18) Entre Oceanos e Promessas

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"Recomeçar é dar uma nova

chance a si mesmo.

É renovar as esperanças na vida

e o mais importante:

acreditar em você de novo".


Paulo Roberto Gaefke, Recomeçar


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♡♡ [POV Jungkook] ♡♡


Impulsividade costumava ser meu nome do meio, confesso que talvez ainda seja.

Nunca parei para pensar muito nas consequências dos meus atos, por mais que não quisesse ou tentasse ferir ninguém ao longo do processo, principalmente se esse alguém fosse eu mesmo. Nunca liguei muito para o efeito que minhas decisões tinham na vida das outras pessoas, porque aprendi desde pequeno que as pessoas não pensam nos outros, só nelas mesmas.

Mas esse não era o caso dele.

Foi olhando naqueles olhos brilhantes que tanto me encaravam e tanto sorriam, virando apenas dois risquinhos em meio aquele rosto perfeito, bochechas gordinhas e orelhinhas vermelhas, que eu comecei a pensar mais em alguém além de mim.

Eu não saberia dizer exatamente quando isso aconteceu, não foi na primeira semana, talvez nem no primeiro mês. Não sei se foi depois do primeiro desentendimento ou depois da primeira declaração, mas algo nele me fez ver um pouco mais além.

Me fez ver além de mim mesmo.

Comecei a pensar em resolver minhas próprias merdas antes que eu o arrastasse para a grande bagunça que eu havia me tornado. Só que por mais que eu tentasse ajeitar seja lá o que estava errado, parecia que mais estrago acabava fazendo e foi aqui, agora, nesse exato momento que eu tive completa noção do efeito que eu tive na vida dele. Não era exatamente o que eu esperava.

Não entendia antes, não até ele me dizer com toda aquela tristeza que o transbordava os olhos e fazia os meus próprios olhos quererem acompanha-lo sem que eu ao menos permitisse.

Foi no dia trinta de dezembro que eu entendi de verdade que eu não tinha como fugir de nada daquilo. Eu não podia e nem queria. Era ali que eu deveria estar.

— Você não ouviu o que meu filho perguntou? Como você conseguiu subir aqui? — Desviei meus olhos dos dele só para encarar a mulher a minha frente, tendo que olhar um pouco mais para baixo pela diferença de altura. — Eu lembro de você, o que faz aqui? Jimin, o que é tudo isso?

Eu fiquei mudo, assim como Jimin.

Não queria dizer nada que pudesse prejudica-lo, quer dizer, ainda mais do que ter aparecido desse jeito na porta da casa dele, sabendo o quão complicado seria, mas mais complicado ainda seria não resolver o que nós tínhamos e dizer tudo aquilo que precisava ser dito.

Era uma situação muito mais do que estranha. A mulher embravecida que parecia estar a ponto de me bater. O pai preocupado, porém, distante e o filho triste e com os olhos pintados de um vermelho forte que cortavam meu coração como uma navalha.

Pela Primeira Vez - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora