Parte 10 - Sam

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Vovó venceu. Eu cedi. Mas não em tudo. Não vou deixar Khun Kang entrar nas nossas vidas.

Quando era mais nova, ele andava com Kirk e eu, não éramos aquele trio inseparável, só tínhamos uma boa relação até que ele se afastou. 

Nunca achei que o motivo fosse ser que havia da sua parte algum interesse em mim até acabar confessando recentemente que Kirk passou na sua frente ao me pedir em namoro. 

Ele sentiu inveja do que achou que Kirk e eu tínhamos e deixou nossa companhia.

Deixei claro que mesmo se fosse ele no lugar de Kirk, eu ainda assim teria escolhido Mon. 

Ela sempre será a minha escolha. 

Mon é minha luz, minha força, o meu amor. 

Ninguém no mundo pode mudar o que eu sinto por ela. E eu tenho muita sorte de ser correspondida da mesma forma por aquela mulher. 

Ela está comigo porque me ama do jeito que eu sou, ama meus defeitos e até as minhas falhas. 

Ela enxerga através de mim, me ouve com seu coração e me entende com sua doce alma. É por isso que eu sei que ela vai me perdoar quando chegar a hora.

No dia seguinte ao procedimento, iniciei meu dia normal. Acordei, fiz minha rotina matinal, tomei café com minha família e brinquei com meus filhos antes de sair para trabalhar. 

Me despedir deles nunca vai ser tarefa fácil. Beijo meus amores, todos eles, várias vezes e os deixo para ir a Diversity. 

Passei a semana assim. Tudo seguindo normalmente. Só algumas ligações da vovó durante o dia e muito trabalho o dia todo. 

Precisei intensificar, já que quero adiantar aquelas férias prolongadas que estou planejando a meses. 

Estava perto de concluir mais um dia, quando uma visita inesperada aconteceu. 

Khun Kang é anunciado por minha secretária. 

São quase sete da noite, paguei hora extra para a jovem ficar até mais tarde a semana toda e mesmo assim não me dei conta do horário. Dispensei a garota e pedi que Khun Kang entrasse.

Arrumava minhas coisas na bolsa, não tinha muito tempo para lhe dar atenção, só quero ir para casa e ser recebida por meus três bebês e meu cachorro com a habitual festa de boas-vindas um dos meus momentos favoritos do dia. 

Ele afirma que será breve. 

Só quis saber do meu estado, saber como estou me sentindo e se preciso de algo. Me convida para jantar e sorri confiante esperando minha resposta. 

O dispenso curta e grossa. 

Sei que ele está ali de boa vontade, mas eu não quero contato só porque vovó o quis como doador. 

Ele perdeu a afinidade comigo há muito tempo e não vai ser por um motivo que não partiu da minha vontade que eu vou querer voltar nossa velha e morta amizade.

Ele parece surpreso pela rejeição.

Talvez achou que por causa da vovó, eu não recusaria sua aproximação ou apenas acreditava que poderia reatar aquilo que nós tivemos no passado que nem significou muito para mim, mas que para ele devia ter algum valor.

Isso continua sem ter importância alguma para ter a minha atenção. 

Me preparando para deixar minha sala, pergunto se ele tem mais algum assunto a tratar mesmo que eu não esteja disposta a perder mais nenhum segundo em sua companhia. 

Ele nega e dois passos depois, eu não vejo mais nada, apenas meus olhos ficaram turvos e meu corpo inicia queda livre diante do homem chocado em minha frente.

MonSam - Nosso Mundo Cinza & RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora