DIÁRIOS DE UMA RAINHA INABALÁVEL | Fanfic de O DIÁRIO DE UMA PRINCESA DESASTRADA

𝐓𝐄𝐑𝐂̧𝐀, 𝟐 𝐃𝐄 𝐒𝐄𝐓𝐄𝐌𝐁𝐑𝐎

Prisão Domiciliar 

17:08

Querido Diário, algo muito ruim aconteceu.

Acordei quase morta de sono e sem vontade de levantar da cama, e foi exatamente o que fiz.

A contragosto, no horário do almoço, aceitei a oferta de ajudar a rainha com alguns pergaminhos encantados e aprovação de leis florentianas.
Exausta, mal consigo escrever isto, minhas mãos tremendo.

Agora há pouco, recebi uma carta de Celestina, que me parece bem urgente.

Stena,
Preciso que venha para as Cachoeiras Iridescentes, fora dos limites da vila, assim que receber isto.
                 Celestina

Cuidadosamente, eu havia pulado a janela e aterrisado com segurança nos jardins do palácio.

Agachei atrás de um pequeno arbusto, me esquivando da iluminação de lanternas vaga-lume, e dos olhos atentos da patrulha noturna das fadas.
Pé ante pé, em uníssono com o tilintar das armaduras, o sussurro do couro contra o aço.

Vislumbrei de leve o brilho de uma espada ao ir mais e mais para longe, me afastando do poder e esplendor daquele magnífico palácio.

Um dia, em um tempo distante, em uma realidade completamente diferente da que vivo agora, eu já sonhara com um futuro brilhante como aquele, servindo a Florentia, meu poder sobre o jugo da espada, o aço e o ferro e o bronze aos meus pés e me envolvendo.

Absorta nesses pensamentos, não me dei conta de que aquele era o lugar até quase derrapar na rocha sólida.

Plec, plec.

Gotículas de água pingavam na pedra.

Plec, plec.

Não havia cachoeira.

"Celestina?", minha voz subira uma oitava acima do normal.

Não obtive resposta.

Plec, plec.

"Celestina?"

Inspirei. Não tinha percebido o quanto respirar ali era difícil, eu precisava de oxigênio, eu precisava de ar, eu precisava...

Uma risada cortou o ar frio.

Mãos geladas me agarraram por trás, me puxando, para o fundo, para a queda logo abaixo...

Me debati, empurrei, até não sentir, mas atrás de mim, não havia nada.

Sem nem olhar para trás, dei as costas e me dirigi para a cidade.

Celestina sumira.