"Assim como as constelações e montanhas esculpidas. Assim como as árvores profundamente enraizadas e riachos borbulhantes, você não está aqui por engano."
*
Não é como ele espera que seja, não mesmo. Josh não lembra de tanta coisa ou qualquer coisa do trajeto envolvendo o carro até o hospital, porque aparentemente ele não funcionou mais. Ele lembra de luzes fortes no interior de uma sala, um consultório (?) talvez. Vozes que engatinhavam para dentro de seus ouvidos, abafadas, distantes.
Ele não tinha certeza se todas as partes foram reais ou pequenos fragmentos de lembranças rodando como um disco dentro dele, porque ele mal reconhecia os objetos ao redor. Era tudo um borrão. O que o impediu de entrar em desespero foi o rosto borrado de Noah e a pressão que sua mão fazia sobre a dele.
Estava tudo bem.
"Estou aqui com você. Tudo bem, amour. Cuidei de tudo", é o que o aperto, colidindo com suas falanges, diz. "Ei, você está indo bem."
Vai ficar tudo bem. Ele não hesita em confiar nisso, decide que não precisa segurar os olhos abertos.
***
"Ele vai ficar bem", o garoto é capaz de ouvir Genevieve entre um soluço e outro. Ela o conforta, tem feito isso desde sempre. Henri gosta de como ela decide fazer isso na língua deles; é como ouvi-la cantar uma canção de ninar. Macio, familiar, favorável. "Ei, me escuta. Josh está bem. O que aconteceu?"
"É minha culpa." Sussurra.
Mas não é. Bem lá no fundo, ele sabe que não é. É só que ele tem medo, porque eles não têm um bom histórico em manter as coisas assim, quando tudo está bem. É como se eles sempre escalassem de um buraco para cair no próximo.
O quarto está vazio, Wendy e Taylor estão preparando cookies para distrair Mabelle. Ela está bem, apenas confusa e agitada. Vie parece uma bagunça quando pendura o olhar sobre o garoto, um suspiro lhe escapando, e dizendo "Não é- isso não é sua culpa. Acontece, eu acho, às vezes acontece. É normal."
"Normal?"
"É, Henri. Eu acho."
De algum modo, essa informação não é satisfatória. "Então por que papa não parecia preparado? Ele disse no telefone: ' Josh apagou, Josh não acorda!' Você ouviu também. Não era assim que deveria ser, Gene. Ele não podia apagar."
Ela deita, olha para o teto com o universo pintado. Meio que um universo. Wendy preparou esse quarto para eles. Ela e Josh pintaram estrelas e planetas e a sombra do lustre se movendo parece fazer o quarto girar.
"Talvez não, então. Mas ele vai ficar bem. Por que isso seria sua culpa?"
Henri só seca as lágrimas que estão pulando para fora e molhando seus cílios. "Porque eu escolhi ir. Bea. Eu só queria falar com ela, não sabia que Mama precisava ter o bebê."
Ela encaixa um pouco de silêncio entre isso e o que vai dizer, porque ela não sabe o que vai dizer ainda, mas sabe que não é culpa dele.
Decide perguntar "Como foi?"
E não é o que ele esperava, mas agora que a pergunta paira no ar, Henri não tem uma resposta concreta. Ele apenas não sabe.
Dá de ombros.
Não é que ele não tenha gostado, foi apenas quilômetros de distância do que ele pensou que seria. Ele não via mais Bea como costumava ver.
Ela parecia diferente.
Ela não pediu desculpas, provavelmente não sentia que deveria. Ela era uma estranha.
Genevieve solta um:
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Roma & Julio || N.B
FanfictionADAPTAÇÃO AUTORIZADA AUTORA @ hsmpreg [Concluída] Tudo está okay na vida de Josh. Ele é um professor de inglês pacato do ensino fundamental, até que Noah, o novo professor francês de artes cénicas, entre em cena. Adaptação autorizada!!