O toque quente das mãos unidas quase conseguia disfarçar o frio que o vento gélido proporcionava.
Kazuha e Sakura caminhavam pela praia, sentindo a areia molhada sob os pés descalços e aproveitando a luz da lua que parecia ainda mais bonita naquela noite. Uma brisa fria fez a de cabelos pretos agarrar-se ao braço da namorada, buscando um pouco mais de calor humano.
Aqueles dias na casa de praia estavam sendo perfeitos.
— Está com frio? — Kazuha abafou uma risada. Achava adorável tudo o que a namorada fazia, mesmo que estivessem juntas há dois anos.
— Um pouco. — A de cabelos pretos disse baixo, de forma quase inaudível. — Eu gosto do cheiro do mar. É relaxante. — Ela permitiu-se fechar os olhos por alguns segundos e ouvir o barulho das ondas quebrando, era um som ambiente maravilhoso.
— Fico feliz que esteja gostando daqui. Sempre quis te trazer, mas infelizmente nunca tive a oportunidade. Até agora. — Kazuha olhou para a namorada ainda de olhos fechados e sorriu sem mostrar os dentes.
O olhar da de cabelos pretos encontrou o seu logo em seguida e os lábios se desenharam em um sorriso terno.
— Você ainda me olha como se eu fosse derreter sem o seu amor. — Sakura riu baixo.
— E você vai?
— Talvez. — A japonesa mais velha brincou, parando de andar e puxando Kazuha para um abraço. Ela adorava ter a altura perfeita para encaixar o rosto na curva do pescoço da mais alta. — Eu queria ficar aqui pra sempre.
Sakura não sabia se estava falando sobre aquela praia ou sobre estar nos braços da amada. Talvez fossem as duas coisas.
Kazuha riu nasalmente.
— Eu também queria, mas não esqueça que deixamos duas loucas sozinhas e ainda precisamos buscá-las.
Por um raro momento, a Miyawaki até esqueceu-se sobre o porquê de estarem ali e acabou acompanhando a namorada em uma risada baixa.
— Me pergunto se ainda estão vivas. — Sakura brincou, mas realmente temia o que iria encontrar ao voltar.
— Elas precisam estar, sou muito nova para ir presa. Ainda tenho uma vida pela frente e pretendo me casar com você, ter filhos... — A morena usou de um tom dramático e conseguiu aquecer o coração da mais baixa com as últimas palavras.
Sakura deixou um leve selar na pele alva do pescoço de Kazuha.
— Parece que o nosso futuro em família depende daquelas duas.
— Definitivamente. — Kazuha respondeu.
Os braços da mais baixa rodearam a cintura da namorada, sentindo o calor por baixo do casaco verde musgo que a mesma usava. Sakura encarou o olhar carinhoso da mesma, depositando um selar em seus lábios antes de voltar ao assunto.
— Eu estou com saudade. — A Miyawaki admitiu. Nunca antes ficou tanto tempo longe da melhor amiga.
— Odeio ter que admitir isso, mas eu também sinto falta daquela implicante. — Kazuha referiu-se a Yunjin.
Sofria muito com a melhor amiga a zoando quase o tempo todo, mas agora parecia estranho não a ter falando besteira pelos cantos.
— Só mais alguns dias... — A de cabelos pretos disse lembrando-se de quando voltariam.
— Menos de uma semana. — Kazuha constatou.
Voltariam no final de semana e a morena esperava encontrar a casa no mesmo estado em que deixou ou teria sérios problemas com os pais. Aquela casa era como uma herança de família e mesmo que não acreditasse que aquelas duas fossem virar a mesma de cabeça para baixo, ainda existia a possibilidade.
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Acaso Prometido | Purinz
Hayran KurguCansadas de ter que aturar suas melhores amigas em um pé de guerra há dois anos, as namoradas, Kazuha e Sakura, decidem bolar um plano como uma última tentativa de fazer aquele inferno acabar de uma vez por todas. E o plano envolvia: uma casa de cam...