[05] Na alegria e na desgraça

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Taehyung

— Mamãe, não vá, por favor!

Pequeno e vulnerável demais, eu chorava, implorando para que a mulher de cabelos longos não desse mais um passo para longe de mim com aquela mala vermelha em mãos. 

Ver alguém que você ama partir é uma dor torturante. Você não sabe o motivo, só sabe que dói.

Por que ela está indo embora?

Por que ela está me deixando?

Mais você se questiona. Mais a ferida abre.

— Querido, por favor… — Minha avó pedia enquanto eu me debatia em seus braços.

Ela me segurava para que eu não corresse e segurasse as pernas da minha mãe para que não me deixasse. 

Para que ela ficasse, mesmo que fosse por pena.

Mas ela sequer olhou para trás antes de entrar e bater a porta daquele táxi.

— Mãe!

Saltei da cama, respirando ofegante. Haviam lágrimas em minhas bochechas, assim como as mãos de Jimin tentando afastar todas elas.

— Eu estou aqui, lindo — o loiro me tranquiliza, afagando meus fios enquanto tenho o rosto enterrado na curvatura de seu pescoço. — Estou aqui.

— Você não vai me deixar, não é? — Aperto sua camisa fortemente entre os dedos, o puxando para mais perto. — Você não vai me deixar como eles me deixaram? 

— Não vou deixar você. Não vai se livrar de mim tão cedo — garante. — Agora respira comigo, hum?

Jimin ergue a mão e faz movimentos suaves para cima e para baixo. Eu inspiro e expiro naquele ritmo, tentando controlar a minha respiração descompassada. Quando o faço, me afasto de si e me encosto da cabeceira da cama. Jimin me encara.

— Melhor? 

Assinto, jogando a cabeça para trás enquanto encaro o teto branco. 

"O passado fica no passado". Mas e quando o passado não quer te deixar no passado? A velha dor te persegue, e então, você sofre novamente como anos atrás. 

É como tentar correr em um sonho. É sufocante.

Eu e Jimin ficamos alguns minutos assim, calados, usufruindo do silêncio que se fez presente no quarto iluminado apenas por uma fresta da cortina bege. Mas logo ele é dissipado por um rock abafado que, como de costume, vinha do apartamento da frente.

— Sério, isso é falta de pica.

O olhar que lanço para Jimin é sério.

Segundos depois caímos na risada. 

— Por que temos esse infeliz hábito de rir quando estamos na merda?

— Porque a vida é uma filha da puta sádica. — O loiro sorri de lado, dando de ombros. — E a gente bem curte um sadomasoquismo.

— Você é inacreditável, Park. — Balanço a cabeça, me esticando para pegar o meu celular em cima da mesa de cabeceira. — Preciso ir para a revista. — Constato ao olhar a hora, já me levantando da cama.

Matéria Encruzilhada :: taeyoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora