ℙ𝕣ó𝕝𝕠𝕘𝕠

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Desço as escadas deixando a paz do meu quarto para encontrar meu irmão mais novo e seu amigo sentados de qualquer jeito no sofá.

Seus gritos eram possíveis de escutar lá de cima, mesmo eu tentando abafar o som ouvindo The Neighbourhood. Não sei o que era pior, sinceramente, se eram seus gritos ou o som dos tiros soando alto da tv.

– Dá pra abaixar o volume dessa merda?

Nem Dean, nem Jeon pareceram notar minha presença, seus olhos vidrados na tela e os dedos rápidos no controle. Me enfiei na frente da tv e meu irmão gritou para que eu saísse.

Ótimo. Fui até a tomada e a puxei, coloquei um sorriso na cara quando os dois sincronizados levantaram o controle e olharam bravos para mim.

– Por que você tem que ser tão irritante, Quinn?
– Porque você tem que ser tão barulhento, Jeon? - devolvi sem paciência. – Sério, Dean, eu pedi pra vocês pegarem leve hoje, estou fazendo um trabalho, o prazo de entrega é amanhã.
– Isso não soa como um problema nosso, não é, gracinha?!

Jeon Jungkook falou com uma simplicidade e calma absurda se jogando desleixado no sofá, senti meu olho tremer, o sangue ferveu e minhas unhas já marcavam meias luas nas palmas da minha mão.

Dean sussurrou “ela tá de tpm, seu idiota” e logo depois veio para me segurar no mesmo instante que eu iria pular e enforcar o pescoço daquele coreano metido a besta.

– Me solta, eu vou matar ele.

Jeon continuou com a mesma pose no sofá, me desafiando com a sobrancelha erguida.

– Faço todas as suas tarefas por uma semana. - soltei pra Dean.
– Duas. - barganhou.
– Feito!

Com isso ele me largou, Jungkook pulou tão rápido que quase meus olhos não conseguem o capturar, corri com toda determinação - lê-se ódio - que eu tinha, o encontrei na cozinha e ficamos dando voltas no balcão, quando eu ousava ir para esquerda, ele ia pra direita.

Jeon era muito veloz, tentou alcançar a saída e fugir, esbarrei nele e me projetei para frente fechando a porta do comodo em um baque, me encostei nela e cruzei os braços sob o seio.

Seus olhos castanhos cresceram e os pés foram pouco a pouco dando ré.

– Calma, gracinha. - riu nervoso.
– Eu vou fazer você engolir sua própria língua depois que eu arrancar ela da porra da sua boca.

Em câmera lenta, Jungkook se moveu para trás do balcão, rapidamente subi e deslizei por ele agarrando o pescoço do rapaz. Suas mãos seguraram meus pulsos fazendo força contrária e seu corpo ia pra longe de mim, minhas pernas subiram para sua cintura e as entrelacei para que ele se mantivesse onde estava: no encontro de sua morte.

– Solta, solta, sua maluca. Eu to ficando sem ar!

Larguei Jungkook, uma de suas mãos foi para onde outrora estavam as minhas, ele alisava o local e seu olhar encontrou o meu.

– Qual o seu problema? - se curvou apoiando os braços no balcão, um de cada lado do meu corpo.
– Você!
– É? - perguntou um tom mais baixo e mais perto do meu rosto.
– É. - confirmei dando um empurrão no seu ombro para que ele se afastasse – Some da minha frente, Jeon.

Ele riu ladino e ergueu o tronco.

– Mas é você que está me mantendo preso, gracinha.

Ah sim, minhas pernas ainda se localizavam firmemente enroladas nele. Depois de toda essa adrenalina eu me toquei no quão próximo estávamos. E no quanto ele parecia se divertir disso.

Vibrações - jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora