Vibrações - jjk

ℕã𝕠 𝕕𝕦𝕧𝕚𝕕𝕖𝕤

Ouço a batida na porta mas não podia estar mais longe. Jungkook e eu decidimos cozinhar depois da sessão de karaokê, na verdade ele sugeriu e com sugeriu eu quero dizer que ele repetia de hora em hora até eu ceder.

– Vai dar errado, idiota
– Claro que não vai dar. Segui a receita direitinho, ok.
– Tá molenga demais, Jungkook - constatei apontando pra massa espalhada no mármore.

O moreno franziu o cenho, desviou a atenção para a receita no celular ao seu lado.
– Vamos adicionar mais farinha. Anda, pega a farinha. - deu um empurrão em mim com seu quadril, o tapa que ele recebe no braço é automático.
– Mandão.
– Eu? - riu – Você que vive por dar ordens.
– Claro que não!
Jeon virou o corpo de lado no balcão pra me encarar melhor, cruzou os braços com o cuidado de não encostar as mãos sujas da massa na camisa, a cabeça inclinou um pouco pro lado esquerdo, a língua passeava nas laterais dentro da boca fazendo volume na bochecha.
– Para de me olhar desse jeito.
– Que jeito? - deu um passo na minha direção.
– Oi, filha. - minha mãe aparece na porta da cozinha e toma surpresa, não sei se por Jungkook ou se pela situação.

Fui salva pelos céus.

– Querido não sabia que iria te ver por aqui, Dean já chegou? - seu olhar se voltou aos dois esperando que um de nós respondesse.
– Ele mandou mensagem pra mim, disse que ia sair depois do trabalho. - Jeon informa.
– Certo. O que vocês estão aprontando? - chegou mais perto rindo
– Era pra ser esfirra. - Jeon me lança um olhar de falsa irritação o que resulta em gargalhadas de minha parte. – Você quer consertar o ponto da massa depois de ter feito?

Ele continua sovando a massa grudenta no balcão e polvilhando mais farinha.
– Quando as Jeon esfirras estiverem prontas a senhorita não vai dar nem uma mordida sequer.
– Obrigada pelo livramen… Jungkook! - ele JOGOU farinha na minha cara.
– Hora de eu me retirar - minha mãe diz já com o pé fora do local do crime.

O criminoso foge como se a vida dependesse disso - e depende -  ele corre em círculos pela cozinha com um sorriso enorme na boca, a franja tocava a face e a todo momento ele afastava evitando utilizar as mãos.
Me abasteço com um punhado de munição e vou atrás do alvo, a essa altura eu nem estava com raiva, minha gargalhada acompanhava a dele e era boa de escutar, éramos como crianças brincando de pega-pega.
Jeon agarra meu pulso quando chego perto dele. Faço mais força pra subir o braço e alcançar o topo de sua cabeça, largo toda a farinha no seu cabelo rindo mais do que eu podia aguentar. Ele desfaz o rabo de cavalo guardando o elástico como se fosse uma pulseira e passa a mão nos fios.

– Porra, gracinha - parei de rir. Um arrepio subiu pela espinha, aquilo me incomodou de imediato.
Jeon desce o tronco, balançando a cabeça de um lado para o outro. Quando se endireita novamente, suas mãos puxam os fios para trás e, em seguida, caem suavemente sobre seu rosto, lisos. Ele repete esse movimento algumas vezes, até que reste apenas vestígios da farinha.

– Melhor… melhor terminarmos de fazer as esfirras. - engulo em seco.
– Tem razão, vou lavar a mão.
– Vou varrer o chão.
Ele me dá um sorriso e outro encontrão ao passar por mim.

≈

Recebo uma mensagem de Dean e trato de ver logo antes que Anne chegasse perto.

dyan/dean: ja posso voltar pra casa?

Você: ja
sua mae ta em csa tbm

dyan/dean: ah
esqueci q ela chegava mais cedo hj por conta das horas extras
conseguiu deixar anne menos pra baixo?

Você: sim, eu te disse q conseguiria