Capítulo 16 (Part. 1)

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Estávamos no Vietnã a mais ou menos uns dois meses, talvez menos.

Ajudamos algumas vilas que precisavam de nossa assistência ao longo desse tempo, porém a última vila que conhecemos a poucos dias, há algo nela diferente das outras. Eu não sei explicar, mas eu me apeguei demais a todos daquela pequena vila. Principalmente ao pequeno Trang.

― Hyung ― ouvi ele me chamar enquanto corria até onde eu estava.

― O que foi, Trang? ― perguntei encarando o beta de oito anos.

― Olha o que a nonna me ensinou a fazer ― mostrou um pequeno pássaro de origami.

― E você aprendeu muito bem ― Ji Eun disse, caminhando em nossa direção.

― Deixa eu ver direito ― sorri pegando o origami ― Nossa, parece que foi feito por um profissional ― o pequeno sorriu largo contente com o elogio. ― Tem certeza que foi você quem fez?

O sorriso se tornou uma careta no rosto do mais novo.

― Claro que fui eu, hyung ― fez um biquinho ― A nonna tá de prova, né? ― olhou para ela com a intenção que ela confirmasse.

― Sim, foi você quem fez ― ela sorriu passando a mão pelos fios do cabelo dele.

― Tá vendo, hyung? Fui eu quem fiz ― pegou o pássaro de origami da minha mão. ― Vou mostrar para os outros meu pássaro. ― saiu correndo.

Ji Eun e eu demos risada, vendo-o se afastar a caminho de onde as outras crianças da vila estavam brincando. A ômega sentou-se ao meu lado e encarou as crianças brevemente com um leve sorriso no rosto. E então me olhou, eu estava lendo um livro que peguei emprestado com Hye antes de vir.

― Você gosta mesmo de ler. Sempre que o vejo está com um livro na mão, isso quando não some do nada ― comentou.

― É que eu gosto de ficar sozinho de vez em quando ― dei de ombros, focado na leitura.

― Você é de Daegu também, não é? ― perguntou, mesmo sabendo a resposta para aquela pergunta.

― Sou sim ― assenti.

― Rowoon me disse que seus pais ajudaram a construir o orfanato onde ele cresceu. ― comentou.

― Na verdade é um instituto para idosos e crianças carentes. Mas sim, meus pais ajudaram na construção do local junto com a paróquia da nossa região ― falei.

― O Rowoon parece ser muito grato a você e sua família pelo o que pude ver. ― observou.

Parei para pensar no que disse. Para dizer a verdade eu nunca havia pensado naquilo antes. No quanto Bora e Rowoon deviam ser gratos aos meus pais tanto quanto eram pela Madre Lee.

― Ele te respeita muito ― continuou. ― Dá para ver isso pelo jeito que ele te trata e sempre está disposto a agradá-lo. Parece ter o ver como um irmão mais velho.

Eu dei risada, assentindo.

― Você observou tudo isso? ― perguntei com a sobrancelha arqueada.

― Sou bem observadora ― soltou um riso fraco, abaixando o olhar.

― Eu percebi ― estreitei os olhos estudando-a.

A ômega não demorou muito ali, logo fez uma menção educada e se afastou indo na direção das crianças.

Havia conhecido Ji Eun no nosso segundo dia visitando vilas e comunidades carentes no Vietnã. Ela veio com outra organização que já ajudava a comunidade vitnamita a um tempo. Pelo o que disse era sua segunda vez no Vietnã. A ômega parecia ser alguém gentil e que gostava de ajudar as pessoas, era perceptível pelo modo que tratava as crianças e as pessoas de todas as vilas que visitamos com os voluntários. Parecia sempre disposta a ajudar no que podia, se prontificava a ensinar às crianças coisas novas nos tempos curtos que permanecíamos em cada vila. Ela era uma pessoa que com toda certeza eu gostaria de ter no meu círculo de amigos.

Heartbeat (Yoonseok) ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora