No Longer Muggle (Harry Potter × BSD Crossover)

O 69° Início

O Senhor e a Senhora Dursley, da rua dos Alfeneiros, n°4, se orgulhavam de dizer que eram "perfeitamente normais, muito bem, obrigado". Eram as últimas pessoas no mundo que se esperaria que se metessem em alguma coisa estranha ou misteriosa, porque simplesmente não compactuavam com esse tipo de bobagem.

O Sr. Dursley era diretor de uma firma chamada Grunnings, que fazia perfurações. Era um homem alto, corpulento, e quase sem pescoço, embora tivesse enormes bigodes. A Sra. Dursley, chamada Petúnia, era magra e loura e tinha um pescoço quase duas vezes mais comprido que o normal, o que era muito útil porque ela passava grande parte do tempo esticando-o para fora das janelas para espiar a vida dos vizinhos. Os Dursley tinham um filhinho chamado Dudley, o Duda, e em sua opinião não havia garoto melhor em nenhum lugar do mundo.

A vida deles poderia ser perfeita se não fosse pela peste magricela que morava junto com a família. Quase oito anos haviam se passado desde o dia em que os Dursley acordaram e encontraram ele na frente da porta. O casal, porém, fez questão de esconder qualquer indicação de que aquilo vivia alí, com eles.

Harry Potter, o magricela que dormia no armário debaixo da escada, tinha uma beleza invejável e admirável, e isso só o tornava mais perturbador.

Na opinião de Petúnia, Potter se parecia muito com a mãe. Os traços delicados e de uma aparência quase feminina, que escondiam uma mente deturpada e habilidades anticristo, faziam a pobre mulher querer gritar. Aquele monstrinho tinha o mesmo nariz, o mesmo rosto de boneca e a mesma pele pálida de Lily.

Mas também tinha os cabelos do pai, escuros e ondulados, bagunçados por natureza- Mesmo que os de Harry fossem mais controlados. Os olhos de ambos também eram iguais: castanhos. Mas algo com os do filho parecia mudar constantemente; algumas vezes pareciam completamente pretos, como um buraco negro; em outras, um brilho vermelho refletia nos olhos castanhos, deixando-os com uma aparência demoníaca.

Potter também simplesmente não conseguia fazer nada certo. Ele queimava o café da manhã, deixava um pouco de pó nos cantos da escada, lavava as roupas com o sabonete que Dudley não gostava e fazia coisas estranhas, como resmungar sobre sentir frio o tempo inteiro ou encarar por um longo tempo qualquer cão preto que via na rua. Ele também colava nas provas da escola, pois era impossível tirar 10 em todas.

O senhor Dursley, Válter, sempre corrigia aquela... Aberração, é claro. Mas nada parecia adiantar. Não importava o quanto a pele fina das costas de Potter ficasse marcada pelo formato do cinto, era sempre a mesma coisa.

Porém, para a felicidade da família, tudo isso estava prestes a mudar.

Os Dursley nunca foram do tipo que viajava muito para os outros países, mas resolveram ir para a cidade de Yokohama , no Japão, para comemorarem o aniversário de oito aninhos de Duda. Eles iriam visitar festivais e restaurantes nas cidades vizinhas também. Foi uma ocasião rara.

Aparentemente, o porto de Yokohama estava menos rígido com quem entrava e saía da cidade naquele mês, então um amigo de Válter ofereceu para levá-los.

A família Dursley ficou extremamente chateada por ter que levar a aberração com eles, mas não havia ninguém com quem deixa-lo e ele não podia ficar sozinho, pois ele provavelmente tentaria tirar a própria vida e iria sujar a casa de sangue. O pequeno ingrato não dava valor nem a própria vida, que os tios tanto tentaram manter. Bem, que ele voltasse para perto dos pais se tanto queria!

A viagem teve poucos imprevistos e logo estavam em Yokohama. Eles chegaram no hotel e deixaram Potter lá enquanto foram dar um passeio pela cidade.

Tomaram sorvete, visitaram muitas lojas de roupas e comeram em dois restaurantes diferentes por pedidos de Duda. Tudo estava sendo perfeito!