Isabela
-Essa roupa ta muito curta, porque você não coloca a sua? - Lucca fala.
-Eu vou entrar no seu carro, e sair em frente à minha casa. Não tem porque trocar de roupa. - respondo.
-E como você vai chegar ao estacionamento? Vai entrar em um portal mágico e sair lá? Está cheio de homens aqui no campo, Isabela, inclusive os diretores do clube. Não quero que eles te vejam assim.
Então é isso? Ele está com vergonha de mim. Abaixo minha cabeça, fazendo com que meus olhos percorram o meu corpo, tentando encontrar o que tem de tão errado.
-Pode ir sozinho então, Lucca. Eu pego um táxi, só não quero fazer ninguém passar vergonha. - tento ir embora, mas seu corpo acaba me travando antes que eu consiga passar pela porta.
-O que? - ele pergunta.
-Isso mesmo que você ouviu, já percebi que você está com vergonha de mim. - ainda não consigo olhar nos olhos dele. Pensei que a fase de envergonhar as pessoas já tinha passado, mas pelo visto, ainda consigo fazer isso.
-Ei... - ele fala apoiando sua mão no meu rosto, fazendo-me encontrar o seu olhar - De onde você tirou que eu tenho vergonha de você?
-Você falou que não queria que os diretores me vissem e... - paro de falar quando vejo Lucca com um sorriso estampado no rosto - Qual é a graça? - pergunto.
-Acho que houve um erro de interpretação, linda...
-Eu entendi muito bem o que você quis... - ele interrompe.
-Isabela, eu posso falar? - ele pergunta visivelmente irritado com minha interrupção.
-Pode. - digo revirando os olhos.
-Não revira os olhos, linda. - Lucca fala, e eu consigo sentir a tensão que essa frase carrega. - Bom, voltando ao assunto, claro que eu não quero que os diretores te vejam assim, eles são homens, Isabela, e eu conheço muito bem o histórico deles dois. E você... você... Porra, mesmo com essa roupa, continua com um jeito inocente, e você não imagina como essa combinação consegue ser sexy.
Esses comentários estão se tornando constantes, mas independente disso, sempre me deixam surpresa. É muita coisa pra assimilar, esse homem lindo está aqui na minha frente me dizendo que eu sou sexy, e o ponto mais importante: ele ta com ciúmes, ou pelo menos eu acho que é ciúmes. Talvez seja só cuidado mesmo, isso que dá ser inexperiente em relações, não sei nem distinguir os sentimentos. Oh céus!
-Obrigada por se preocupar comigo, mas to sentindo uma pontinha de ciúmes? Desapega, viu Luck? - digo e solto uma gargalhada; ele me acompanha.
-Ok! Essa eu mereci. - ele diz bem humorado.
-Vem, quero ir pra casa. O dia de hoje foi super cansativo.- viro-me e tento passar por cima de um banco que tem no vestiário, quando acabo tropeçando.
-Ei!!!!! Cuidado, Isabela. Pelo amor de Deus, você vive caindo? - Lucca pergunta levantando a voz e ainda segurando meu braço; se não fosse o reflexo rápido dele, eu teria levado um tombo feio, muito feio.
-Eu não vi esse tênis aí, ta? Por isso tropecei. - me justifico, baixando os olhos. Ele se aproxima e puxa meu corpo contra o seu.
-Desculpa, eu sou um idiota. Claro que você não tem culpa, mas presta um pouco mais de atenção, por favor. -ele acaricia meu rosto - Você poderia ter se machucado de verdade.
-Eu sei, obrigada por me segurar. - passo a mão no meu braço, uma dor incômoda querendo chegar. O olhar de Lucca desce até o local que ele segurou, e o horror em seus olhos me chama atenção.
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Doce Inocência - Layne Lima
عاطفيةIsabela, 18 anos, estudante de publicidade, vê sua vida virar de pernas pro ar quando tem que se mudar pra Barcelona graças ao trabalho do seu pai. Ela nunca foi boa quando o assunto é socializar, fazer novos amigos, enfim, sempre foi a menina invis...