𝔭𝔢𝔮𝔲𝔢𝔫𝔞 𝔟𝔯𝔢𝔠𝔥𝔞

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esqueci completamente de postar no domingo, como recompensa por isso e por ser um capítulo curto, vou atualizar de novo essa semana. Quinta? talvez.

  '✵•.¸,✵°✵.。.Vibrações .。.✵°✵,¸.•✵'

Abaixo dos olhos estava um tom mais escuro, talvez ela tivesse perdido algumas noites. Ainda meio sonolenta me deu passagem para entrar na casa.

Quando recebi a mensagem de Dean fiquei preocupado, quis vim o quanto antes.

dyan/dean:

jk pode fzr um favor pra mim?
passa aqui no mercado perto de casa

Você:

seu primeiro dia e ja quer ajuda?

dyan/dean:

ha ha ha
como me faz rir
serio passa aqui e leva uns chocolates pra anne
se der passa meia hr lá e me diz como ela ta

Você:

ela ta bem?
aconteceu alguma coisa?

dyan/dean:

diz ela q ta bem mas ta na cara q n ne
nao posso falar nd pq prometi

Você:

aula acabando agr
passo ai daqui 10 min

dyan/dean reagiu com 👍


Estou parado em pé, em frente a Anne, enquanto ela me mira com olhos apertados, desconfiada.

— Dean não ta em casa.
— Eu sei, gracinha - sorrio.
— De novo isso? Achei que tinha aceitado minha trégua, Jeon. - ela revira os olhos e me dá as costas.
— Não posso te chamar de gracinha?
— Não. - vou atrás dela e me sento ao seu lado.
— Me importo pouco com isso. Vou continuar mesmo assim.
— Já imaginava, seu insuportável.
— Venho fazer uma visita, trago chocolate e é assim que sou tratado? Com xingamentos? Acho que eu e meu chocolate vamos embora.

Anne segura firmemente meu pulso antes de eu dar o primeiro passo, sua expressão fica ameaçadora no rostinho bonito.

— Nem pense nisso - sorrio ladino voltando a me aconchegar ao seu lado — Eu falei do chocolate, você pode ir.
— Duvido que você queira que eu vá realmente. Eu sei que você ama minha companhia, ama minha voz, ama minha cintura e meu bundão.
— Você não tem bundão, Jeon!
— Viu como você não nega... Me ama.
— Desde quando eu amo essas coisas em você? Não preciso negar o que já é óbvio, e o óbvio, caso não saiba, é que eu não te suporto.
— Nem você acredita nisso, Quinn. Lembra do incidente na cozinha?
— Do dia que eu quase te matei? Como posso esquecer? Estava tão perto da felicidade.

Sua mão caçou a sacola plástica e mordeu um grande pedaço do doce. Anne se encolhe no sofá, abraçando os próprios joelhos, ficando de frente pra mim. Apoio a cabeça na mão e a assisto.

— Sim, como esquecer do dia que fiquei entre suas pernas... Me pareceu que você gostou de ter minha cintura presa em você.

As íris cor de mel assumem um tom diferente, pouco antes dela engasgar e começar a crise de tosse. Eu rio, me aproximo e dou tapinhas em suas costas.

— Não precisava ficar nervosa, estou apenas nostálgico, gracinha.
— Vou pegar água.

Sigo seus passos, observando cada movimento com o lábio entre os dentes, tentando conter o riso.

— Vai ficar atrás de mim que nem alma penada?
— Uhum. Gosto de te irritar.
— Percebi - ela passa por mim, dando um encontrão no meu ombro, ou melhor, braço, já que Anne não tem a mesma altura que eu.
— Quer fazer alguma coisa? - indago.
— Com você?! - me lança debochada — Não, obrigada.
— É, então não me restam alternativas a não ser te irritar.
— Por que você é tão infantil?
— Não sou nada infantil. Talvez um dia você descubra. Imagine que dei uma risada maligna porém muito charmosa.

A garota me fitou de canto e deu pra ver que tirei um levantar de lábios seu.

— Quê isso? Anne Quinn sabe sorrir... Estou bobo.
— Você é  bobo, não está.
— Posso te perguntar uma coisa?
— Se eu disser não, viria de qualquer forma né.

Notei que ela aguardava, os olhos estavam fixos em mim, tinha ar de divertimento ali, eu sei que ela adora nossas implicâncias tanto quanto eu.

— Você... Aconteceu alguma coisa? Quando eu cheguei você tava meio pra baixo.

A atenção se voltou pras unhas então soube que toquei num assunto delicado.

— Não precisa responder se não quiser.
— Tudo bem - suspirou — O Dean não te contou?

Neguei.

— Ele só pediu pra que eu viesse ver você.
— Bom... não tenho mais namorado, isso que aconteceu. - sorriu amarelo.

Ah.

O que devo dizer agora? "Sinto muito"?! Não sinto nem um pouco. Claro que não quero vê-la triste, mas não conseguia evitar a alegria por ela estar solteira.

— Que droga.

Que droga?! Que porra, nem consigo disfarçar que quero soltar fogos de artifício.

— É.
— Quer cantar?
— Cantar? Do nada?
— Sabe como é, quem canta, os males espanta.

Deus, hoje é o dia mais feliz da minha vida. Sou péssimo? Talvez. Porra, eu sou um ser humano horrível. MAS MEU CORAÇÃO ESTÁ FESTEJANDO.

Anne ri, balançando a cabeça em negativa, ela estava sorrindo pra mim. Uma Anne (solteira) ria pra mim. Seu cabelo que ondulava na altura dos ombros é puxado até o topo da cabeça e preso. O pescoço desnudo era tão convidativo, ela raramente fazia uso de colares, os brincos eram usados em ocasiões especiais mas os anéis estavam lá o tempo todo. Suas roupas, mais uma vez, eram um blusão com shortinho.

Sinto vontade de apertar aquelas coxas, sinto vontade de passar a língua por ela...

— Jeon?
— Oi, gracinha.
— Vou pegar os microfones pro karaokê, vai ligando o aparelho - apontou para tv, assenti antes que ela desaparecesse do meu campo de visão com aquela bunda rebolando deliciosamente.

Ok. Saber que ela não era mais comprometida me deixou absurdamente mais à vontade para imaginar coisas sem culpa. Me pego com um sorriso que não deixa o rosto, será que agora era minha chance? Eu podia tentar alguma coisa?

Anne retorna com os microfones para o karaokê, e eu ligo o aparelho conforme suas instruções. Enquanto escolhemos as músicas juntos - apesar de ser difícil ela querer concordar comigo - nossos olhares se cruzam diversas vezes. Existe algo entre nós, algo além das implicâncias e provocações? Eu vejo uma faísca de curiosidade, uma pequena brecha que talvez eu possa explorar.

Vibrações - jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora