𝐐𝐔𝐈𝐍𝐓𝐀, 𝟐𝟑 𝐃𝐄 𝐀𝐆𝐎𝐒𝐓𝐎

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Querido Diário,

Acordei hoje com uma febre alta, espirrando e tossindo muito. A Rainha Edwina não me deixou ir para a escola, apesar de eu dizer que já estava melhor. Então fiquei em casa mesmo. Ela também não permitiu que eu ajudasse a Senhora Dulce na cozinha, então passei o dia na biblioteca. Na seção 'Doenças Raras', encontrei uma parte que dizia sobre os sintomas que eu estava tendo. 

'Lycoria, a doença do arco-íris. É adquirida por meio dos chamados Cogumelos Iridescentes, uma espécie rara de cogumelo. Seus sintomas são tosse e nariz entupido, podendo também causar uma infecção na região da garganta.'

Coloquei a mão na minha garganta, que estava ficando mais áspera. Passei as páginas, procurando, até que encontrei.

'A cura para Lycoria é bem simples: Basta mergulhar em um lago quando não houver nenhuma luz, seguindo as instruções abaixo...'

Minha garganta estava ficando mais e mais áspera, e manchas coloridas apareciam no meu pescoço. Virei freneticamente as páginas, absorvendo todo o conteúdo. Não pode haver luz... mas iria demorar até que o Sol fosse embora e a noite adentrasse.

Então...

"Aqui!" Exclamei, ao encontrar uma página com uma imagem de uma caverna escura e os seguintes dizeres:

'Se estiver ainda de dia, procure uma caverna. Pode ser que haja um lago lá dentro. Mas cuidado, você só terá 24 horas até a doença se alastrar pelo seu corpo.' 

"Vinte e quatro horas?" Entrei em pânico. Eu tinha muito menos do que aquilo.

Apressadamente, fechei o livro sem me importar em colocá-lo na prateleira e saí correndo da biblioteca. Todos que me viram devem ter pensado que eu estava maluca, mas não me importei. Passei pelos portões do castelo, deixando os guardas de Florentia atordoados.

Não parei, levantando voo quando o caminho ficava tortuoso, então aterrissei. Ninfeia. A região mais bela do reino. Me vi rodeada de cachoeiras, tão límpidas e belas. Não dei atenção a nenhuma. 

Meu objetivo era outro. Andei pela explosão de água, tomando cuidado para me manter seca. No fim de tudo aquilo, sobre uma relva verde, estava uma rocha. Mas não uma rocha comum, pois no meio havia um buraco. Uma caverna, melhor dizendo.

E lá poderia estar a minha última chance.

Disparei pelo caminho, meus olhos fixos em apenas um local. O sol já estava quase se pondo, calculei umas duas horas.

Eu já estava sem fôlego quando cheguei à entrada, mas fui ainda assim correndo para dentro. Meus pulmões precisavam de ar, e a doença o estava tirando deles. O lago estava lá. 

Mergulhei.

DIÁRIOS DE UMA RAINHA INABALÁVEL | Fanfic de O DIÁRIO DE UMA PRINCESA DESASTRADAOnde histórias criam vida. Descubra agora