Cap. 10 ♥

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Isabela

É como se minha língua tivesse ficado dormente, não consigo pensar em nenhuma desculpa pra dar ao Rodrigo.

-Eu to esperando, Isabela. – ele fala visivelmente irritado.

-Desculpa, Rodrigo. É um amigo meu, o coloquei na chamada de espera, mas acho que apertei o botão errado. Me desculpa.

-É o seguinte, não quero você ligando pra Isabela. Não gosto nada de você, muito menos das coisas que sei ao seu respeito. – Lucca fala interrompendo mais uma vez.

-E quem é você pra falar se eu devo ou não ligar pra ela? É seu namorado, Isabela? – que inferno! Como fui me envolver nisso? Fico em silêncio sem saber o que responder, mas acabo optando por responder apenas a verdade.

-Não. Ele não é meu namorado. – escuto Lucca praguejar e fecho os olhos, não quero imaginar o que está por vir.

-É, irmão... E aí, o que você me diz? Se ela não me pedir o contrário, posso ligar pra ela quantas vezes eu quiser. – eu sei que isso não vai acabar bem, o Rodrigo é uma pessoa pública, e o Lucca mais ainda. Se o Rodrigo suspeitar que quem está do outro lado da linha é o Lucca, as coisas supostamente sairão de controle.

-Rodrigo, por favor... – suspiro pesadamente – acho melhor você não me ligar mais. Vai ser melhor assim.

-Você escutou o que ela disse? – Lucca pergunta – Acho bom você ter entendido o significado dessas palavras.

-Quem é você afinal? Porque não mostra sua cara logo de vez? – Rodrigo pergunta e Lucca sorri.

-Acredite em mim, você não precisa saber quem eu sou, só precisa saber que eu tenho poder o suficiente pra acabar com você a hora que eu quiser. Fica esperto, garoto.

-Quer saber? Vão á merda vocês dois! – o modelo diz, e logo em seguida escuto a chamada finalizar. Não consigo nem imaginar o quanto que o ego do Rodrigo deve estar ferido nesse momento, muito menos o tamanho da raiva dele por mim. Mas quem sou eu pra culpá-lo? Lucca não podia ter feito o que eu pedi? Não podia ter só escutado? Nem consigo descrever a minha irritação.

-Isabela?... – ele chama meu nome do outro lado da linha.

-Isabela uma merda, por que você fez isso? Não podia ter ficado calado? – estou tão brava que nesse momento nem eu mesma me reconheço.

-Você queria o que? Que eu ficasse calado escutando você dar esperanças de um futuro encontro? Já te disse que não divido nada que é meu, Isabela. Se for pra ficar comigo, quero exclusividade. – odeio essa petulância. E quanto a mim? Será que vou receber essa exclusividade também?

-Eu não sou sua, não sou uma propriedade que pode ser reivindicada, Lucca. – digo sentindo minhas forças acabarem. Não consigo me lembrar de como eu passei de garota invisível pra cair de pára-quedas nessa confusão toda.

-Ah, você é minha sim. Enquanto você estiver comigo, será minha Isabela. Confie em mim, isso não é uma coisa ruim. – ele fala com malicia e eu não sei o que pensar. Não sei se consigo viver desse jeito; toda essa gana de posse, mas pra quê? Por quê? Não sou idiota, sei que o Lucca pode ter a mulher que ele desejar, a prova disso é seu passado extenso. Quero tanto esse homem, o desejo que em consome é avassalador... É como se meu "eu" estivesse se dividindo nesse momento, em duas partes: A Isabela racional, e a Isabela que está sendo consumida pelo desejo de conquistar o Lucca.

-Eu preciso pensar. – digo com voz baixa.

-Tudo bem, eu entendo! Hoje à noite tem a festa pra promover os novos produtos da FariasSports, quero muito que você vá comigo. Estarei saindo de casa às 22:00 hrs, se você for, me manda uma mensagem antes disso, eu passo aí pra te pegar.

Doce Inocência - Layne LimaOnde histórias criam vida. Descubra agora