٠ Capítulo dezenove ٠

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"quero que se lembre: um dia, você abrigará tanto amor dentro de si que será capaz de calar todos os poros infectados pelos traumas que deslizam pelo seu corpo."

 *

 "Sinto muito" É madrugada de ano novo, Noah prensa Josh na parede azulejada do banheiro com seus olhos azuis suplicantes. "Muito, muito, amour, por tudo o que tem acontecido por aqui. Comigo. Eu tenho deixado isso afetar tanto você, as crianças, e isso só não deveria ser assim, sabe?"

 Josh sente o cheiro de shampoo de banana quando seus dedos migram para os cabelos castanhos, as falanges meio enrugadas pela quantidade de tempo em que estão no banho, a barba de Noah, ainda por fazer, pinicava em seu pescoço.

 "Eu entendo" a água parece menos quente. "Você precisa tomar essa decisão, e não por você, por todos eles. É difícil precisar fazer a coisa certa, com medo de que não seja tão certa assim." É de compreensão que Noah precisa, Josh sabe, escorregando carícias pela nuca afetuosamente. "Eu entendo, ok? Tudo bem, são seus filhos."

 "E eles são tudo", Noah transfere esse beijo deslizado em seu ombro, suas mãos escorregando para as laterais da barriga enorme que possuía agora. "Vocês são tudo."

 Josh suspira. "Você e eles. Noah, você sabe que eu amo aquelas crianças. Elas são tudo. Eu não consigo imaginar um futuro sem elas", o francês observa aquelas palavras saírem de sua boca e as beija para dentro. É só um selar curto, íntimo. "Você sabe."

 "Eu vou deixá-la fazer isso" ele murmura. Josh tenta não reagir negativamente, tenta não enrugar seu nariz ou mastigar o lábio. A sensação receosa em seu peito precisa ser abatida, retalhada, e cuspida para fora. Ele tem tentado isso no lugar de digerir o que acha podre, o que é veneno. "Se você concordar", Noah decreta.

 Isso é muita responsabilidade.

 E pressão.

 Mas ele gosta de ter sido incluso nessa decisão, é importante. É fazer parte, ter voz, e Josh aprecia.

 É claro que ele tem medo, é claro que Beatrice não tem a melhor imagem agora. "É complicado", certamente não é uma conclusão, mas Noah é paciente e esfrega o polegar em sua bochecha. "Ela é mãe biológica deles" ele diz.

 O francês parece desapontado.

 "Eu não disse que foi uma, Noah, não é o que eu acho. Mas ela teve um tempo com Henri e Genevieve, ela foi importante na vida deles."

 "E então foi embora" retruca. "Eu disse uma dezena de vezes que não dava a mínima se ela decidiu ir ou não, porque era o sonho dela. Isso não era. Ter uma família não era. E ser egoísta...Eu não queria. Mas a maneira que ela machucou eles, isso foi cruel." Josh entende, olha para o chão, os respingos de água descendo em suas pernas juntas. Isso é difícil. "Mas eu tenho essa sensação de que, se ela levar isso para o tribunal... Josh, eu não...Não sei. Dividir guarda? Fazê-los pular de casa em casa e confundi-los dessa maneira não é o que eu quero."

 "Eu sei que não", ele se obriga a olhá-lo nos olhos dessa vez, sente-se seguro o bastante. Noah está se derramando um pouco, com umas lágrimas ovais e que trazem uma dor aguda quando ele tenta disfarçar, secando com as costas das mãos. Nada justo. "Nós vamos fazer funcionar, ok? Ninguém vai tirá-las de você, juro que não."

 Ele assente com um sorriso espetando nos lábios, um pouco tímido e flexível em relação aos sentimentos. Josh beija o espaço abaixo de seus olhos, úmido do banho e do quase choro, o puxa para mais, mais e mais perto.

 "Nós vamos falar com Genevieve primeiro, depois com Henri e eu quero que eles estejam lá quando contarmos a Mabel. Não agora, quando tiver certeza. Oui?"

Roma & Julio || N.BOnde histórias criam vida. Descubra agora