Você sabe o quão isso é grande? Eu entendo suas inseguranças, mas você não consegue ver que isso vai além? Muito além?

 Josh se sentiu sombreado por uma capa de calmaria. Sua mãe.

 ⸺ Desculpe, pai. - ele ainda disse quando Ron subia os degraus, acenando com os dedos balançando. Ele virou para cima, os olhos presos na mulher e seu peito inundou em tranquilidade. Ela estava tão certa. ⸺ Eu estive chorando todo o caminho até aqui. É tão tolo, não é?

⸺ Não é. - Úrsula secou suas lágrimas. Ele quis chorar mais e mais. Ele quis chorar um rio por imaginar a quantidade de vezes que fazia aquilo quando Mabelle tropeçava ou Henri tinha um pé dolorido dos ensaios. Genevieve chorava com menos frequência e ainda doía intensamente quando ela fazia. Era algo que ele estava pegando costume. Não quebrar quando os ouvia chorando por qualquer coisa. ⸺ Não, de jeito nenhum. É bom vê-lo pondo isso para fora como eu sempre disse que deveria fazer, sim? Nada de guardar, ninguém acaba bem colecionando lágrimas.

 Pode ter sido ou não impulsivo. Ele pode ou não ter ido bater na porta da casa de sua mãe durante aquela madrugada. Era bizarro ser um adulto e nunca ter realmente passado por algo similar. Paixão era intenso.

⸺ Amo você, sim? - ela apertou a ponta de seu nariz e ele rolou os olhos, leve. ⸺ Agora deite um pouco, eu vou fazer um chá.

 Seus olhos, já marejados, expulsaram as lágrimas. Ela infiltrou os dedos em seus cabelos. Josh se encolheu no sofá quando ela levantou. Era tão óbvio que metade disso veio de seu nervosismo do novo. O temor da inclusão de um novo alguém.

 Seu desejo era retornar, pressionar um beijo ou dois - vagarosos e com gosto de pasta de dentes - e então se enroscar no corpo alheio.

 Haviam algumas mensagens no celular. Ele não checou ainda, mas todas pertenciam ao francês.

 ⸺ Taylor me disse que você tinha novidades. – Úrsula disse um pouco distante. Talvez a voz se tornara distante quando ao que ele desbloqueava o celular.

 Ele viu letrinhas juntas, mas não as decifrou antes de reponde-la: - Eu tenho, sim.

 A primeira mensagem dizia:

 "Me diga quando chegar em segurança, um grande por favor?"

 E a segunda:

 "A noite é terrível sem você."

 Josh esticou os lábios para a tela, o coração saltando em intervalos menores porque era só isso que aquele homem fazia com ele.

 A terceira era de sete minutos atrás e dizia: "É muito irritante enviar mensagens quando você realmente está chateado comigo?"

 Por que ele era como...Ugh?!

 Josh não conseguia ter o suficiente daquilo. Nunca. De todo aquele cuidado, da implicância, das massagens, do carinho em seu rosto, dos beijos de boa noite, de cada coisinha.

 E aí chegou outra, naquele segundo, soando tão suave e natural que corroeu suas entranhas e inchou seu coração:

 "Je t'aime."

Roma & Julio || N.BOnde histórias criam vida. Descubra agora