2. Não conte a ninguém

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Durante aquela manhã apenas um café bem forte e algumas aspirinas resolveria aquela intensa dor de cabeça pós-ressaca, e ela agradecia mentalmente a todas entidades divinas por ser sábado.


Ela se arrastou da cama em passos lentos até a cozinha, preparou o café e colocou comida no pote de Steve. Ligou a televisão no jornal matinal e abriu as janelas do apartamento para respirar o maravilhoso ar poluído da cidade. Eram dez da manhã e Sakura, em sua santa inocência, imaginava que passaria o dia inteiro deitada no sofá, assistindo série na netflix, e ignorando que o mundo se acabava lá fora. Tudo seria perfeitamente belo se tais planos não estivessem terrivelmente fadados a frustração.


O telefone tocou uma vez. Com o som da música "Immigrant song" do Led Zepellin. Era um som que ela, sabiamente salvará para os contatos do trabalho, uma vez que cada requisição das empresas Uchiha era um verdadeiro chamado para guerra. E dados os últimos acontecimentos, tinha se tornado ainda mais frustrante receber tais ligações. Num dia de folga aquele maldito telefone parecia estar desafiando-a.


Novamente o aparelho tocou e outra vez ela sentiu vontade de arremessar a brilhante invenção tecnológica na parede. Vencida pelas incessantes ligações Sakura pegou o celular e viu que o contato responsável por perturbar sua paz era seu mais novo chefe, também conhecido como "Sasuke embuste", uma vez que ela o salvará na agenda para nunca mais encontra-lo em nenhum grupo.


Frustrada ela segurou o dedo acima do botão vermelho pensando milhares de vezes em cancelar a ligação, pois ninguém poderia culpá-la já que era o dia de folga. Um lado na mente cansada e impaciente lhe dizia para ela desligar e fingir que não escutou, o outro a mandava atender e mandar ele encher o saco na casa do caralho. De todo modo, se ela queria realmente acabar com aquela tortura o melhor era ceder. Ela simplesmente respirou fundo e atendeu.



"Precisa de alguma coisa senhor Uchiha"


"Sasuke." - ele a corrigiu.


"Perdão. Chefe."


"Preciso sim. Sei que é seu dia de folga, mas preciso resolver algumas coisas. Podemos almoçar hoje?"


Naquele momento milhares de coisas se passaram pela cabeça dela. Não podia negar que as insinuações de Ino e Karin foram responsáveis por tirar-lhe a paz durante a noite, tendo um misto de sonhos e pesadelos que envolviam a pessoa em questão.


Sakura não podia negar que aquele era um pedido estranho e não estava disposta a ser feita de idiota, ainda que ele fosse bastante amigável. Uma vez que a vida lhe ensinaou da pior forma.


"Não seria melhor nos vermos na empresa?" - Ela esquivou-se falando de maneira firme.



"Prefiro almoçar. Não vou tomar seu tempo e nem pretendo acabar com sua folga, preciso aluga-lá apenas por duas horas."


"Não sei se seria adequado almoçar fora do expediente sem uma razão forte."- Ela estava disposta a cortar qualquer situação que pudesse terminar com segundas intenções. - "É sobre trabalho? Porque não estou disposta a me mover daqui se não for".

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