littleSpace

saboneteira

POV maraisa

-A marilia pega pesado com você, hein? - Dorcas diz, assim que entramos na sala, seguidas por Ed.

-O que houve? - O ruivo pergunta, fechando a porta atrás de si.

-Segundo a desculpa que ela deu? - Pergunta para Ed que sorri maliciosamente. - Ela escorregou no banheiro e, misteriosamente, ela bateu o pescoço e apenas o pescoço na SA-BO-NE-TEI-RA. - Ela diz seriamente e eu reviro os olhos.

Ed, por sua vez, começa a sorrir e coloca a mão fechada em frente à boca, abaixando a cabeça ligeiramente.

-Interessante. - Ed diz pensativo.

-O que é interessante, Edward? - Pergunto tediosa.

-Os apelidos que as pessoas dão para seus parceiros atualmente. Eu já vi muita coisa, mas "Saboneteira" é a primeira. Parabéns pela criatividade. - Dorcas gargalha e eu bufo.

-Desculpa, eu me enganei. - Digo olhando para Dorcas que me olha confusa. - Eu achei que você tinha me chamado aqui para trabalhar e não para fazer comentários sobre o que eu faço ou não com a Marília fora daqui. - Dorcas cruza os braços e me encara.

-Então você admite que foi a marilia...

-Chefinha, dá tempo de eu ir buscar a pipoca para assistir a luta das anãs? - Na mesma hora, Dorcas e eu nos viramos para Ed com a sobrancelha arqueada - Essa é a hora que eu saio pra não ser demitido por justa causa, né? - Dorcas concorda com a cabeça e menos de 2 segundos, Ed já não está na sala.

-Você tá irritada e não é por causa das minhas brincadeiras. Ou as do Ed. - Ela se escora na minha mesa, enquanto eu guardo minha bolsa no armário. - Quer conversar?

-Cabeça cheia. Não se preocupa, não
vai afetar meu serviço. - Digo, tentando desviar do assunto.

-Não é por isso que eu tô perguntando. - Ela responde. - Olha, se não quiser falar, não vou forçar, mas, se mudar de ideia, pode me chamar!

-Só é complicado... - Respiro fundo e decido ficar quieta. - Deixa pra lá. Logo passa.

-É com a marilia? - Dorcas tenta novamente.

-Não. Tá tudo bem com ela. - Dorcas suspira pesado e se endireita.

-Tudo bem, não tá mais aqui quem perguntou. - Eu aceno, agradecendo internamente. - Vamos começar, o dia vai ser longo! - Ela vai até a mesa dela e mexe em sua bolsa. - Ah! Eu tinha esquecido. Eu trouxe o celular pra você. - Ela estica para mim o aparelho.

-Hm... Não... Não precisa.

-A gente já falou sobre isso ontem. - Ela fala impaciente.

-Não é isso... É que... Marilia me deu um ontem. - Digo sem graça.

-A marilia te deu um celular? - Ela pergunta incrédula.

-Sim. - Olho confusa.

-A marilia? Estamos falando da mesma marilia? Branquinha, cabelos loiros e olhos castanhos? - Eu aceno. - Você é mágica! - Ela diz, soltando seu peso na cadeira e deixando seu queixo caído.

-Não entendi sua reação.

-A marilia é apenas a maior mão de vaca do mundo! Ela sequer bebe uma lata de cerveja da HeadSpace, para não gastar. Ela se recusa a ir jantar fora com a gente. Para não gastar! E agora ela de dá um celular??? - Ela pergunta, mas sei que não é para mim a pergunta.

O telefone toca, anunciando que Ed está na outra ponta. Vou até o aparelho e coloco no viva-voz.

-Oi, Ed.

-Desculpa interromper a conversa super adequada para o ambiente de trabalho de vocês, mas tão chamando a Chefinha no estúdio 4.

-Eu já vou, Ed. - Dorcas se pronuncia, balançando a cabeça para clarear a cabeça e, em seguida, Ed desliga a ligação. - Ok Dorcas, foco! - Ela diz para si mesma. - maraisa, eu vou ver o que está acontecendo, você lembra que te passei umas planilhas ontem? - Aceno positivamente. - Pega aquela de projeções e modifica os valores pelos valores do novo arquivo. Vou precisar na reunião mais tarde. Quando terminar, me encontra no estúdio, fica no 10º andar.

-Tudo bem. - Ela se levanta e vai até a porta, me deixando sozinha na sala enorme.

Pego os arquivos e começo a fazer as alterações nos arquivos, tomando cuidado para não preencher nada errado. Mas logo acabo, mando no e-mail da Dorcas, imprimo uma cópia e deixo sobre sua mesa.

-Ed? - Chamo, saindo da sala e ele se vira para me olhar. - Como eu chego no estúdio?

-Fácil, Srta Saboneteira. - Eu reviro os olhos. - Só ir ao 10º andar e sair para a direita até o final do corredor, depois é só olhar para a esquerda que você vai ver o estúdio com um letreiro enorme. Difícil deixar passar. - Ele diz sorrindo.

Vou até o elevador e aperto o botão, quando a porta se abre, vejo a menina do dia anterior ali. Isa! Esse é o nome.

-maraisa, né? - Ela pergunta assim que entro e eu aceno. - Todo mundo aqui me chama de Isa, pode chamar também. - Ela diz sorridente.

-Prazer, Isa. Mas qual seu nome mesmo? Isabella? Isabelly? - Puxo assunto, por não ter exatamente o que dizer.

-Isabella. Na verdade, Sofia Isabella. - Ela diz sorrindo. - Mas me chamam de Isa, acho que só minha mãe e meu pai me chamam de Sofia. - Ela começa a divagar e um barulho de celular soa pelo elevador. - Falando nela... - Diz sorrindo. - Mama... Mama? - Ela olha confusa para o celular e bufa irritada. - Merda de sinal.

-Mama? Sua mãe não é daqui? - Meu estômago começa a revirar.

-Não, ela é cubana. - Ela sorri e, como em um filme clichê onde tudo é clichê, o elevador para e todas as luzes se apagam.

-Cub... Cubana? - Ela murmura confirmando e todo ar some dos meus pulmões. - Você... Nasceu em... Março?

-Como você sabe? - Ela fica confusa.

Não.

Não.

Não!

E então, sinto meu corpo batendo contra o chão do elevador e tudo some.

Parece q a maraisa encontrou a irmã dela 😬