Dursleys

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   Harry piscou, tentando afastar as manchas pretas em sua visão.  Seus olhos encararam o chão,  com medo de olhar para cima.

  Seu braço doía por causa do soco que acabara de levar. Estava de joelhos, curvado em suas frágeis e machucadas pernas.

Ele sentia vontade de chorar, mas não gostaria de dar essa vista prazerosa a sua família.

  Não... Aquilo era mentira... A verdade era que ele não conseguia chorar, mesmo que realmente quisesse.

— Eu mandei você olhar para mim quando falo com você, sua aberração!— Seu tio gritava com o rosto extremamente vermelho de raiva.

  — Eu mandei você olhar para mim quando falo com você, sua aberração!— Seu tio gritou com o rosto extremamente vermelho de raiva. Parecia que ia explodir.

  Harry olhou instantaneamente para o homem, pressentindo que levaria outro murro se não o fizesse. Sua tia e seu primo estavam atrás do mais velho. Dudley exibia um sorriso satisfeito em seu rosto rechonchudo.

— Você não se cansa de causar problemas!? Tinha tanto lugar para fazer essa-essa coisa patética e você fez no banheiro da escola!? — Ele continuou, sua voz parecia cada vez mais aguda e forte. — Você quer se machucar!? Então deixa que eu te mostro como se faz! — Tio Valter agarrou ele pelo cabelo, puxando-o para cima brutalmente. Harry sentiu os olhos lacrimejarem com a dor enquanto era jogado contra a parede, seu corpo doeu com o impacto.

  Esse mesmo impacto fez Osamu acordar.

  Ele abriu lentamente os olhos , levantou-se calmante e se espreguiçou. Esses tipos de sonho, ou melhor, lembranças;  não surpreendiam mais. Eram frequentes e  repetitivos.

  Dazai se trocou, vestindo suas roupas formais como sempre e o casaco de Mori meio contragosto. Foi até o banheiro fazer sua higiene básica e trocou as bandagens de seu olho por umas menos gastas.

  Ele sabia que hoje não seria um bom dia. Não sentia vontade de ver os Dursley e sabia que o sentimento era recíproco; mas, infelizmente Ougai provavelmente estava certo. Seus tios devem saber de alguma coisa sobre a magia.

   Falando no diabo...

  O doutor já estava pronto para ir. Entregou uma maçã à Dazai e pegou Elise no colo (mesmo que ela tenha reclamado um pouco)  e conduziu o garoto enfaixado com uma mão em suas costas, sorrindo ao ver que o menor estava vestindo seu casaco.

  Osamu não sentia muita fome de manhã, mas resolveu comer a maçã porque ela estava com uma aparência vermelhinha muito suculenta. Deu uma última mordida quando saíram do prédio e entraram no automóvel chique que os esperava na esquina próxima.

— Aeroporto. — Mori disse ao motorista de forma direta e o homem obedeceu. Durante o caminho, os de gênero masculino ouviram as notícias e Elise olhou sem interesse pela a janela.

   

                   ——oOo——


Eles estavam na frente da antiga casa de Osamu, esperando alguém atender a porta. A casa ainda era a mesma, igual a todas as outras da rua. Não havia diferença ou personalidade.

Mas isso era esperado dos Dursley.  Eles nunca pareciam expressar personalidade única ou estilo próprio. O medo do diferente e do que consideravam anormal era tão grande que os impedia de serem pessoas únicas.

  Isso, claro, era algo que humanos tinham naturalmente.  Estava no instinto.  Mas a maioria também tinha a curiosidade. Que era o equilíbrio para esse receio.

No Longer Muggle  (Harry Potter × BSD Crossover)Onde histórias criam vida. Descubra agora