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- 𝗖𝗔𝗣𝗜𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗗𝗢𝗜𝗦 -
o arco-iris de luzes

KRISTIAN
Assim que o hino acaba,um grupo de Pacificadores nos guia até a entrada principal do Edifício da Justiça.Sinto uma imensa vontade de correr,para trás e assim que olho nos olhos de minha irmã percebo que ela também.
Não sei o que se aconteceria se tivéssemos realmente feito isso,talvez uma bala na cabeça?Ou nos capturado e torturado o que restou da nossa família?
Lá dentro,provavelmente os tributos seriam separados em salas diferentes,alguns pacificadores até me tentaram arrastar para outro lado,mas Katrina se recusou a se soltar de mim.Ela passou o caminho inteiro apertando a minha mão o mais forte possível,enquanto eu deslizava meus dedos fazendo um carinho nas costas das suas.

Somos deixados trancados numa sala por muito tempo.Isso me fez ficar ansioso e pelo jeito não fui o único já que a garota ao meu lado não parava de andar para um lado e para o outro,se recusando a sentar no sofá que continha na sala.
Eu já não chorava mais,mas meu corpo ainda não queria sair do estado de alerta.

Ouvimos o rangido da porta sendo aberta.Era Quinn abraçada com Annalise.Quinn imediatamente cai no choro se já não estava chorando antes,Annalise parece atordoada e confusa com tudo que estava acontecendo.

Todos nós nos abraçamos e pela primeira vez em meses.Katrina nos abraça.Isso me conforta de algum modo.
Escuto Quinn querendo dar um sermão em Katrina pela sua atitude na colheita,mas balanço a cabeça para que não faça isso.
Não podemos gastar o pouco tempo que temos juntos brigando um com os outros.

— Eu sinto muito,Quinn. — Sussurra Katrina chorando,abraçada no corpo de nossa irmã mais velha. — Eu sei que não fui a melhor irmã nesses últimos tempos,me perdoa.

— Não,não. — Nega Quinn,segurando seu rosto com carinho. — Não diga isso!Todos nós estávamos passando por tempos difíceis e todos tivemos um jeito diferente de lidar com isso.

Katrina balança a cabeça diversas vezes e enterra seu rosto no pescoço de Quinn.
Senti que deveria falar algo,mas não quis atrapalhar o momento das duas,fazia muito tempo que não via Katrina tão próxima de Quinn.

Abraço a pequena Annalise que começa a chorar.

— Ei,não se preocupe. — Digo a ela. — Nós iremos voltar logo logo.

Ela nega a cabeça e me olha com seus olhos vermelhos.

— Um de vocês. — Responder. — Só um de vocês,se tivermos sorte.

Não respondo a garotinha que esta em minha frente,porque se discordasse dela,eu estaria mentindo.

Nos despedimos quando pacificadores entram na sala e arrastam eu e minha irmã até a estação de trem,onde começamos a ser gravados por repórteres e suas gigantes câmeras focadas em nossos rostos.
Tento engolir o choro e manter-me sério usando toda raiva que estava sentindo da Capital e da merda que era esses Jogos da Morte.Por outro lado,Katrina não conseguiu segurar e suas lágrimas eram tantas que pensei que formariam poças pelo caminho.
Eu tenho que protege-la na arena,penso.Eu tenho que proteger minha irmã.
Eu preciso me certificar de que ela ganhe os jogos.

Quando o trem da partida com uma velocidade intensa.Katrina e eu nos sentamos no banco observando o trem dos tributos e o luxo que ele era.
Nós nunca passamos fome e sequer tínhamos dificuldades financeiras antes de meu pai morrer,mas aquela riqueza vinha de uma realidade muito diferente da nossa.

Nós ouvimos Finnick Odair dizendo que poderíamos ficar a vontade,desde que estivéssemos prontos para a ceia daqui uma hora.
Vou ao banheiro e Katrina mesmo contrariada vai para o seu,ela ainda não tinha tirado sua mão perto da minha desde que saímos do Edifício da Justiça.
Tomo um banho quente e visto uma camiseta branca e calças pretas.

𝗥𝗢𝗦𝗘𝗠𝗔𝗥𝗬 - Jogos VorazesOnde histórias criam vida. Descubra agora