𝐐𝐔𝐀𝐑𝐓𝐀, 𝟏𝟏 𝐃𝐄 𝐒𝐄𝐓𝐄𝐌𝐁𝐑𝐎

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Querido Diário,

Final de semestre é sempre bem agitado. Além do Pietro (que me atormentou tanto na ida para a escola, como na volta: sim, Edwina decidiu que minha vida social precisava melhorar, então estou tendo que levá-lo na carruagem. Você não sabe pelo que passei), outra aluna novata recebeu as boas-vindas da turma.

Ela é bem estranha, não julguei, quer dizer, não até ser ignorada completamente pela emo-esquisita-antissocial-chata. A menina:

1- Não disse qual era seu nome;

2- Tinha uma franja enorme que não deixava passar nada, o que me deixou em dúvida sobre como ela conseguia andar direito sem se esborrachar no chão;

e

3- Quando fui puxar conversa, a princípio não disse nada, então só pensei que fosse tímida, mas te juro, assim que virei a cabeça, a ouvi dizer palavras que nem ouso repetir.

Resumindo, não fui com a cara dela, e ela com toda certeza não foi com a minha. Mudando de assunto, hoje recebi outra carta da Celestina que me deixou muito preocupada.

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Minha amiga Stena,

Como você já deve saber, estou na casa dos meus tios em Lagoona, pois minha tia está com uma doença gravíssima. Ouvir essa notícia foi terrível para mim, então saí às pressas de casa e te enviei aquele bilhete.

Resoluta, tenho certeza total de que voltarei em outubro, por isso, não tema. Raiva foi um dos sentimentos que afloraram em mim ao saber que a culpada fora uma mera pílula trocada. 

Adeus, tenho saudades, espero te ver logo.

𝓒𝓮𝓵𝓮𝓼𝓽𝓲𝓷𝓪

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Eu acho que entendi...

A primeira letra de cada frase, sem contar os nomes.

Como...

Ouvir...

Resoluta...

Raiva...

Adeus...

Corra.

Celestina me pediu para correr.

Não levei muito tempo para decifrar a carta, pois já nos comunicávamos assim, como um código simples, mas que era só nosso.

Os tios dela não moravam em Lagoona, até onde eu sabia, e havia algumas menções feitas por Celestina, não muito tempo antes de seu sumiço, o que parecia ser uma espécie de "código morse" para "estou em perigo".

O primeiro bilhete escrito por ela, no qual me pedia para ir até as Cachoeiras Iridescentes.

É para lá que estou indo agora, escondida entre sacas de arroz empilhadas em uma velha carruagem que leva os grãos do mais alto norte de Florentia para a capital, por isso tenho de ir.

Não se preocupe comigo...

Uma amiga se certificou de que eu não precise anotar nada durante a viagem.

Valeu, Yara!

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