Cap. 9

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Isabela

-Essa roupa ta muito curta, porque você não coloca a sua? - Lucca fala.

-Eu vou entrar no seu carro, e sair em frente à minha casa. Não tem porque trocar de roupa. - respondo.

-E como você vai chegar ao estacionamento? Vai entrar em um portal mágico e sair lá? Está cheio de homens aqui no campo, Isabela, inclusive os diretores do clube. Não quero que eles te vejam assim.

Então é isso? Ele está com vergonha de mim. Abaixo minha cabeça, fazendo com que meus olhos percorram o meu corpo, tentando encontrar o que tem de tão errado.

-Pode ir sozinho então, Lucca. Eu pego um táxi, só não quero fazer ninguém passar vergonha. - tento ir embora, mas seu corpo acaba me travando antes que eu consiga passar pela porta.

-O que? - ele pergunta.

-Isso mesmo que você ouviu, já percebi que você está com vergonha de mim. - ainda não consigo olhar nos olhos dele. Pensei que a fase de envergonhar as pessoas já tinha passado, mas pelo visto, ainda consigo fazer isso.

-Ei... - ele fala apoiando sua mão no meu rosto, fazendo-me encontrar o seu olhar - De onde você tirou que eu tenho vergonha de você?

-Você falou que não queria que os diretores me vissem e... - paro de falar quando vejo Lucca com um sorriso estampado no rosto - Qual é a graça? - pergunto.

-Acho que houve um erro de interpretação, linda...

-Eu entendi muito bem o que você quis... - ele interrompe.

-Isabela, eu posso falar? - ele pergunta visivelmente irritado com minha interrupção.

-Pode. - digo revirando os olhos.

-Não revira os olhos, linda. - Lucca fala, e eu consigo sentir a tensão que essa frase carrega. - Bom, voltando ao assunto, claro que eu não quero que os diretores te vejam assim, eles são homens, Isabela, e eu conheço muito bem o histórico deles dois. E você... você... Porra, mesmo com essa roupa, continua com um jeito inocente, e você não imagina como essa combinação consegue ser sexy.

Esses comentários estão se tornando constantes, mas independente disso, sempre me deixam surpresa. É muita coisa pra assimilar, esse homem lindo está aqui na minha frente me dizendo que eu sou sexy, e o ponto mais importante: ele ta com ciúmes, ou pelo menos eu acho que é ciúmes. Talvez seja só cuidado mesmo, isso que dá ser inexperiente em relações, não sei nem distinguir os sentimentos. Oh céus!

-Obrigada por se preocupar comigo, mas to sentindo uma pontinha de ciúmes? Desapega, viu Luck? - digo e solto uma gargalhada; ele me acompanha.

-Ok! Essa eu mereci. - ele diz bem humorado.

-Vem, quero ir pra casa. O dia de hoje foi super cansativo.- viro-me e tento passar por cima de um banco que tem no vestiário, quando acabo tropeçando.

-Ei!!!!! Cuidado, Isabela. Pelo amor de Deus, você vive caindo? - Lucca pergunta levantando a voz e ainda segurando meu braço; se não fosse o reflexo rápido dele, eu teria levado um tombo feio, muito feio.

-Eu não vi esse tênis aí, ta? Por isso tropecei. - me justifico, baixando os olhos. Ele se aproxima e puxa meu corpo contra o seu.

-Desculpa, eu sou um idiota. Claro que você não tem culpa, mas presta um pouco mais de atenção, por favor. -ele acaricia meu rosto - Você poderia ter se machucado de verdade.

-Eu sei, obrigada por me segurar. - passo a mão no meu braço, uma dor incômoda querendo chegar. O olhar de Lucca desce até o local que ele segurou, e o horror em seus olhos me chama atenção.

Doce Inocência - Layne LimaOnde histórias criam vida. Descubra agora