Parte 5 - Sam

256 23 2
                                    

Mon parece tranquila, sem nenhum pouco do choque em que estou agora.

Vovó nunca fez nada assim para mim ou para minhas irmãs então minha reação não foi exagerada.

Eu não esperava que ela fosse nos receber dessa forma, como uma comemoração dos três aniversários que ela perdeu dos pequenos nesse único dia.

Eles nos olharam pedindo permissão. Seus olhinhos brilhavam encantados com toda aquela decoração excessiva, contudo extremamente atrativa, esperando com ansiedade a liberação, porém antes que pudéssemos confirmar ou negar, vovó nos interrompeu.

Incentivando os pequenos a correr em direção aos brinquedos que havia diante deles, nos tirando a autoridade.

Porém para sua surpresa, eles permaneceram parados nos encarando.

Senti orgulho dos meus bebês. Eles estão com um pouco de medo daquela senhora sorridente que eles só viram uma vez. Só que não era só isso.

Seu comportamento é a demonstração de quão boa boa mãe Mon é quando os ensinou a nos obedecer e não a estranhos, de ser pacientes e não mal educados, de serem boas crianças em lugares fora de casa.

Essa é minha esposa que me orgulha tanto!

Bem, esse lugar não é o lar deles, ela ainda é uma estranha na vida deles então é natural que coloquem os ensinos de Mon em prática.

E bem, foi vovó que quis assim. Isso talvez mude de agora em diante, mas as coisas não mudam com um piscar de olhos.

Meu olhar vai de encontro ao rosto doce de minha querida esposa buscando confirmar sua permissão então com um leve sorriso, autorizo meus bebês a sair correndo pela casa de sua avó como ela permitiu.

"Vocês criaram boas crianças." Ela diz conformada.

"O mérito é da Mon." Sorrio orgulhosa.

"Isso não é verdade. Khun Sam é tão boa mãe quanto eu." Ela rebate minha afirmação tentando esconder seu rosto vermelho. Reprimo minha vontade de abraça-la por trás e beijar suas bochechas macias porque não estamos sozinhas e o assunto daqui para frente pode se tornar mais sério.

De repente, sou agarrada pela perna. Meenoi, meu pequeno ursinho fofo, me abraça tentando me fazer brincar com ele em algum brinquedo divertido.

"Daddy! Daddy! Olha que legal!"

"Daddy?" Vovó não parece satisfeita com aquela simples palavra. "Você não devia chamá-la de mamãe?" Ela o repreendeu fazendo uma carinha de choro aparecer no lugar do largo sorriso que cativa qualquer ser humano no mundo. Aparentemente, menos ela.

"Vovó." Repreendo-a de volta. Pela primeira vez em muito tempo vejo Mon fechar a cara. Ela está muito irada. Podem mexer com ela, podem até insultá-la, mas não mexam com seus bebês.

"Khun Sam."

Ela pega Meenoi nos seus braços protetores para acalentá-lo e se afasta em direção a pequena Mali que também inicia um choro com pena do irmãozinho.

É sempre assim. Quando um está feliz e sorridente, o outro também fica e quando um está triste, o outro se compadece de sua tristeza. Eles são muito unidos.

Como se não fossem nenhum pouco pesados, ela segura os dois no colo balançando-os e ninando, seus rostinhos molhados de lágrimas pousados em seus ombros enquanto me espera dá uma bronca em vovó.

A visão é de dar dó.

"A senhora sempre tem que estragar tudo, não é mesmo?"

"Mas eu não estou certa? Eles não deveriam chamar você de mãe? É seu sangue que corre nas veias deles."

"Ser mãe ou pai não é questão de genética." Falo num tom baixo para que eles não se assustem mais com a discussão. "Mon e eu somos mães deles, mas eu gosto que eles me chamem do jeito que se sentirem confortáveis. A senhora não sabe o preço de ouvi-los me chamar de daddy ou mami. Para mim é igual."

"Eu sinto muito."

"Se quiser entrar na vida deles, não pode exigir nada deles."

Dizendo isso, a deixo com seu festival no qual ela achou que compraria meus filhos e pego meu ursinho no colo de Mon. Ela resmunga um pouco reclamando de se afastar do calorzinho do seu corpo já quase cochilando.

Eles sempre acabam cochilando nos braços dela, isso não me surpreende, o mais admirável é que por mais que eles fiquem ainda mais pesados quando dormem, ela os segura como se fossem travesseiros de penas.

Minha esposa tem braços fortes.

Ela é uma super mãe.

Sei que discutiremos quando chegar em casa, mas quero sair do palácio o quanto antes.

Esse ambiente nunca me fez bem.

Esse ambiente não fará bem aos meus filhos.

Essa avó não aprende né? E aí? Gostaram do sermão da Khun Sam para avó?

Deixe seu voto, quer recomendar? Compartilhe. E me mostre o quanto você está gostando da história com seu comentário! Obrigada pela leitura!

MonSam - Nosso Mundo Cinza & RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora