O Contrato

Página XVIII

Era noite, já passava das 10h, mesmo assim, Naruto estava vestido formalmente e pronto para sair. Vestia uma terno branco e lenço, sem gravata. Estava tudo bem até aí, poderia pensar que ele apenas iria para um reunião de família urgente, mas o motivo de estar tão preocupado era por causa de sua reação ao ler a carta.

Estavam na sala na hora, Kabuto, o mordomo, apareceu falando que enviaram uma carta, da mansão principal. Assim que Naruto leu, se levantou espantado e disse para o esperar em casa.

Estava inquieto e preocupado. O que tinha naquela carta para o deixar tão preocupado e furioso? Ele nem o deixou ler, simplesmente jogou o papel na lareira e saiu apressado para se arrumar.

—Está tudo bem?— Perguntou cauteloso. Ele murmurando que estava, mas não se virou para responder, apenas terminava de se arrumar em frente ao espelho.

Então suspirou e caminhou até ele. Pôs uma das mão em sua costa e o chamou novamente, dessa vez sendo respondido.

—O que houve?— Questionou preocupado. A expressão triste dele o preocupava. Ele então se virou e o encarou, e antes de tocar seu rosto, pôs as luvas. Sasuke estranhou, mas não disse nada.

—Me desculpe.— Disse baixo. Sasuke o olhou confuso e mais preocupado ainda. —Apenas...desculpe.— Ele lamentou e suspirou. Soltou seu rosto e saiu do quarto.

Sasuke nem mais quis o seguir. Levou a mão ao rosto pensando em que raios estava havendo.

—Desculpa pelo quê?...

『✒️📜』

Deidara cruzou os braços e olhou para o irmão no outro lado da sala, sentado numa cadeira de madeira, de pernas juntas e com a camisa branca manchada de sangue. O quanto seu pai o bateu para ele sangrar. Fechou os olhos e se arrepiou só de lembrar do som do cinto batendo nele.

A mansão inteira ficou agitada.

—Está com pena?— Questionou seu pai sentado em sua poltrona, tomando um copo com álcool. Franziu as sobrancelhas e olhou o irmão.

—Não.— Respondeu firme. Se dissesse outra coisa além disso, pareceria que estava passando pano. —Mas se ele não tratar logo esse ferimento pode...— Apenas se calou ao ver seu pai o encarar sério. Ele realmente estava furioso.

Era de se esperar, Nagato cometeu pecado e crime, e no clã Uzumaki, atos como esses são vistos como desgosto e vergonha, nojo. Violar alguém, se ele não fosse nobre, sua cabeça já estava rolando a tempos.

De repente ouviram sons de passos rápidos e pesados, no mesmo momento Minato se levantou pondo o copo na mesa.

—Seu irmão chegou, prepare-se.— Avisou para Nagato, este que se levantou nada contente por estar nessa situação.

A porta foi aperta com grosseria e logo Naruto já estava próximo a Nagato. Minato mal teve tempo de reagir, Naruto deu um tapa forte o bastante para fazer Nagato cair novamente na cadeira, pondo a mão no rosto.

—Naruto!— Chamou seu pai, mas o loiro mais novo nem ouviu, cerrou os dentes enfurecido com o irmão mais velho.

—Você me decepciona!— E ao ouvir, Nagato riu nasalado e limpou o pouco sangue nos lábios. Era como a cópia do pai, mesmo face, mesmas palavras e ações. —Você ousa rir? Eu deveria lhe bater mais por cometer atos tão profanos, se não fosse meu irmão!— Bufou enquanto era tirado de perto do ruivo, por seu pai.

—Bem o papai já bateu o suficiente.— Disse Deidara se aproximando.

—Parece que não é suficiente.— Nagato mordeu os dentes e encarou o loiro mais novo cerrando os olhos.