Passei a noite no hospital com vovó.
O médico falou que ela precisa de repouso, por isso a manteve internada. Ele disse que ela teve indício de um leve infarto, que a cada dia seu coração fica mais fraco devido a idade e as preocupações que a senhora tem com o futuro das netas.
Nem acredito que ela se queixou com o médico da família sobre isso.
Eu não quis preocupar Mon, mas era necessário ligar para ela.
Estou tentando evitar fazê-la se sentir "de fora" nesse momento para não piorar as coisas.
Ainda é difícil para mim compartilhar meus sentimentos, contudo preciso me esforçar por ela e por nosso casamento.
Informei sobre o estado de saúde da vovó. Fui cuidadosa com as palavras omitindo o assunto que fez a senhora parar no hospital, pois quero conversar com mais tranquilidade em casa.
Gostaria de poder fugir disso. Será muito complicado e precisarei mais do que nunca da compreensão de minha esposa.
Faço isso pela família. Quero que todos possam se harmonizar num mesmo ambiente, que vovó aceite Mon de coração e que minha amada possa se sentir confortável ao meu lado.
Depois que deixei a vovó no palácio certa de que farei o seu pedido, voltei para casa.
Pode ser que esses dias tenham sido diferentes, mesmo assim aqui estou sendo recebida pelos meus pequenos com toda a alegria do mundo.
A vida só vale a pena por causa deles. Meu ursinho Meenoi, minha flor Mali, minha querida Mon.
O olhar da minha esposa depois do jantar mudou um pouco. Ela está desconfiada de que eu estou escondendo algo.
Eu estou.
Perdi a coragem. Não sei como contar a ela o que vovó sugeriu.
Isso vai afetar muito nosso relacionamento.
Queria não ter que fazer Mon passar por isso, mas negar esse pedido à vovó, vai desagradá-la e ela acabará voltando para o hospital.
Estou em um conflito interno e Mon sabe disso.
Se eu pedir ajuda às meninas Jim dirá que a minha escolha é óbvia, Tee talvez fique na dúvida, Kade me fará contar a Mon.
Não posso. Não ainda.Deixo o assunto para outro momento.
Apesar dela ter tentando começar, eu não consegui dizer nada. Desconversei, coloquei minha preocupação na saúde da vovó e ela me confortou como uma boa esposa.
Estou com a consciência pesada. Não me sinto bem em esconder algo dela, ainda mais sendo tão importante.
Só que me falta coragem necessária para convencê-la de que eu não tenho escolha.
Preciso reunir minha confiança e me sentir segura de minha decisão para poder fazê-la acreditar e confiar que faremos a coisa certa.
É isso. Vou com calma.
Nós temos tempo.
Conversaremos e nos entenderemos como fazemos desde que nos casamos.
Entretanto, vovó tem pressa.
No dia seguinte, recebi uma ligação logo cedo durante o café da manhã. Vovó me pediu para visitá-la.
Com muito esforço, me despedi dos meus três bebês e partir mais cedo para me reunir com ela antes de ir para a Diversity.
Foi então que eu descobri mais uma coisa. Não temos tempo.
Mon
Khun Sam me ligou logo após sair de casa. Eu ainda não havia dado banho nas crianças, estava terminando de colocar a louça suja do café da manhã na pia e prestes a ir a lavanderia colocar as roupas de cama na secadora quando tive que interromper minha rotina diária para ir ficar ao lado de minha esposa durante o processo de fertilização.
Pois é. Do nada a vovó apressou tudo e fez Khun Sam aceitar realizar o procedimento naquela manhã.
Deixei as crianças aos cuidados de minha mãe antes de ir direto para a clínica.
Não entendi porque faríamos isso em Bangkok, nossa decisão era deixar tudo novamente em sigilo, mas parece que a vovó é boa em persuadir outras pessoas além de sua neta.
Fiquei surpresa em encontrar Khun Nueng na sala de espera quando cheguei. Ela parece aflita, sem entender porque sua irmã a chamou ali. Tentei acalmá-la explicando do que se tratava.
Khun Nueng reagiu muito bem à notícia de que será tia mais uma vez, mas achou estranho todo o comportamento de Khun Sam. Foi aí que contei de onde surgiu a ideia do terceiro bebê.
Como esperava, ela também ficou desconfiada da avó. Ela logo disse que boa coisa não poderia vir daquela senhora.
Eu suspiro. Também estou com uma sensação ruim.
Khun Sam se esquivou do assunto, mas eu sei que ela sabe de algo desde a conversa com a avó. Conversamos tanto sobre isso...
Não quero mais me sentir como alguém fora dessa relação.
Somos um casal. Se há algo que a está incomodando eu não deveria ser a primeira pessoa que ela deveria contar?
Fico incomodada por não desabafar comigo, dividir suas preocupações, me deixar aliviar o peso que ela carrega.
E ontem ela fez de novo. Me deixou de fora.
Agora talvez possa descobrir o que está acontecendo, porque se ela continuar escondendo coisas de mim sua avó usará isso como arma para nos separar.
Eu não vou deixar isso acontecer.
Khun Nueng me disse que não a deixaram entrar para ver a irmã quando chegou.
Se Sam a chamou, porque não liberou sua entrada?
Isso já está ficando mais estranho.
Minha vez de tentar. Pedi informações à recepcionista e ela prontamente pediu a alguém para me acompanhar até o quarto em que a Lady Anuntrakul estava aguardando.
Arrastei Khun Nueng comigo embora a recepcionista tenha tentado impedir.
Khun Sam não teria barrado sua presença se ela mesma pediu para a irmã vir.
Ela parece aliviada em me ver ali ao me ver entrar.
Na cama aguardando seu procedimento, ela me encara apreensiva. Seu olhar parece ansioso, mesmo que esteja animada, porque sabe que o que ela está escondendo de mim será revelado dali a instantes.
Então noto que ela não está sozinha.
Sua avó encara Khun Nueng com olhar duro e ao tentar se levantar com dificuldade é ajudada pelo o rapaz que sentava ao seu lado no sofá.
Khun Sam fica mais nervosa ainda quando fixo meu olhar nele desconfiando do seu sorriso sem graça se abrir para mim.
Ela se adianta, mas ele a corta. Alterno meu olhar entre um e outro.
"Mon, esse é o..."
"Khun Kang. Eu sou o pai do bebê."
Então, o que acharam? Khun Sam está mesmo no controle da situação ou sua avó já controla sua vida de novo como antes?
Tadinha da Mon. O que será que ela vai fazer com essa nova informação?
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MonSam - Nosso Mundo Cinza & Rosa
FanfictionBaseada na história de amor de Monsam essa é uma fanfic que dá continuação dos eventos do primeiro livro - GAP Pink Theory.