DIÁRIOS DE UMA RAINHA INABALÁVEL | Fanfic de O DIÁRIO DE UMA PRINCESA DESASTRADA

𝐐𝐔𝐈𝐍𝐓𝐀, 𝟏𝟏 𝐃𝐄 𝐀𝐁𝐑𝐈𝐋

Meu Querido Diário,

Hoje estou um pouco melhor. Quero tentar não pensar no que aconteceu, porque posso chorar, mas lembro das palavras deles quando a vovó se foi, o que me faz sentir um pouco melhor. Eles estão em um lugar bom agora. 

Ainda assim, não me sinto confortável em falar no assunto. Hoje arrumei algumas coisas na minha mochila. Não sei para onde vou, mas sem dinheiro não posso continuar aqui.

Ontem aconteceu mais uma coisa que melhorou um pouco a situação... Minhas asas de fada surgiram! Quando fui me deitar, percebi algo nas costas, e descobri isso. Agora posso voar como as outras fadas mais velhas!

Queria que meus pais estivessem aqui para ver.

Mas eu ainda tinha algumas moedas que estavam no cofre. Não era muito, mas daria para pagar uma pequena refeição. No caminho até a lanchonete da Praça Central de Florentia, encontrei a Senhora Dulce, que já estava sabendo de tudo.

"Deixe me te ajudar", pediu, e não pude resistir. Ainda assim, eu não queria que ela gastasse tudo comigo, então agradeci, mas disse que pagaria a comida com meu dinheiro. "Quero ajudar de outra maneira", disse, e seus olhos transmitiam carinho. Aceitei, e ela me levou até o castelo, que estava lotado de cidadãos. 

"Eu moro aqui, não se preocupe, nem sempre é tão cheio", disse com uma piscadela. Percebi que estava tentando me fazer sentir melhor, e estava funcionando. Senhora Dulce falou com um dos guardas uniformizados no portão, e nossa entrada foi liberada.

A Senhora Dulce me acompanhou até uma ala do castelo. Andamos rápido, e indaguei se algum dia eu conseguiria o caminho de volta. O castelo parecia um imenso labirinto por dentro. Em um piscar de olhos, estávamos diante de uma porta de madeira. Ao serem forçadas para trás, as dobradiças rangeram baixinho.

O quarto aparentava ser bem cuidado, apesar da mobília, que consistia em uma cama de solteiro com um colchão finíssimo e um armário, ser antiga e estar quase caindo aos pedaços. Alguém não havia cuidado bem disso.

Senhora Dulce corou de vergonha ao seguir meu olhar. 

"Não está em boas condições, mas é temporário", disse.

Ela sinalizou para que eu me sentisse à vontade e saiu para o trabalho (a Senhora Dulce trabalha no castelo, eu avisei que ela era boa), me deixando com algumas malas.

Aproveitei meu tempo sozinha o máximo que consegui para organizar minhas coisas no espaço da prateleira de baixo do armário, não aguento bagunça.

Agora estou deitada no colchão, escrevendo.

Amanhã será um longo dia.