Isabela
É como se minha língua tivesse ficado dormente, não consigo pensar em nenhuma desculpa pra dar ao Rodrigo.
-Eu to esperando, Isabela. – ele fala visivelmente irritado.
-Desculpa, Rodrigo. É um amigo meu, o coloquei na chamada de espera, mas acho que apertei o botão errado. Me desculpa.
-É o seguinte, não quero você ligando pra Isabela. Não gosto nada de você, muito menos das coisas que sei ao seu respeito. – Lucca fala interrompendo mais uma vez.
-E quem é você pra falar se eu devo ou não ligar pra ela? É seu namorado, Isabela? – que inferno! Como fui me envolver nisso? Fico em silêncio sem saber o que responder, mas acabo optando por responder apenas a verdade.
-Não. Ele não é meu namorado. – escuto Lucca praguejar e fecho os olhos, não quero imaginar o que está por vir.
-É, irmão... E aí, o que você me diz? Se ela não me pedir o contrário, posso ligar pra ela quantas vezes eu quiser. – eu sei que isso não vai acabar bem, o Rodrigo é uma pessoa pública, e o Lucca mais ainda. Se o Rodrigo suspeitar que quem está do outro lado da linha é o Lucca, as coisas supostamente sairão de controle.
-Rodrigo, por favor... – suspiro pesadamente – acho melhor você não me ligar mais. Vai ser melhor assim.
-Você escutou o que ela disse? – Lucca pergunta – Acho bom você ter entendido o significado dessas palavras.
-Quem é você afinal? Porque não mostra sua cara logo de vez? – Rodrigo pergunta e Lucca sorri.
-Acredite em mim, você não precisa saber quem eu sou, só precisa saber que eu tenho poder o suficiente pra acabar com você a hora que eu quiser. Fica esperto, garoto.
-Quer saber? Vão á merda vocês dois! – o modelo diz, e logo em seguida escuto a chamada finalizar. Não consigo nem imaginar o quanto que o ego do Rodrigo deve estar ferido nesse momento, muito menos o tamanho da raiva dele por mim. Mas quem sou eu pra culpá-lo? Lucca não podia ter feito o que eu pedi? Não podia ter só escutado? Nem consigo descrever a minha irritação.
-Isabela?... – ele chama meu nome do outro lado da linha.
-Isabela uma merda, por que você fez isso? Não podia ter ficado calado? – estou tão brava que nesse momento nem eu mesma me reconheço.
-Você queria o que? Que eu ficasse calado escutando você dar esperanças de um futuro encontro? Já te disse que não divido nada que é meu, Isabela. Se for pra ficar comigo, quero exclusividade. – odeio essa petulância. E quanto a mim? Será que vou receber essa exclusividade também?
-Eu não sou sua, não sou uma propriedade que pode ser reivindicada, Lucca. – digo sentindo minhas forças acabarem. Não consigo me lembrar de como eu passei de garota invisível pra cair de pára-quedas nessa confusão toda.
-Ah, você é minha sim. Enquanto você estiver comigo, será minha Isabela. Confie em mim, isso não é uma coisa ruim. – ele fala com malicia e eu não sei o que pensar. Não sei se consigo viver desse jeito; toda essa gana de posse, mas pra quê? Por quê? Não sou idiota, sei que o Lucca pode ter a mulher que ele desejar, a prova disso é seu passado extenso. Quero tanto esse homem, o desejo que em consome é avassalador... É como se meu "eu" estivesse se dividindo nesse momento, em duas partes: A Isabela racional, e a Isabela que está sendo consumida pelo desejo de conquistar o Lucca.
-Eu preciso pensar. – digo com voz baixa.
-Tudo bem, eu entendo! Hoje à noite tem a festa pra promover os novos produtos da FariasSports, quero muito que você vá comigo. Estarei saindo de casa às 22:00 hrs, se você for, me manda uma mensagem antes disso, eu passo aí pra te pegar.
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Doce Inocência - Layne Lima
RomantizmIsabela, 18 anos, estudante de publicidade, vê sua vida virar de pernas pro ar quando tem que se mudar pra Barcelona graças ao trabalho do seu pai. Ela nunca foi boa quando o assunto é socializar, fazer novos amigos, enfim, sempre foi a menina invis...